domingo, 11 de maio de 2014

GRUPO (BRITÂNICO DA) IRMANDADE CÍRCULO DO ANEL [BROTHERWOOD OF THE LINKED RING] (Londres, c. 1892-1908).


GRUPO (BRITÂNICO DA) IRMANDADE CÍRCULO DO ANEL [BROTHERWOOD OF THE LINKED RING] (Londres, c. 1892-1908).



A Irmandade do Círculo do Anel surgiu em oposição à Sociedade Real Fotográfica [Royal Photographic Society]. A nova associação de fotógrafos vanguardistas se dedicou a fotografia vista como forma de expressão artística: ela foi precursora de várias sociedades de Fotografia Pictorialista, como do Clube de Câmera de Viena [Wiener Camera Club] (1892-) e do Foto Clube de Paris [Photoclub de Paris] (1894-), e do Grupo (Americano) da Secessão Fotográfica [Photo-Secession] (Nova York, 1902-).


A Irmandade do Círculo do Anel cooptou associados do Grupo do Novo Clube da Arte Inglesa [New English Art Club] (v.), como George Davidson, A. H. Hinton, Maskell, Lydell Sawyer e H. P. Robinson, aos quais se associaram, notadamente, F. H. Evans e F. M. Sutcliffe. O clube organizou o Salão Anual de Fotografia Pictorialista de seus associados, chamado de Salão de Londres, para o qual foram convidados fotógrafos como Alfred Stieglitz, F. H. Day, Edward Steichen e A. L. Coburn, entre outros.

 

REFERÊNCIA SELECIONADA:


DICIONÁRIO. BREUILLE, J-P. Le dictionnaire mondial de la photographie : la photographie des origines a nos jours. Sous la direction de Jean-Philippe Breuille. Paris: Larousse, 1994. 735p.: il., retrs., p. 370. (Dictionnaires specialisés).

FOTOGRAFIA NA FOTOGRAVURA OU GRAVURA HELIOGRÁFICA.


FOTOGRAFIA NA FOTOGRAVURA OU GRAVURA HELIOGRÁFICA.


O processo de reprodução de imagens gráficas chamado de Gravura Heliográfica foi desenvolvido por J. N. Niépce com o pintor, pesquisador e químico francês Louis Jacques Mandé Daguerre (1780-1851). Foi esse especialista na câmera escura que pesquisou, e levou ao desenvolvimento da dita, Fotogravura, que, no século XIX, representou o estágio fotomecânico das Artes Gráficas. O processo da Fotogravura, associado à Impressão Tipográfica, se baseia no princípio geral da utilização de substâncias químicas que endurecem com a luz, e resistem à ação dos ácidos utilizados também em várias outras técnicas de impressão, através das quais foram confeccionados clichês sobre placas metálicas a fim de reproduzirem através da impressão gráfica, imagens de desenhos e fotografias.


A Fotogravura permitiu, pela primeira vez, a impressão de imagens com contrastes nítidos: esse processo somente se tornou disponível para aplicação industrializada em meados do século XIX, devido às pesquisas de Paul Prestsch (Londres), James (Southampton, UK), Angerer (Viena, Áustria), Husnik (Praga, Tchecoslováquia) e Gillot, cuja técnica foi denominada de Gillotipia (Paris, 1859-1862). A industrialização do processo de acréscimo das sombras na Fotogravura, se originou da pesquisa de Benjamim Day, quando a maquinária dispensou o trabalho que anteriormente era executado manualmente (1879).



 

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
 

BENTON, H. H. (Org..) Enciclopédia Barsa Rio de Janeiro - São Paulo: Encyclopaedia Britannica Ed., 1975, pp. 60, 308-313.
 

quinta-feira, 8 de maio de 2014

FOTOGRAFIA: CRONOFOTOGRAFIA DA LOCOMOÇÃO HUMANA (c. 1880-1904).

 
FOTOGRAFIA CRONOFOTOGRAFIA DA LOCOMOÇÃO HUMANA (c. 1880-1904).



