sexta-feira, 31 de outubro de 2014

1926-1927. GRUPO DOS SETE (ARTISTAS ITALIANOS) DE PARIS OU GRUPO DOS SETE DE PARIS.

GRUPO DOS SETE (ARTISTAS ITALIANOS) DE PARIS OU GRUPO DOS SETE DE PARIS (c. 1926-1927). Esse grupo de pintores formou-se com artistas participantes do Grupo (Italiano) da Pintura Metafísica (Ferrara, Roma, Turim; Roma - Paris, 1916-1922). Vários artistas passaram prolongada temporada parisiense, e, liderados por Mário Tozzi e Giorgio de Chirico, formaram o grupo mais conhecido como Os Sete de Paris. Participaram Mássimo Campigli (1895-1971), Filippo De Pisis (1896-1956), Giorgio De Chirico (1888-1978) e seu imão Alberto Savínio (Alberto Andrea de Chirico, 1891-1952), Gino Severini (1883-1966), Mário Tozzi (1895-1979) e Renato Paresce (René Herbert Paresce, 1886-1937). Os artistas desse grupo tornaram-se logo reconhecidos internacionalmente. REFERÊNCIA SELECIONADA: DICIONÁRIO. BREUILLE, J-P. Dictionnaire de la peinture et de sculpture : l'art du XXe siècle. Sous la direction de Jean-Philippe Breuille. Paris: Librairie Larousse, 1991. 777p.: il., retrs. (Dictionnaires specialisés).

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

1933-1934. REVISTA QUADRANTE (Milão).

