segunda-feira, 20 de abril de 2015

BIOGRAFIA, AFRO; Afro Basaldella (1912-1976).

BIOGRAFIA, AFRO; Afro Basaldella (1912-1976). O pintor italiano mais conhecido pelo nome de Afro nasceu em Udine e faleceu em Zurique (Suíça). A primeira mostra da qual suas obras participaram foi conjunta com seus irmãos pintores, Dino e Mirko: Afro recebeu bolsa de estudos de arte (Roma): ele expôs suas pinturas na Galeria del Milione (Milão, 1933) e participou da Quadrienal de Roma e da Bienal de Veneza várias vezes. Afro participou do Grupo Corrente, que revitalizou a arte italiana, quando adotou uma posição antifascista, no período da ditadura de Benito Mussolini. Os artistas do grupo buscavam a Abstração de alcance internacional. Artistas oriundos de várias regiões italianas participaram do grupo reunido em torno do crítico de arte Giulio Carlo Argan (1909-1992). Os artistas publicaram a revista Corrente (02 números, março e dezembro, 1939), coincidindo com as duas mostras coletivas realizadas em Milão; e fundaram a galeria de arte Bottega de Corrente e a Editora Corrente (1938- junho, 1940). Todas as iniciativas do grupo foram encerradas pela ditadura fascista, pouco antes do começo da Segunda Guerra Mundial (1940). Afro viajou para Nova York e começou a parceria de duas décadas com a Galeria Catherine Viviano (1950-1970). A arte norte-americana impressionou Afro, cuja obra recebeu as novas influências: suas pinturas até então seguiram a estética do movimento Neo-Cubista italiano. As pinturas de Afro participaram da importante exposição A Nova Década: 22 Pintores e Escultores Europeus [The New Decade: 22 European Painters and Sculptors], mostra que percorreu vários museus norte-americanos. Obras de Afro participaram da Documenta 1 (Kassel, Alemanha), e, em meados da década ele se tornou conhecido mundialmente, quando recebeu o prêmio de Melhor Artista Italiano na XXVIII Bienal de Veneza (1956). No ano seguinte Afro foi professor-residente do Mills College (Oakland, Ca.); ele foi convidado a executar o mural, Jardim da Esperança [Garden of Hope], para a UNESCO, incluído entre obras dos artistas Appel, Calder, Matta, Miró, Picasso e Rufino Tamayo. Afro continuou expondo suas pinturas internacionalmente: ele expôs na Documenta 2 (Kassel, Alemanha), em numerosas mostras em museus europeus e, nos Estados Unidos recebeu o 1º Prêmio da Trienal Carnegie (Pittsburgh), e o Prêmio Italiano do Museu Solomon Guggenheim (Nova York), que adquiriu sua pintura Vôo Noturno [Night Flight] (1957). O curador do Guggenheim, James Johnson Sweeney (v. Pop Art), escreveu monografia sobre Afro, elogiando suas cores quentes, sensuais e fluidas, seu espírito festivo e sua celebração da luz e vida – vida através da luz. Afro padeceu de problemas de saúde antes de falecer na Suíça (Zurique, 1976). A arte de grande parte dos artistas do grupo Corrente foi apresentada no Brasil, com texto no catálogo de Giovanni Ponti, na época presidente da Bienal de Veneza, na Sala Geral Italiana da II Bienal Internacional de São Paulo, realizada no MAM (1953). Foram expostas pinturas de Afro Basaldella, Renato Birolli (1906-1959), Felice Casorati (1883-1963), Bruno Cassinari (1912-1992), Mino Maccari (1898-), Mário Mafai (1902-1965), Mattia Moreni (1920-1999), Ennio Morlotti (1910-1992), Enrico Paulucci (1901-1999), Ottone Rosai (1895-1957), Bruno Saetti (1902-1984), Giuseppe Santomaso (1907-1980), Mário Sironi (1885-1965), Attanasio Soldatti (1896-1953) e Emilio Vedova (1919-1995), entre desenhos e esculturas de outros artistas italianos. Afro foi homenageado com um grande retrospectiva na Galeria Nacional de Arte Moderna (Roma, 1978); outra mostra de suas pinturas ocorreu no Palazzo Reale (Milão, 1992). Foi lançado o Catalogue Raisonée de suas obras, pela Academia Americana (Roma, novembro, 1997) e, no ano seguinte, apresentado na Fundação Guggenheim (Veneza, 1998). Outra monografia sobre Afro foi publicada por Cesare Brandi (1978). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: DICIONÁRIO. BREUILLE, J-P. Dictionnaire de la peinture et de sculpture : l'art du XXe siècle. Sous la direction de Jean-PhilippeBreuille. Paris: Lib, Larousse, 1991. 777p.: il., retrs., p. 737. (Dictionnaires specialisés). DICIONÁRIO. DUROZOI, G. Dictionaire de l'art moderne et contemporain. Sous la direction de Gérard Durozoi. Paris: Fernand Hazam, 1992. 676p.: Il, pp. 425-426. DICIONÁRIO.SCHMIED, W.; WITFORD, F.; ZOLLNER, F. The Prestel Dictionary of Art and Artists in the 20th century. Munich – London - New York: Prestel, 2000. 381p.: il., p. 145. CATÁLOGO GERAL. II Bienal do Museu de Arte Moderna. São Paulo: EDIAM, 1ª ed., dez., 1953. INTERNET. Afro Basaldella. From Wikipedia, the free encyclopedia. 24 set., 2008. Disponível em Acesso em 02 fev., 2009. LUCIE-SMITH, E. Art Today. Oxford: Phaidon Press, 1977. 417p.: il., retrs., p. 490. 26.5 x 21 cm.

sábado, 4 de abril de 2015

BIOGRAFIA: CAPOGROSSI, Giuseppe (1899-1972).