O cientista francês Étienne-Jules Marey (1830-1904). nasceu em Beaune e faleceu em Paris: ele foi fisiologista, inventor e precursor da fotografia científica, que chamou de Cronofotografia, tirada à partir da observação do movimento de pessoas e animais. Marey inventou vários aparelhos para registrar o movimento, inclusive um dito, Rifle Fotográfico, que disparava fotografias sequenciais, observando o movimento à partir de um único ângulo e de um único ponto de vista. Marey observou também o movimento de um pássaro em voo, para o qual ele inventou sua máquina voadora, um monoplano com dois motores de propulsão, invento determinante no progresso no campo da aviação. A Pistola Fotográfica de Marey permitiu ao cientista tirar 12 fotos sequenciais por minuto (1882). O pesquisador fotografou pela primeira vez todo o movimento do voo de um pássaro e Marey transformou essas imagens obtidas em imagens escultóricas tridimensionais, na mesma sequência observada do movimento, na obra única, verdadeira escultura científica que se encontra fundida em bronze, exposta no Musée Marey (Beaune, França).

 
Os primeiros experimentos de Marey foram datados do início da década de 1880: foram as fotografias dele que causaram sensação na mídia da época e influenciaram as Artes Plásticas. Realizando pesquisas similares na mesma época, outro precursor foi o fotógrafo vanguardista Eadweard Muybridge (Edward James Muggeridge, 1830-1904). Esse inglês, que viveu na América, foi igualmente observador da locomoção humana e animal. Muybridge inventou outros aparelhos fotográficos para registrar a locomoção humana e animal, diferentes dos de Marey, nas suas pesquisas sem a metodologia científica empregada pelo fisiologista francês. No entanto, Muybridge foi o primeiro a fotografar um cavalo no galope.


As pesquisas de Marey foram amplamente divulgadas no jornal científico La Nature [A Natureza] (1883-1890). Marey publicou o sumário de suas pesquisas, com a descrição da metodologia empregada, no seu livro, ricamente ilustrado, Le Mouvement [O Movimento] (1884). O livro se transformou na sensação da época e ficou bastante conhecido nas vanguardas artísticas francesas e internacionais. As fotografias de Marey serviram de fonte de inspiração para as obras do movimento do Cubismo francês, especialmente marcantes na série intitulada Nu descendo a escada (n. 01/ 02), de autoria de Marcel Duchamp (v. Cubismo e Grupo Cubista da Seção de Ouro  no meu Blog Educativo:

 
A pintura que ficou mais conhecida foi a segunda, que causou escândalo quando participou da Exposição da Armada [Armory Show], a primeira mostra das vanguardas artísticas francesas aliadas as norte-americanas, com curadoria de Arthur Garfield Dove (Nova York, 1913; v.). As Cronofotografias de Marey influenciaram o professor de pintura dos Futuristas italianos, Giacomo Balla (v. Futurismo na Pintura; v. Fotografia).


REFERÊNCIAS SELECIONADAS:


CATÁLOGO. ADES, D. Dada and Surrealism Reviewed. Introduction by David Syilvester and supplementary essay by Elizabetn Cowling. London: the Authors and the Art Council of Great Britain, Hayward Galleries, 1978,475p.: il., p. 28.

CATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L; CAUMONT, J; CELANT, G; COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE MARIA, L.; DI MILLIA, G.; FABRIS, A.; FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.; GREGOTTI, V.; LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.; MENNA, F.; ÁCINI, P.; RONDOLINO, G; RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.; SILK, G.; SMEJKAI, F.; STRADA, V.; VERDONE, M.; ZADORA, S. Futurism and Futurisms. New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986, 638p.: il, retrs., p. 511.


BRITT, D.; MACKINTOSH, A.; NASH, J. M.; ADES, D.; EVERITT, A; WILSON, S.; LIVINSGSTONE, M. Modern Art: from Impressionism to Post-Modernism. London: Thames and Hudson, 1989, 416p.: il., p. 181.

GIBSON, M. Duchamp Dada. Paris: N. E. F. Casterman, 1991. 263p.: il., p. 182.


segunda-feira, 5 de maio de 2014

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:


CINEMA-FOTOGRAFIA.
 
 
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

 
CATÁLOGO. ADES, D. Dada and Surrealism Reviewed. Introduction by David Syilvester and supplementary essay by Elizabetn Cowling. London: the Authors and the Art Council of Great Britain, Hayward Galleries, 1978. 475p.: il.


CATÁLOGO. Cinema Revolução: a Produção Russa, de 1925 a 1946. Rio de Janeiro: CCBB, 2002.


