sábado, 10 de agosto de 2013


 

CITROEN, Paul (1896-1983).




 
O artista de origem holandesa, nasceu em Berlim e participou do Dadaísmo alemão. Citroen colaborou com várias publicações, na Alemanha e na Holanda, participando com ilustrações, fotomontagens e gravuras tendo como tema a arquitetura das cidades que, nessa época, se modernizavam. Citroen participou da mostra organizada pela Galeria da Tempestade [Der Sturm](Berlim, 1914). Posteriormente o artista inaugurou a sua dita, Central Dadá [Dadazentrale], em Amsterdã (Holanda, 1917), cidade onde se radicou com Erwin Blumenfeld. De volta à Holanda, Citroen tornou-se livreiro; no entanto o artista voltou à Alemanha e participou da Feira Dadá [Dada Messe], realizada na Galeria Otto Burchard (Berlim, 1920).
 



 
Citroen colaborou com o Almanaque Dadá, editado por Richard Huelsenbeck, em Berlim (1920). O artista tornou-se aluno da Bauhaus (Weimar, 1922; v.), quando seu professor foi o revolucionário Johannes Itten. Citroen expôs sua mais famosa fotomontagem Metrópolis (1923, Colagem/ papel, 76,2 x 58,4 cm, na Coleção da Universidade de Leyden, Holanda), na mostra da Bauhaus (1923). O artista viu a cidade moderna como forma de acumulação caótica de prédios, mostrando uma arquitetura desordenada: essa obra se encontra reproduzida (ADES, 1978).





As obras de Citroen foram influenciadas pelo Dadaísmo, principalmente através das Fotomontagens (v. Fotografia: Fotomontagem) de Hannah Höch e de Raoul Hausmann. O artista começou a fotografar para suas obras nessa técnica, logo no início do movimento e depois tornou-se fotógrafo profissional (1925). Quando Citroen voltou a viver na Holanda ele se associou ao fotógrafo Umbo, e fundou sua a sua Nova Escola de Arte Amsterdã [Niewe Kunstschool Amsterdam] (1927), que adotou a filosofia da Bauhaus alemã, onde o artista estudou.





Como fotógrafo profissional, Paul Citroen dedicou-se principalmente ao retrato como o tema mais importante de suas obras; ele retratou personalidades importantes de seu tempo como Thomas Mann, Marc Chagall, Max Ernst e Dora Maar. A primeira mostra individual de Citroen foi em Amsterdã (1932); o artista escreveu alguns textos teóricos sobre arte e o livro Palet (1931). Citroen tornou-se professor da arte na Academia de Haia (1935-1960) e faleceu em Wassenreaar (Holanda, 1983). Obras de Paul Citroen participaram da mostra Dadá Amsterdã [Dada Amsterdam] (Amsterdã, 1974).
 



REFERÊNCIAS SELECIONADAS.

 
ADES, 1978, p. 91.

BREUILLE, 1991, p. 168.

BREUILLE, 1994, pp. 138-139.

 
CATÁLOGO. Paul Citroen. Eindhoven: 1958.

PIERRE, 1983, p. 159.

 


DADAÍSMO:

REFERÊNCIAS SELECIONADAS.
CATÁLOGO. ADES, D. Dada and Surrealism Reviewed. Introduction by David Syilvester and supplementary essay by Elizabetn Cowling. London: the Authors and the Art Council of Great Britain, Hayward Galleries, 1978. 475p.: il.
CATÁLOGO. BARR. A. Cubism and Abstract Art, Painting, Sculpture, Constructions, Photography, Architecture, Industrial Art, Theatre, Films, Posters, Tipography. Cambridge: Harvard University Press, The Belknap Press, 1936. New York: Museum of Modern Art, 1986. 249p.: il.
CATÁLOGO. BEAUMELLE, A. de la; MONOD-FONTAINE, I.; SCHWEISGUTH, C. André Breton: La Beauté Convulsive. Paris: Musée National d'Art Moderne, Centre Georges Pompidou, 1991, 249p.: il.
CATÁLOGO. Le Sexe dans l'art Féminimasculin. Paris: MNAM CGP, 1996.
BÉHAR, H. Sobre el Teatro Dada y Surrealista. Traducción de José Escue. Barcelona: Barral, 1971.
BRITT, D.; MACKINTOSH, A.; NASH, J. M.; ADES, D.; EVERITT, A; WILSON, S.; LIVINSGSTONE, M. Modern Art: from Impressionism to Post-Modernism. London: Thames and Hudson, 1989, 416p.: il.
CLAY, J. Modern Art, 1890-1918. London: Octopus, 1978. 320p., il.