1933-1934. REVISTA QUADRANTE (Milão). A revista Quadrante (Milão, maio, 1933 - dez. 1934), foi editada por Bardi, colunista do jornal L’Ambrosiano, como o escultor Medardo Rosso, crítico de arte do mesmo jornal. A Quadrante se tornou importante devidos aos artigos publicados por engenheiros, arquitetos, artistas e críticos italianos, sendo que alguns, posteriormente, receberam projeção internacional como Gaetano Ciocca (1882-1966), Guido Fiorini (1891-1965) e Pier Luigi Nervi (1891-1979). Ciocca ajudou Bardi no planejamento da Quadrante (1932-1933) e publicou artigo nos números inaugurais da revista (n. 01; n. 03). Ciocca foi o engenheiro que ajudou Giovanni Agnelli a desenvolver processos de produção mais eficientes e facilitadores para a FIAT (Turim) e construiu vários protótipos para sistema nacional de Ruas Guiadas, reorganização dos sistemas de infra-estrutura de transportes urbanos que combinaram a flexibilidade das viagens automotivas com o abastecimento programado de combustível e a eficiência laboral das auto-estradas. Ciocca patenteou o processo de suas Casas de Construção Rápida, nasquais empregou a pré-fabricação de vários elementos e construíu casas de trabalhadores adequadas e salubres. O projeto mais ambicioso de Ciocca foi a construção de casas de trabalhadores em larga escala na sua região natal (Cascina Valbana, Lombardia), que incluiu a hípereficiente fazenda para a criação de porcos, cujo design seguiu os princípios e as propostas de Frederick Winslow Taylor. Nos seus artigos publicados na revista, Ciocca promoveu a posição ética de que os intelectuais dividiam a responsabilidade de servir ativamente à sociedade. A Quadrante providenciou importante forum e a seleta audiência para o projeto da dita, tensistruttura, sistema estrutural sob tensão de Fiorini, no qual os pisos dos andares dos edifícios seriam tensionados através de sistema de cabos de aço estruturados em eixo centralizador. Uma variante da tensistruttura permitia a construção de grandes vãos livres nos hangares de aviação; na maioria das vezes o sistema reduzia o esqueleto do edifício a armadura mais leve e delicada possível, sem prejuízo de suas capacidades estruturais. Fiorini depois elaborou o sistema da tensistruttura, como modo de integrar a cultura metropolitana da habitação à natureza orgânica da vida, reintroduzindo na paisagem das cidades arranha-céus colocados espaçadamente no tecido urbano. O trabalho de Fiorini impressionou Le Corbusier, e representou enorme influência na discussão da Estética do Engenheiro e Arquitetura, artigo no qual o arquiteto suíço relacionou argumentos de Walter Gropius, Ludwig Mies van der Rohe e dos Construtivistas russos, entre outros. Nos seus escritos Fiorini interpretou o projeto das Cidade Contemporânea [Ville Contemporaine] de Le Corbusier como a tentativa de acomodar os requerimentos funcionais da vida urbana com a mínima metragem quadrada possível colocada em amplos espaços abertos de terra. Nervi foi a figura mais conhecida internacionalmente da engenharia italiana: ele usou a Quadrante para divulgação de seus raros escritos na década de 1930. Bardi escreveu entusiasticamente sobre a obra de Nervi, começando com o estádio municipal (Florença, 1929-32), visto como marco de inovação estrutural na técnica do concreto armado, na construção de degraus helicoidais de proporções inusitadas tornadas possíveis através de detalhada pesquisa de materiais. Nervi publicou sete artigos na Quadrante, que incluíram descrições de vários projetos obscuros, porém fascinantes, entre esses o desenho de casa redonda à beira-mar que se movia através de eixo (1932), similar à casa contemporânea de Angelo Invernizzi (Veneto). Na revista Quadrante os artigos publicados dialogaram com a defesa de Bardi da relevância da arquitetura na sociedade. No começo a revista ofereceu somente o forum aberto para publicar e refinar as propostas dos engenheiros italianos, mas resultou em seguida na formação da rede integrada de informação especializada, que permitiu aos engenheiros formarem relações profissionais duradouras e produtivas com outros membros do círculo da Quadrante. Ciocca, Fiorini e Nervi, de três modos distintos, trouxeram para a discussão da sociedade italiana imensa variedade de novos meios tecnológicos, incluindo engenharia estrutural, pesquisa de materiais, planejamento de cidades, desenho de veículos, do tecido urbano para transporte de massa, desenhos de engenharia civil, entre outros tópicos relevantes (nos. 22-31). A Quadrante deixou legado influente, pois publicou a rica discussão sobre as pesquisas dos engenheiros italianos mais importantes da época, que, posteriormente, resultou na associação de Nervi e Ciocca no protótipo da Rua Guiada. Ciocca, aproveitou os comentários de Fiorini que publicou 15 artigos sendo 6 a discussão sobre sua proposta para teatro das massas. Foi através da Quadrante que Ciocca encontrou seus parceiros na BBPR (Belgioioso, Banfi, Peressutti e Rogens), com quem ele colaborou em vários projetos. Fiorini e Nervi executaram projetos conjuntos com Bardi voltados para pavilhões de exposições. Futuristas italianos publicaram artigos sobre teatro na revista Quadrante, BRAGAGLIA, Anton Giulio. Il teatro sperimentale di domani, o d’oggi. [O teatro experimental do amanhã e o de hoje]. Milano: Quadrante, 03, jul., 1933, Bragaglia. Propositi per il teatro sperimentale. [Propostas para o teatro experimental]. Milano: Quadrante 06, out., 1933. BONTEMPELLI. Mássimo. Pirandello Premio Nobel. Milano: Quadrante 19, nov., 1934. PIRANDELLO, Luigi. I Giganti della Montagna. [O Gigante da Montanha] (2º ato da peça teatral). Milano: Quadrante 19, nov., 1934. PRAMPOLINI, Giacomo. Una storia universale di letteratura. [Uma história universal da literatura]. Milano: Quadrante 08 dez., 1933. SYRKUS, Szymon. Nuova teoria del teatro. [Novas yeoria do teatro]. Milano: Quadrante 11, mar., 1934. MONOTTI, Francesco. Il teatro tedesco e rilievi italiani. Milano: Quadrante 12, abr., 1934. BEHRENS, P. Scientific Management's Lost Aesthetic: Architecture, Organization, and the Taylorized Beauty of the Mechanical. Administrative Science Quarterly, Vol. 42, n. 04. (Dec., 1997): p.682. BEHRENS, P. Chapter 6: Visionary Engineers: Ciocca, Fiorini, Nervi.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

BIOGRAFIA: MAFAI, Mário (1902-1965).