CATÁLOGO. Cinema Russo e Soviético. Cinemateca Brasileira nas manifestações cinematográficas da VI Bienal de São Paulo.  São Paulo: Museu de Arte Moderna, Gosfilmfond, Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, 1961/ 1962.
 
 
CATÁLOGO. Le Sexe dans l'Art Féminimasculin. Paris: MNAM -Centre Georges Pompidou, 1990.
 
 
COHEN, D.; COHEN, L. 500 Grandes Filmes. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1994.
 
 
DICIONÁRIO. PASSEK, J-L, GUILLEMOT, M. (Coord.). Larousse Dictionaire du Cinéma. Paris: Larousse, 1995. Larousse-Bordas, 1996.
 
 
DICIONÁRIO. RAPP, B.; LAMY, J. C. de. Dictionnaire de Films: 10.000 films du monde entier. Paris: Larousse, 1990.

 
ENCICLOPÉDIA. KATZ, E. The Film Encyclopedia. Revised by Fred Klein and Ronald Dean Nolan. 3rd ed. New York: Harper - Perennial, 1999. 1586 p.: il.

 
ENCICLOPÉDIA. MARTLAND, J. The Virgin Encyclopedia of Stage and Films Musicals. Based on Colin Larkins The Encyclopedia of Popular Music. London: Virgin-Muize, 1999.
 
 
ENSAIO. Evans, D. John Heartfield: Fotomontagens, 1930-1938. CATÁLOGO. John Heartfield Fotomontagens. Jorge Schwartz, Marcelo Monzani (Orgs.). São Paulo: Museu Lasar Segall, nov.2012. 196p.: il., algumas color., pp. 114-149. 28 x 21 cm.
 
 
GIDAL, P. Andy Warhol: the Factory years, films and paintings. London: Studio Vista, 1971. New York: Da Capo Paperback, 1991. 158p.: il.
 
 
INTERNET. Daguerreotype. From Wikipedia, the free encyclopedia. This page was last modified on 22 February 2010 at 08:32. Retrieved from "http://en.wikipedia.org/wiki/Daguerreotype" Acessed Aug. 17, 2010.

 
INTERNET. William Talbot. This page was last modified on 2 March 2010 at 20:09. Retrieved from "http://en.wikipedia.org/wiki/William_Fox_Talbot" Acessed Aug. 17, 2010.

 
SADOUL, G. Dictionnaire des Films: remis à jour par Émile Breton. Paris: Microcosme - Seuil, 1990. 352p., il., retrs. (Collection microcosme. Dictionnaires, v. 5). 12 x 18 cm.

TÉCNICAS NA ARTE (INTERNACIONAL): FOTOGRAFIA (1826-Hoje).



TÉCNICAS NA ARTE (INTERNACIONAL): FOTOGRAFIA (1826-Hoje).



A Fotografia foi a primeira Arte Performática: pessoas foram fotografadas, com sua aparência usual e roupas da época, bem como transformadas em personagens, na personificação exclusiva para a câmera fotográfica, na modalidade artística que denominei de Fotoperformance, que posteriormente divulgaremos. A Fotografia foi desenvolvida por técnicos, quimicos e pesquisadores em muitas gerações. Encarada como forma de arte a fotografia ocorreu desde meados do século XVIII, quando vários artistas plásticos europeus passaram a fotografar, especialmente os Pós-Impressionistas, sendo vários participantes do Grupo dos Nabis como Félix Valloton (1865-1925), Pierre Bonnard (1867-1947), Édouard Vuillard (1868-1940) e Maurice Denis (1870-1943); e o artista belga naturalizado francês, Henri Evenepoel (1872-1899), aluno de Gustave Moureau (Paris, 1826-1898); e o pintor destacado na dita, Escola de Haia, George Hendrick Breitner (1857-1923), o pioneiro holandês da fotografia tirada nas ruas de sua cidade natal, Roterdam, bem como nas ruas de Amsterdã e Paris, recentemente homenageado com mostra individual que revelou-o como fotógrafo (Rotterdam Kunsthal, 09-06/ 16-09-2012).