DICIONÁRIO. BIRO, A.; PASSERON, R. Dictionaire général du surréalisme et ses environs..Sous la diréction de Adam Biro et René Passeron. Genève – Paris: Office du Livre et Presses Universitaires de France, 1982. 464p.: il., retrs.

DICIONÁRIO. BREUILLE, J-P. Dictionnaire de la peinture et de sculpture : l'art du XXe siècle. Sous la direction de Jean-Philippe Breuille. Paris: Lib, Larousse, 1991, 777p.: il., retrs., pp. 290-291. (Dictionnaires specialisés).
DICIONÁRIO. CHILVERS, I. The Concise Oxford Dictionary of Art and Artists. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1990. 517p., p. 122. (Oxford reference).
DICIONÁRIO. CHILVERS, I. Dictionary of 20th century art. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1998. 670p., p.21. (Oxford reference)
DICIONÁRIO. DUROZOI, G. Dictionaire de l'art moderne et contemporain. Sous la direction de Gérard Durozoi. Paris: Fernand Hazam, 1992. 676p.: Il.
DICIONÁRIO. SCHMIED, W.; WITFORD, F.; ZOLLNER, F. The Prestel Dictionary of Art and Artists in the 20th century. München London - New York: Prestel, 2000. 383p.: il.
DICIONÁRIO. SEUPHOR, M. Dictionaire de la peinture abstraite: precédé d´une histoire de la peinture. Paris: Fernand Hazam, 1957. 305p.: il.
FABRIS, A. Photomontage as political function. São Paulo: 2003.

GIBSON, M. Duchamp Dada. Paris: N.E.F. - Casterman, 1991, 1991. 263p.: il.
GOLDBERG, R. Performance Art: from Futurism to the Present. London: Thames and Hudson 2001. 206 p., il., algumas color. (world of art).
GOLDBERG, R.; ANDERSON, L. (Foreword). Performance: live art since 1960. New York: Harry N. Abrams, 1998. 240p.: il.
MARCUS, G. Lipstick Traces: A Secret History of the Twentieth Century. Twentieth Aniversary Edition. Cambridge (MS): The Belknap Press of Harvard University Press, 1989, 1990, 2009. 16 x 23 cm. 483p; il.
L'ECOTAIS, E.; WARE, K. Man Ray, 1890-1976. Cologne: Taschen, 2000.
LÉVÊQUE, J-J. Le triomphe de l'art moderne: les Anées Folles. Paris: A. C. R. Éd. Internationalles, 1992. 624p.: il., retrs.
LUCIE-SMITH, E. Art Today. Oxford: Phaidon Press, 1977, 417p.: il., retrs.
NÉRET, G. 30 ans d'art moderne: peintres et sculpteurs. Fribourg: Office du livre, 1988. 248p.: il.
PIERRE, J. El futurismo y el dadaismo. Madrid: Aguilar, 1968.
PIERRE, J. L'Univers Surréaliste. Paris: Somogy, 1983
RAGON, M..Journal de l´Art Abstrait. Genève: Skira, 1992. 163p: il.

READ, H. Histoire de la Peinture moderne. Traduction de Yves Rivière. Paris: Aimery-Somogy, 1960.
RICHTER, H. HAUPTMANN, W. (Post-Scriptum). Dada art & anti-art. Cologne: Du Mont Shauberg, 1964. 1965. 246p.: il.
RICHTER, H. Dadá Arte e Anti-Arte. Tradução de Marion Fleischer. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
SCHAMALENBACH, W.; GRASSKAMP, W. (Biogr.). German Art of the 20th Century: painting and sculpture 1905-1985. Translated by John Ormond. Munich - Düsseldorf: Prestel, 1987
SCHAMALENBACH, W.; GRASSKAMP W. (Biogr.). Masterpieces of 20th Century Art: from Kunstasammlung Nordheim-Westfalen Düsseldorf. Translated by John Ormond. Munich Düsseldorf: Walter Grasskamp, Prestel, 1990. 354p: il.
SEUPHOR, M.: RAGON, M.: PLEYNET, M. L'Art Abstrait. Paris: Maeght, 1949. 1971-1988, 05 v.: il.
TESCH, J.; HOLLMANN, J.Icons of Art: the 20th Century. New York: Ekhardt Hollman, Prestel, 1997. 216p.: il.



DANTO, A. After the end of art - contemporary art and the pole of history. Princeton: Princeton University Press, 1997.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

 

BAADER, Johannes Theodor (1875-1955).