BIOGRAFIA: MAFAI, Mário (1902-1965). O pintor italiano nasceu em Roma e tornou-se, juntamente com Scipione (Gino Bonichi, 1904-1933), um dos fundadores da dita, Escola Romana (1928-1937). Mafai passou temporada em Paris, onde conheceu a arte de Chaim Soutine (1893-1943), Jules Pascin (1883-1930), Moise Kisling (1891-1953) e Marc Chagall (1887-1985), todos de origem judaica, búlgaros, lituanos e russos que moravam no ateliê A Colméia [La Ruche] (v.). Esses vanguardistas se tornaram, posteriormente, artistas bastante conhecidos da dita, Escola de Paris (1900-1940). Scipione (Gino Bonichi, 1904-1933), pintor romano e grande amigo de Mafai, foi o cofundador da Escola Romana [Scuola Romana], também conhecida como a Escola da Rua Cavour [Scuola di Via Cavour] (Roma, 1928-1933). A sede foi o ateliê de Mafai, agregando os. participantes, além dele e Scipione, Afro (Basaldella, 1912-1976), seu irmão o escultor Mirko Basaldella (1910-1969), Giacomo Balla (1871-1958); Mario Brolio, R. Melli e Edita Brolio, editores da revista Valori Plastici [Valor Plástico] (Roma, 1918-1921), que se tornou porta-voz tanto do Grupo da Pintura Metafísica bem como do Grupo da Escola Romana; participaram igualmente Corrado Cagli (1910-1976), Francesco Cangiullo (1884-1972), Giorgio de Chirico (1888-1978) e seu irmão Savinio (Alberto de Chirico, 1891-1952), Renato Guttuso (1911-1987), o escultor Marino Mazzacuratti (1907-1969), o pintor Fausto Pirandello (1899-1975), Fausto Pirandello, filho do grande dramaturgo Luigi Pirandello, e Toti Scialoja (Antonio Scialoja, 1914-1998), Gino Severini (1883-1966), Carlo Socrate (1889-1967), Giovanni Stradone (1911-1981), Renzo Vespignoni (1924-), Alberto Ziveri (1908-). Scialoja manterá posteriormente estreita ligação com as vanguardas brasileiras, através de sua participação como cenógrafo e figurinista nos Ballets do IV Centenário de São Paulo (1953-1954). A denominação do grupo foi dada pelo crítico de arte italiano Roberto Longhi (1929), e a primeira exposição ocorreu em Roma (1928). Existiram outros grupos conhecidos como Escola Romana [Scuola Romana]. Mafai conheceu a Pintura Metafísica dos italianos Giorgio de Chirico (1888-1978) e Carlo Carrà (1881-1966), que ele reinterpretou à seu modo. As composições de Mafai, de natureza íntima, e a temática adotada das naturezas-mortas, lembram a obra de outro italiano que dedicou-se quase que somente as naturezas-mortas estáticas, imóveis, pintadas com areia, o que resultava em cores opacas e sem nenhum brilho: Giorgio Morandi (1890-1964). Nas décadas de 1940-1950 Mafai pintou obras Expressionistas, sustentadas por colorido intenso. Várias de suas pinturas estiveram presentes à representação italiana na II Bienal de São Paulo (1953), como Banco de Flores (1952, 100 cm x 80 cm); Estrada de Subúrbio (1951, 100 cm x 200 cm); Paisagem Romana (1953, 50 cm x 70 cm); Pimentões (1952, 50 cm x 75 cm) e Rosas (1952, 50 cm x 70 cm). Obras desta série foram resultantes do Realismo pictórico adotado pelo artista (1948-1953). Na epoca Mafai pintou temas como vistas das praças, reuniões populares como feiras e mercados ao ar livre, eventos realizados em Roma. No entanto, o artista carregou sempre na sua obra elementos líricos que brotaram da visão pessoal original, com contornos psicológicos modernos. Várias das obras de Mafai podem ser apreciadas na Galeria de Arte Moderna (Roma). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: ALBINI, Carla. Les Arts Plastiques en Italie, de 1860 a 1943. Traduction de Maria Brandon-Albini. Paris: Éditions Entente, 1943. 1985, pp. 262-274. DICIONÁRIO. BREUILLE, J-P. Dictionnaire de la peinture et de sculpture : l'art du XXe siècle. Sous la direction de Jean-Philippe Breuille. Paris: Lib, Larousse, 1991. 777p.: il., retrs., p. 517. (Dictionnaires specialisés). DICIONÁRIO. CHILVERS, I. Dictionary of 20th century art. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1998. 670p., p. 526. (Oxford reference)

domingo, 12 de outubro de 2014

BIOGRAFIA: SCIALOJA, Toti; Antonio Scialoja (1914-1998).