A Fotografia utiliza instrumento de mediação, a máquina fotográfica, aparelho reprodutivo de imagens óticas. Não somente o aparelho, mas a reprodução da imagem capturada por este aparelho sempre necessitou passar por vários procedimentos técnicos, banhos e processamentos químicos, para que a imagem fôsse reproduzida e fixada em anteparo e pudesse ser visualizada de forma independente do aparelho. Desde o século XVIII variaram os suportes da fixação da imagem fotográfica: a imagem foi fixada em placas de metal, de vidro, e, quando começou a se popularizar desde meados do século XIX, fixada no papel especial, o dito, papel fotográfico, que recebe a emulsão química que permite fixar a imagem obtida pela câmera. À medida que a máquina fotográfica foi evoluindo, novos instrumentos foram inventados e, as fotografias como forma de arte foram evoluindo do ponto de vista técnico. No entanto, do ponto de vista artístico, apesar de todas as inovações tecnológicas introduzidas nesse meio, a arte da fotografia sempre dependeu, e até hoje, depende da sensibilidade do artista que utiliza a câmera.

Gustav Le Gray (1820-1882) foi renomado fotógrafo francês, que fundou várias associações das quais ele participou, como a Sociedade Heliográfica e a SFP- Sociedade Francesa de Fotografia. O artista se transformou em conselheiro de muitos fotógrafos de sua geração, que o procuravam para receber seus ensinamentos. Le Gray tornou-se conhecido quando escreveu artigos sobre fotografia, publicados nas revistas da época. O artista dedicou-se a resolver os problemas técnicos eletromecânicos, que, na época, a fotografia apresentava. Le Gray publicou seu Tratado prático da fotografia sobre papel e sobre vidro (Traité pratique de la photographie sur papier et sur verre. Paris, 1850); o livro foi re-editado com outros títulos (1851; 1852; 1856). Le Gray foi encarregado da dita, Missão Heliográfica, de pesquisa de documentação da arquitetura de La Tourraine e de L'Aquitaine (França). O artista foi reconhecido pela excelente documentação fotográfica que produziu, que depois levou-o a documentar os monumentos de Paris, ele tornou-se o precursor da Fotografia Artística Documental, pois Le Gray realizou a documentação fotográfica do Salão de Belas Artes, fotografado sob encomenda de seu diretor, Philippe de Chenvières; as fotografias resultaram em dois álbuns, que sobreviveram ao tempo (Paris, 1852).
 
 
Le Gray inventou o Colótipo, o novo método da impressão da fotografia sobre papel encerado seco, que o artista utilizou durante 15 anos. Um de seus temas preferidos foi a paisagem da Floresta de Fontainebleau (1849-1855), na época em que o Grupo da Escola de Barbizon (v.), como J-F. Millet, entre outros, se ocupou em pintar esta mesma paisagem. Outro tema de Le Gray foi o das marinhas, que registraram, entre outros, o porto de Le Havre e de Cherbourg (1856); o porto de Toulon, seguindo pelo litoral, próximo à Sète (1857). O artista encantou o público quando apresentou suas marinhas com céu tormentoso, que expôs em Londres (1856) e (Paris (1857); uma destas fotos, A Onda [La Vague] (1856), se encontra reproduzida (BREUILLE, 1994). Outro tema do fotógrafo foram os retratos: Le Gray fotografou a Imperatriz Eugênia, a condessa espanhola que se tornou esposa de Napoleâo III (1856); e o líder político italiano Garibaldi (1860).

(continua)

sexta-feira, 2 de maio de 2014

FOTOGRAFIA (1826-hoje).


 
FOTOGRAFIA (1826-hoje).

A fotografia é arte documental, que utiliza aparato mecânico, a máquina fotográfica, para gravar imagens variadas, que, em seguida, são transpostas para diversos meios como chapas de vidro, até conseguirem a sua fixação no papel. A Fotografia não foi invenção de um único homem, foi invenção coletiva, aperfeiçoada durante mais de dois séculos; no entanto, costuma-se citar como seu inventor o artista plástico francês Joseph Nicéphore Niepce, o primeiro a fixar uma imagem na placa metálica (França, 1826).

O físico francês Gabriel Lipmann pesquisou a solução para a fixação das cores na fotografia colorida; Lipmann foi homenageado com a Medalha Janssen (1892) e se tornou presidente da Sociedade Francesa de Fotografia (1897). Devido as suas pesquisas de fotografia pelo método interferencial, o físico francês recebeu o Prêmio Nobel de Física (1918); vários de seus estudos, tais como o método de determinação de diferenças de longitude (1914), levaram ao desenvolvimento dos processos posteriormente utilizados na fotografia colorida.