O arquiteto e artista plástico, nasceu em Stuttgart e faleceu na Baviera; ele participou do Dadaísmo, no eixo Zurique – Berlim. Aparentemente suas obras foram de excelente qualidade, mas só podem ser avaliadas através das poucas que restaram de sua produção mais gráfica, em fotomontagens e técnicas mistas. O artista planejou e executou como projeto de arquitetura o Jardim Zoológico (Stellinger, Alemanha), o primeiro sem grades no mundo, que projetou-o internacionalmente.

 
Baader foi um dos fundadores do Clube Dadá e liderou as inúmeras ações de protesto do grupo de artistas contra a evolução do poder nazista na Alemanha, na época sofrida do imediato pós-guerra (1919-1920). Quando Baader promulgou os seus Oito Princípios do Universo e proclamou o novo calendário Dadá aprovou o início do movimento como Ano 1, ele se auto-proclamou Presidente do Globo (6 fev., 1919); depois de vários incidentes, a policia fichou-o como louco, mas era só a face mais radical do Dadaísmo que Baader queria mostrar.
O artista foi o fundador e único associado ao Partido Livre Germânico; ele colaborou com Raoul Hausmann, outro artista radical pertencente a seu grupo, nas Noites Dadaístas (1918). Baader publicou artigos na revista Der Dada (nos. 1 e 2) e editou o Hado - Manual do Superdadaísmo [Hado Handbuch des Oberdadaismus], além de organizar a revista Dadaco, que, no entanto, nunca foi publicada.

 
 
Foi divulgada a notícia da morte de Baader (1o abril, 1919), para logo depois os Dadaístas anunciarem a sua ressurreição. Na grande convulsão social européia, especialmente a alemã da época, os artistas do grupo Dadá lutaram contra o nazismo através da negação dos valores mais tradicionais, como pátria, lei e ordem. As publicações impressas do grupo radical tinham o intuito de atrair a atenção do público para suas manifestações, amplamente noticiadas na imprensa, a fim de enfrentarem o crescente militarismo germânico.

 
 
Baader colaborou na organização da Feira Dadá [Dada Messe], realizada na Galeria Otto Burchard (Berlim, 25 jul. - 25 ago., 1920), quando ele e Raoul Hausmmann radicalizaram, pois vestiram um manequim inflável com o uniforme das forças especiais alemãs, que completaram com máscara de cabeça de porco, intitulando a obra Arcanjo Prussiano. Nessa mostra Baader apresentou a maquete de sua construção Grandeza e decadência da Alemanha (Plasto Die – Dada – Drame), que deveria ser monumento gigantesco com jardins suspensos de arquitetura Dadaísta. As obras citadas foram fotografadas na Dada Messe, e se encontram reproduzidas (GIBSON, 1991).
 
Criativo, inventivo e radical, Baader lançou o Prêmio Nobel Dadá; Dietas de Weimar; e o Cadáver Verde sobre o Cavalo Branco. Uma das fotomontagens de Baader foi realizada com a fotografia frontal de seu rosto, em primeiro plano, associada à fotografia do perfil de Johannes Baargeld. No Café Áustria Baader fundou o Club Blauen Milchstrasse (Berlim, 12 mar., 1919); na obra gráfica Dada Milchstrasse (1919, colagem, 50 cm x 32.5 cm, coleção particular, Milão) o artista criou cartaz publicitário na técnica de Fotomontagem (v.), utilizando como base de sua colagem um cartaz original criado anteriormente por Raoul Hausmann, no qual superpôs sua própria imagem invertida ao lado da fotografia de Hausmann impressa no papel. A reprodução desta obra também se encontra publicada (GIBSON, 1991). Em muitos dos trabalhos de Baader as letras e formas tipográficas livres prevaleceram sobre as imagens e ilustrações das fotomontagens.

 
 
Baader editou as revistas Der Dada (1919-1920) e o Dada Almanach (1920; v.); ele trabalhou até o ano seguinte, quando ocorreu o declínio do movimento Dadaísta, precipitado pelo processo judicial movido pelo estado alemão contra o Dr. Otto Buchard, dono da galeria que organizou a Feira Dadá. O fato encerrou o movimento em Berlim: pouco tempo depois Baader renunciou a toda atividade artística, trocando-a por atividades políticas. A maioria de suas obras desapareceu: no entanto, alguns de seus desenhos, colagens e fotomontagens que sobreviveram se encontram no acervo do MoMA (Nova York). Algumas obras de Baader como Der Oberdada Gedankeubuch (1922, colagem, 22 cm x 14,7 cm) e, da parceria Hausmann - Baader, o Dadaphoto (Fotografia, colagem, 21,7 cm x 12,6 cm, no acervo do MNAM, Paris), se encontram reproduzidas (GIBSON, 1991).