BIOGRAFIA: SCIALOJA, Toti; Antonio Scialoja (1914-1998). O destacado artista plástico, foi cenógrafo e figurinista dos teatros europeus. Scialoja nasceu em Roma, e, inicialmente participou do grupo de vanguarda conhecido como Escola Romana [Scuola Romana ou Scuola di Via Cavour] (Roma, 1928-1937), que se reunía no ateliê de Mário Mafai. O grupo realizou uma única mostra coletiva (1929). Scialoja abandonou seus estudos na Faculdade de Direito para tornar-se pintor; ele foi autodidata, mas reconheceram-lhe o talento, pois ele se tornou, mais tarde professor de Pintura na Academia de Roma. As obras pictóricas de Scialoja receberam a influência do pintor Giorgio Morandi: ele adotou inicialmente o estilo Figurativo, mas tendendo à Abstração. O artista expôs suas obras na I Bienal Internacional (São Paulo, 1951). Nas décadas de 1940-1950, o bailarino e coreógrafo Aurélio Millos trabalhou durante vários anos na Itália: ele conheceu Scialoja, que criou algumas cenografias para espetáculos de dança com coreografias de Milloss. Em meados da década de 1950 Scialoja foi convidado por Milloss para criar cenários e figurinos para os Ballets do IV Centenário da Cidade de São Paulo (1953-1954). Durante sua estada na cidade, Scialoja criou cenários e figurinos para o balé Caprichos, dito, Sarcasmos Tragicômicos de Aurélio Milloss, em torno da música das duas Petites Suites de Igor Stravinsky. Este balé havia sido apresentado anteriormente em Roma (1943); no Brasil, esteve entre os primeiros espetáculos encenados no TMRJ/ Theatro Municipal do Rio de Janeiro (17 e 22 dez., 1954). Em São Paulo foi apresentado no TS/ Teatro Santana (dias 06, 08, 09, 25, 26, 27 e 29 jun., 1955); e, em uma récita vespertina, na Temporada Lírica Oficial, no TMSP/ Theatro Municipal (São Paulo, 13 nov., 1955). Para estes espetáculos todos foi regente da orquestra o maestro Juan Giuliano; Lia Dell'Ara foi a Maîtresse de Balé e assistente de Direção Coreográfica; dançaram Muni Carnewal e Norberto Nigro, como o Duo Napolitano; Helena Weber dançou no papel da Espanhola Louca; formaram o grupo russo os bailarinos Addy Addor, Acir Giannaccini, Francisco Schwartz, Carlos Villar e Noêmia Weiner; dois bailarinos, Raul Severo e Cristian Uboldi, se revezaram no papel do bailarino com trombeta preta; Ismael Guiser foi o oficial valsante; e Maria Helena Freire, Márika Guidali e Tatiana Iewlewa formaram o grupo das dançarinas de polka, eventualmente substituídas por Lúcia Villar e Sioma Fantauzzi. Depois que todo o grupo dos Ballets do IV Centenário trabalhou muito, montando os espetáculos com 17 coreografias de A. Milloss, viveu a grande decepção dos balés não serem encenados no palco para o qual todos os cenários foram especialmente construídos, o do Theatro Municipal de São Paulo. O prefeito Jânio Quadros deixou o teatro em reforma durante todo o ano do IV Centenário da cidade (1954), mantendo querela política com a Comissão do IV Centenário, presidida por Francisco Ciccilo Matarazzo, Assim, esta foi a principal razão porque os espetáculos estrearam no palco do TMRJ, no Rio de Janeiro e depois, em meados do ano seguinte, no Teatro Santana (São Paulo, jun., 1955). Os cenários de Scialoja para o espetáculo brasileiro se destacaram no todo, conforme declarou BARBOSA (1998), estavam embebidos da estética da Metafísica italiana (v. Pintura Metafísica), metabolizada pelo Expressionismo, jogando o público em um turbilhão de cores. O figurino da espanhola louca foi considerado entre os mais elegantes dos 600 figurinos cridos pelos artistas para os Ballets do IV Centenário da Cidade de São Paulo. Passada a temporada brasileira, Scialoja viajou, quando passou prolongada temporada nos Estados Unidos; suas pinturas receberam importante prêmio internacional na Exposição de Arte Moderna (Pittsburg, 1955). No ano seguinte, Scialoja expôs suas obras em mostra individual na Galeria Pierre Matisse (Nova York, 1956). Depois dessa estada na capital das artes norte-americanas, Scialoja desenvolveu estilo de pintura influenciado pela obra dos Expressionistas Abstratos norte-americanos, quando partiu, de acordo com BARBOSA (1998), de seu Expressionismo Figurativo consolidado. Scialoja foi também excelente escritor e publicou livro de poesia (1952). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: ENSAIO. AMARAL, G. Um balé antropofágico. Apud CATÁLOGO. Fantasia Brasileira. Antropofagia nas Artes Cênicas, São Paulo 1953-1955. São Paulo: SESC São Paulo - XXIV Bienal de São Paulo, 1998, pp. 10-25. ENSAIO. BARBOSA, A. M. A cumplicidade com as artes. Apud CATÁLOGO. Fantasia Brasileira. Antropofagia nas Artes Cênicas, São Paulo 1953-1955. São Paulo: SESC Belenzinho - XXXIV Bienal de São Paulo, 12 out. - 13 dez., 1998, p. 70. ENSAIO.TONI, F. C. Música e músicos do Ballet IV Centenário in Fantasia Brasileira. O balé do IV Centenário. Antropofagia nas Artes Cênicas São Paulo 1953-1955. São Paulo: SESC Belenzinho - XXXIV Bienal de São Paulo, 12 out. - 13 dez., 1998, p. 93. ENSAIO.VALLIM JR., A. R. Ballet IV Centenário: Emoção e Técnica in Fantasia Brasileira. O Balé do IV Centenário. Antropofagia nas Artes Cênicas São Paulo 1953-1955. São Paulo: SESC Belenzinho - XXXIV Bienal de São Paulo, 12 out. - 13 dez., 1998, p. 33. BIOGRAFIAS. RIBEIRO, M. I. B. Biografias in Fantasia Brasileira. O balé do IV Centenário. Antropofagia nas Artes Cênicas. São Paulo 1953-1955. São Paulo: SESC Belénzinho - XXXIV Bienal de São Paulo, 12 de out. a 13 de dez., 1998, pp. 173, 179 . DICIONÁRIO. CHILVERS, I. Dictionary of 20th century art. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1998. 670p., p. 526. (Oxford reference)