Desde o final do século XIX a fotografia passou a ser vista como forma de arte, principalmente pelo trabalho pioneiro do fotógrafo norte-americano que estudou na Alemanha, Alfred Stieglitz. Em Nova York foi fundada a associação de fotógrafos norte-americanos dita, Foto-Secessão [Photo Secession] (1904); no ano seguinte A. Stieglitz inaugurou a primeira galeria dedicada à fotografia artística, dita, A Pequena Galeria dos Foto-Secessionistas [The Little Gallery of the Photo Secessionists], que posteriormente ficou conhecida como a Galeria 291 (Nova York, 1905-1917). A galeria expôs obras de fotógrafos, mas logo passou a expor obras de artistas das vanguardas européias; Stieglitz favoreceu aos artistas, pois não cobrava nenhuma comissão para a sua galeria, sustentando esta atividade educativa através da publicação de suas revistas (V. revistas Camera Club e Camera Work, publicarei).
 
Outros fotógrafos se destacaram na nova modalidade artística: no Brasil não podemos deixar de citar as coleções que contém fotografias documentais de paisagens e dos costumes do nosso entre outros povos, pertencentes ao importante acervo reunido pelo Imperador D. Pedro II e a princesa Thereza Cristina, que pertencem ao Museu Imperial (Petrópolis, RJ). Outro fotógrafo muito importante no Brasil foi Marc Ferrez: ele documentou, com muita arte, as paisagens do Rio de Janeiro e de outras regiões brasileiras (São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul). A sua primeira coletânea publicada foi o Album de Vues du Brésil (Exécuté sous la direction de J. M. da Silva Paranhos, Baron de Rio Branco. Paris: A. Lahure, 1899). Seguiu-se o Avenida Central, 08 de março de 1903 – 15 de novembro de 1906 (Rio de Janeiro, 1907). Ferrez documentou muitos episódios históricos na vida brasileira, como a Revolta da Armada (Rio de Janeiro, 1893-1894), a construção de Belo Horizonte (Minas Gerais, 1894-); os festejos da Proclamação da República (1894-); a inauguração da estátua do Visconde do Rio Branco (Glória, Rio de Janeiro, 1902), e as inúmeras fotografias que compõem o álbum presenteado ao marechal Floriano Peixoto (1854-1895). Nossas gentes também foram retratadas por sua lente especial: os tipos populares dos ofícios de amolador de facas, cesteiro, garrafeiro, jornaleiro, vassoureiro, verdureiro, vendedores diversos, há muito desaparecidos de nossa cultura e que têm seu registro histórico nas fotografias de Ferrez, que publicou vários livros.
 
No final do século XIX foram os principais precursores do registro da locomoção humana e animal, o francês E-J. Marey, inventor da Cronofotografia; e o inglês que viveu prolongado período nos Estados Unidos, Edweard Muybridge, cujas pesquisas na fotografia deram origem à Arte Cinematográfica (v.). O desenvolvimento da Aviação deveu muito as pesquisas do cientista francês, Marey, através dos aparelhos inventados por ele que, durante algumas décadas, também influenciaram as Artes Plásticas.
 
No final do século XIX e início do XX, destacaram-se a na Arte Fotográfica a alemã Gertrude Kasebier, entre outros, vários fotógrafos norte-americanos. Nas primeiras décadas do século XX outros fotógrafos que desenvolveram técnicas simples na arte experimental da fotografia, como a dita, Solarização, foram o americano Man Ray (Rayografia) e o alemão Christian Schad (Schadografia). Outros fotógrafos que desenvolveram técnicas experimentais pertenceram ao movimento Futurista (v. abaixo: Futurismo na Fotografia: Fotodinamismo Futurista), como Umberto Boccioni, Anton Giulio Bragaglia e F. T. Marinetti, entre outros (1910-1920). No Vorticismo, o americano James Coburn fotografou o Vórtice, além de personalidades das artes e letras inglesas (Londres, c. 1914-1920); e, pouco tempo depois, os fotógrafos destacados no movimento da Nova Objetividade [Neue Sachlichkeit], como Carl Blossfeld e August Sander, entre outros (1925-1933; v., publicarei).
 