Baader publicou:
 

BAADER, Johannes. Sonderausgabe Grune. Leiche Berlin, 1919.
______. Il. Praesident Baader Reklame fur mich. [Presidente Baader, anúncio para mim]. Berlin: Der Dada, n. 02, Dez., 1919.
______. Dio-Dada-Drame. Berlin: Dada Almanach, Erich Reiss Verlag, 1920.


REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

CATÁLOGO. ADES, D. Dada and Surrealism Reviewed. Introduction by David Syilvester and supplementary essay by Elizabetn Cowling. London: the Authors and the Art Council of Great Britain, Hayward Galleries, 1978,475p.: il., pp. 89, 90.
 
PIERRE, J. El futurismo y el dadaísmo. Madrid: Aguilar, 1968, p. 146.
PIERRE, J. L'Univers Surréaliste. Paris: Somogy, 1983, p. 149.
 
GIBSON, M. Duchamp Dada. Paris: N. E. F. Casterman, 1991. 263p.: il., pp. 106, 108, 109, 130-131.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

 
REVISTAS  DADAÍSTAS  INTERNACIONAIS PUBLICADAS NO SÉCULO XX (1916-1949).

As principais revistas Dadaístas (1916-1924) foram: Cabaret Voltaire [Cabaré Voltaire], Dada [Dadá] e Der Zeltweg [Tenda no Caminho] (Zurique, Suíça, 1916-1919). Revistas Dadaístas foram publicadas em outros países como na França e na Áustria (1920-1924): La Pomme des Pins (A Maçã de Alfinetes, Saint-Raphael, França, fev., 1922), editada por Francis Picabia; e, Le Coeur à Barbe (Coração Barbado, abr., 1922), editada por Tristan Tzara; a 391 (Barcelona, Nova York, Zurique e Paris; 1917-1924), lançada internacionalmente por Francis Picabia, editor que patrocinou várias revistas de Tristan Tzara, e que publicou os dois números de Cannibale (Canibal, Paris, 1920); e a revista que foi catálogo de sua última mostra individual, a 491 (Paris, 1949).

Inúmeras publicações vanguardistas foram lançadas na Alemanha, destacando as editadas pela Editora Malik [Malik Verlag] (v.), de um Dadaísmo radical e nihilista, como Neue Jugend (Nova Juventude, 1916–1917), Die Pille [A Pilula], Der Gegner [O Adversário], Die Rosa Brille [A Luneta Rosa], Die Freie Strasse [A Rua Livre]; a Der Blutige Ernst [O Sangue do Ernesto, 1919), editada por George Grosz e Carl Einstein; a Die Pleite (A Bancarrota,1919–1924), editada por George Grosz e Wieland Herzfelde; e a Jederman Sein Eigener Fussball (A cada um seu futebol, 15 fev., 1919), editada com único número por G. Grosz e Franz Jung.

Na cidade de Colônia o grupo de vanguarda liderado por Max Ernst publicou três revistas Dadaístas: a Bulettin D (Buletim D, sendo D = Dadá,1919); Die Shammade [O Camarada] e Der Ventilador (O Ventilador, 1920). Na mesma cidade, o grupo de Franz W. Seiwert herdou o mercado de Ernst depois que ele foi viver no exterior: os artistas publicaram Stupid (Estúpido, 1919), porta-voz do Grupo (Alemão) Estúpido (v.), e, mais tarde, a – z (1929-1933), do Grupo dos Artistas Progressivos [Progressiven Kunstler]. Seiwert também publicou textos e ilustrações na Die Action (A Ação, 1904-1932). Em Hanover, Kurt Schwitters lançou Merz (Mércio = radical da palavra Co-Mércio, em alemão, 1922-1932); a revista Mecano (Leiden, 1922-1923) foi publicada na Holanda por Théo van Doesburg.

O ramo do Dadaísmo norte-americano se formou em torno do fotógrafo vanguardista Alfred Stieglitz, com Man Ray, Marcel Duchamp, Beatrice Wood, Walter Conrad Arensberg e Marius de Zayas. O grupo publicou as revistas The Ridgefield Gazook [A Gazeta de Ridgefield] (Man Ray), New York Dada [Dadá Nova York], Rongwrong [Erroerrado] e TNT (1915-1921).


REFERÊNCIA SELECIONADA:

 
CATÁLOGO. ADES, D. Dada and Surrealism Reviewed. Introduction by David Syilvester and supplementary essay by Elizabetn Cowling. London: the Authors and the Art Council of Great Britain, Hayward Galleries, 1978. 475p.: il., pp. 42-43, 103-110, 159.