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

BIOGRAFIA: SCIPIONE, Gino Bonichi (1904-1933).

BIOGRAFIA: SCIPIONE: Gino Bonichi (1904-1933). O artista, grande amigo de Mário Mafai, nasceu em Roma: ele participou do grupo das vanguardas conhecido como Escola Romana [Scuola Romana ou Scuola di Via Cavour] (Roma, 1928-1937), que se reunía no ateliê de Mafai. A primeira mostra do grupo realizou-se em Roma (1929). Scipione tornou-se conhecido no início da década de 1930; durante c. de 15 anos, devido a uma pneumonia, sua saúde foi sendo lentamente minada pela doença. O artista faleceu jovem, depois de passar seus dois últimos anos de vida internado em sanatório. Scipione posuía a verdadeira febre de criação, que levou-o à construir riquíssimo universo pictórico, que traduziu toda a sua sensualidade, fervente e viva, mas perpassada pela atmosfera melancólica da morte. Dotado de complexo mundo espiritual, baseado em profunda religiosities, o artista traduziu-o na obra. Embora físicamente doente, Scipione foi incapaz de aceitar o fato: ávido de vida, ele expressou nas suas pinturas uma certa curiosidade mórbida. No dia a dia, o artista saiu em busca das mulheres de vida fácil, consideradas perdidas, e foi capaz de expressar na sua arte toda a ambigüidade deste universo. A educação artística de Scipione foi baseada no estudo das obras existentes nos museus, na observação das pinturas de Francisco Goya y Lucientes e de El Greco, dos desenhos de Honoré *Daumier e das pinturas de Marc Chagall. Declarou ALBINI (1943), que os retratos de Scipione lembravam os de Goya (A Mãe, na Galeria Nacional de Arte Moderna, Roma), e que a obra considerada mais importante do pintor foi o Retrato do Cardeal Vannutelli (1929-1930, no acervo da Galleria Communale d'Arte Moderna, Roma), no qual Scipione exerceu sem reservas a análise de certa parcela da sociedade romana. A obra pertence a um grupo de quadros impregnados da atmosfera fantástica da paisagem romana, embuída de Simbolismo, do desejo de interpretar seu tema, superando-o. Albini descreveu o retrato como terrível! E MARCHIORI publicou o livro Scipione (ed. Hoepli, 1939); o autor assim se expressou sobre o Retrato do Cardeal Vannutelli, que parecia eco de certo período da obra de D'Annunzio, sem grandes diferenças entre a Roma de Scipione e aquela de Andrea Sperelli, o esteta decadente, herói do romance Il Piacere [O Prazer], de Gabrielle D'Annunzio. Quanto ao quadro Ponte de Sant'Angelo (1930), MARCHIORI citou que Scipione declamou os poemas da Gomorra quando as estátuas dos anjos se elevaram para o céu na paisagem romana, que lembra a da cidade de Toledo na pintura de El Greco, entrevendo um mundo apocalíptico, distante, parecido com o Inferno de Dante (A Divina Comédia: Inferno: canto XX). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: ALBINI, C. Les Arts Plastiques en Italie, de 1860 a 1943. Traduction de Maria Brandon-Albini. Paris: Éditions Entente, 1943. 1985, pp. 262-274. CHILVERS, 1990, p. 526. DINO, P.; BORGIOTTI, M. (Introd.) Movimenti Pittorici Italiani dell' Ottocento. Milano: Alfieri & Lacroix, 1966, pp. 05-15. MARCHIORI, 1939, p. 145.