Na primeira metade do século XX na Alemanha, o movimento mais interessante associado à Fotografia artística foi o da Nova Objetividade (1925-1932; v.), que produziu alguns artistas importantes dedicados a esta técnica. Foi Karl Nierendorf, conhecido negociante de importante galeria de arte quem estabeleceu a ligação próxima com o fotógrafo da natureza, Karl Blossfeldt, que publicou vários livros de fotografia. Hans Finsler lecionou Fotografia de Objetos, na Escola de Arte e Arte Aplicada (Burg Giebichenstein, 1926-1932); ele fotografou com maestria objetos como Bulbos de Lâmpadas Elétricas (1928, B&P, na Galeria Staattliche Maritzburg, Halle). Albert Ranger-Patzsch fotografou vários materiais em instalações industriais, como o Depósito Krauss de Banheiras de Zinco (1926, P&B); Rodas Dentadas, Obras de Aço e Ferro Lindener (1928, P&B); e Gerador Kauper (1927, P&B), todas no Arquivo Albert Renger-Patzsch (Ann e Jürgen Zulpich), sendo as citadas reproduzidas (MICHALSKI, 2003).

No final da década de 1920 destacou-se o livro Foto-Auge [Foto - Olho], de autoria de Franz Roh, publicado com tipografia criativa de Hans Tschichold e lançado na mostra FIFO: Film & Foto, organizada por vanguardistas como Hans Richter (Stuttgart, 1928). No México, Paul Stranddestacou-se na fotografia para cinema; outros fotógrafos destacados na primeira metade do século XX foram Mário Giacomelli, François Kollar, Tina Modotti, e Jan Saudek, sem esquecermos do brasileiro Sebastião Salgado, destaque internacional na segunda metade do século XX (v.).

Nos Estados Unidos na década de 1960, destacaram-se as fotografias eróticas de flores e seres humanos de Robert Mapplethorpe; e, os retratos de personalidades do século XX, na Fotografia Performática Autoral de Andy Warhol (Pelé, Mohamed Ali, Auto-Retrato como Drag Queen, etc.). Foi Walter Benjamin quem colocou a Fotografia no centro da grande crise da arte, pivô do colapso da obra de arte como objeto único, devido à nova tecnologia, que passou a permitir a reprodução da obra (POPPER, 1993: 24).


REFERÊNCIAS SELECIONADAS:


 
 



CATÁLOGO. ADES, D. Dada and Surrealism Reviewed. Introduction by David Syilvester and supplementary essay by Elizabetn Cowling. London: the Authors and the Art Council of Great Britain, Hayward Galleries, 1978. 475p.: il., p. 45.


BENTON, H. H. (Org.). Enciclopédia Barsa Rio de Janeiro - São Paulo: Encyclopaedia Britannica Ed., 1975, pp. 60, 308-313.


CATÁLOGO. FSA: Os Grandes Fotógrafos Americanos. Curadoria de João Kulcsár. Galeria D. Pedro II. São Paulo: CAIXA Cultural, 16 maio – 08 jul., 2007.


DICIONÁRIO.BREUILLE, J-P. Le dictionnaire mondial de la photographie, la photographie des origines a nos jours. Sous la direction de Jean-Philippe Breuille. Paris: Larousse, 1994, p. 45.

FOLHETO. SIZA, T. Fotografia: Suporte da Memória, Instrumento da Fantasia. Rio de Janeiro: CCBB/ Centro Cultural Banco do Brasil, maio, 2005.

INTERNET. Art Knowledge News - Keeping You in Touch with the World of Art...
New York State Museum Exhibition Focuses on the Great Depression. Disponível: "Art News" <signups@artknowledgenews.com>.Acesso: 02 jan., 2011.

MICHALSKI, S. New Objectivity. Neue Schlichkeit: Painting in Germany in the 1920s. Painting, Graphic Art and Photography in Weimar Germany 191-1933. Köln - London - Los Angeles - Madrid - Paris - Tokyo: Taschen, 2003, pp. 180-193.

O´'KEEFFE, G. One Hundred Flowers. New York: Nicolas Callaway, Barnes and Noble, 1987, p. 24.




POPPER, F. Art of the Eletronic Age. London: Thames and Hudson, 1993.