BIOGRAFIA: CAPOGROSSI, Giuseppe (1899-1972). O artista nasceu e morreu em Roma (Itália): Capogrossi viveu um período em Paris (1927-1933), mas depois voltou a viver em Roma. O artista participou da Escola Romana (Roma, 1924-1937). As primeiras obras de Capogrossi foram Figurativas, abordando temas como bailarinas, nadadores, naturezas-mortas e nus, nos quais ele deixou-se influenciar por obras vanguardistas do Cubismo francês e do Construtivismo russo. Este período de sua obra durou mais de uma década (c. 1930-1945), quando o artista alcançou a Abstração, de caráter pessoal (1945-). A partir de sua obra Abstrata, que o consagrou, Capogrossi criou seu próprio movimento artístico, quando formou o Grupo (Italiano) Origem [Origine] (1949-1956, v.). No início da década de 1950, Capogrossi alcançou o depuramento de seu estilo inovador: os motivos Abstratos do pintor, repetiram fileiras de formas similares, com eventuais aberturas como as dos dentes de um pente, utilizando linguagem repleta de códigos pessoais, marcantes, na sua obra personalizada. Nas suas obras Abstratas o artista desenvolveu a linguagem a partir de um único signo, que chamou de Morphema, forma de tridente que lembra a letra M e que tornou-se o principal elemento de seu alfabeto pessoal, visual e plástico. Capogrossi pintou seus signos em múltiplas variações, à princípio somente em branco e preto e depois usando coloridos fortes e variados, propondo texturas de gamas diferenciadas. A obra pictórica Abstrata de Capogrossi, apresentou seu signo, o Morphema,encadeado em sucessivas correntes, pintados em cores fortes e primárias como o vermelho, o amarelo e o azul real, predominando marcantes linhas negras e largas dos contornos. Sobre esta linguagem pictórica depurada, ARGAN (1992), declarou que o artista havia alcançado identidade entre forma e signo, quando na imediaticidade do fato perceptivo, o signo adquiriu a estrutura dinâmica da forma. O signo de Capogrossi, o Morphema, foi disposto segundo ritmos acelerados, para ocupar, em sequências graduais toda a superfície do quadro. Este signo, configurou-se progressivamente como forma simbólica, uma espécie de sigla heráldica, que tornou vibrante a menor variação de cor e escala, ocupando todo campo do quadro, dilatando-o. Capogrossi depois se associou ao Grupo Espacial [Spazialista] (Milão,1952), liderado por Lucio Fontana, do qual também participaram Enrico Baj, Cesare Peverelli, Gianni Dova e Roberto Crippa, entre outros. Capogrossi assinou o VI Manifesto (1953). O artista foi logo convidado por Antoni Tàpies para participar da importante mostra Veemências Confrontadas [Vehémences Confrontés], na Galeria Nina Drousser (Paris, c. 1965). Esta exposição levou para a mostra européia obras dos vanguardistas norte-americanos Jackson Polock e Wilhem De Kooning, entre outros participantes do Expressionismo Abstrato norte-americano. Capogrossi apresentou Relevos na sua mostra individual na Galeria del Cavallino (Veneza, 1966). A obra de Capogrossi Superficie n. 38 (1952) encontra-se reproduzida (RAGON, 1992); a pintura Superfície n. 305 (1959), se encontra reproduzida (LUCIE-SMITH, 1977); a sua obra Sem Título (guache/ papel), apresentando formas Abstratas marcantes e características dele, também se encontra reproduzida (SEUPHOR, 1957). Uma das pinturas mais originais de Capogrossi, anteriores à fase da Abstração que o consagrou, a obra Figurativa Banhistas no Trampolim (1931) pertence ao acervo do MAC - USP. REFERÊNCIAS SELECIONADAS: ARGAN, G. C. Arte Moderna.Tradução de Denise Bottmann e Federico Carotti. Biografias de Lara-Vinca Masini. São Paulo: Editora Schwarcz, 1992, p. 657 (Os artistas do século XX). DICIONÁRIO. DUROZOI, G. Dictionaire de l'art moderne et contemporain. Sous la direction de Gérard Durozoi. Paris: Fernand Hazam, 1992. 676p.: il., pp. 111-112, 467. DICIONÁRIO. SEUPHOR, M. Dictionaire de la peinture abstraite: precédé d´une histoire de la peinture. Paris: Fernand Hazam, 1957. 305p.: il., p. 145. LUCIE-SMITH, E. Art Today. Oxford: Phaidon Press, 1977. 417p.: il., retrs., p. 121. NÉRET, G. 30 ans d'art moderne: peintres et sculpteurs. Fribourg: Office du livre, 1988. 248p.: il., p. 230. RAGON, M..Journal de l´Art Abstrait. Genève: Skira, 1992. 163p: il., p. 99.