1928-1937.ESCOLA (ITALIANA) ROMANA OU ESCOLA (ITALIANA DA) VIA CAVOUR (Roma).

ESCOLA (ITALIANA) ROMANA OU ESCOLA (ITALIANA DA) VIA CAVOUR (Roma, c. 1928-1937). O pintor italiano Mário Mafai (1902-1965), que nasceu em Roma, tornou-se, juntamente com outro romano, Scipione (Gino Bonichi, 1904-1933), um dos fundadores da dita, Escola Romana. O grupo ficou conhecido como Escola da Rua Cavour [Scuola di Via Cavour] local do ateliê de Mafai, onde se reuniam os participantes. Foram os principais associados Giuseppe Capogrossi (1899-1972), Conrado Cagli (1910-1976), Mário Mafai (1902-1965), Scipione (Gino Bonichi, 1904-1933), Antônio (Toti) Scialoja (1914-1998), Giacomo Balla e Gino Severini (v. Futurismo nas Artes Plasticas); Mário Broglio, Edita Broglio, Giorgio de Chirico e Savínio (Andrea Alberto de Chirico; v. Grupo da Pintura Metafísica); Afro (Basaldella) e Renato Guttuso (v. o Grupo Corrente). Posteriormente Capogrossi, a partir da Abstração que o consagrou, criou seu próprio Grupo (Italiano) Origem [Origine] (1949-1956; v.). Participaram também Mirko Basaldella, Cesare Peverelli, Fausto Pirandello, Carlo Socrate, Renzo Vespignoni, Alberto Ziveri, entre vários outros; se associaram depois ao grupo Giovanni Stradone (1911-1981) e o escultor Marino Mazzacuratti (1907-1969). Participou do grupo Toti Scialoja, artista que, na década de 1950, passou prolongado período vivendo em São Paulo, onde trabalhou como destacado cenógrafo e figurinista para o Ballet do IV Centenário de São Paulo (1953-1955; v.). A arte da Escola Romana foi influenciada pela Pintura Metafísica, lançada em Roma pouco antes da década de 1920, por Carlo Carrà e Giorgio de Chirico, girando em torno da revista Valori Plastici [Valor Plástico], de Mário Broglio. A primeira exposição do grupo realizou-se em Roma (1928). A denominação mais conhecida do grupo, Escola Romana, foi recebida do crítico de arte italiano Roberto Longhi (1929). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: ALBINI, C. Les Arts Plastiques en Italie, de 1860 a 1943. Traduction de Maria Brandon-Albini. Paris: Éditions Entente, 1943. DINI, P.: BORGIOTTI, M. (Introd.). Movimenti Pittorici italiani dell´Ottocento:.I Macchiaioli e la Scuola Napolitana. Milano: Alfieri & Lacroix, 1966. 165p.: il., algumas color., pp. 05-15.24 x 30 cm.