terça-feira, 28 de janeiro de 2014

SINCROMISMO [SYNCHROMISM] (Paris, 1912-; Munique, 1-30 junho, 1912; Berlim, Salão de Outono Alemão, 1913; Nova York, 1917).



SINCROMISMO [SYNCHROMISM] (Paris, 1912-; Munique, 1-30 junho, 1912; Berlim, Salão de Outono Alemão, 1913; Nova York, 1917).



Destaques: MACDONALD Wright, Stanton e Morgan RUSSELL.





Esse movimento partiu de dois artistas norte-americanos que estudavam em Paris: quando Stanton MacDonald-Wright (1890-1973) foi viver na cidade-luz, ele conheceu seu compatriota, Morgan Russel (1886-1953). MacDonald-Wright estudou na Escola Nacional Superior de Belas Artes, na Academia Julian e na Universidade Sorbonne. O artista formou com Morgan Russel, e seu colega Thomas Hart Benton (1889-1975), o Grupo (Internacional) do Sincromismo Americano na Europa e América. Benton desisitiu da participação no grupo; quando voltou aos Estados Unidos tornou-se um dos mais destacados muralistas americanos.

 
 As pinturas do grupo foram obras Abstratas, que receberam influência direta do Orfismo (Paris, 1912-1915, v.), de Robert Delaunay (1885-1945), nomeado por Guillaume Apollinaire (1880-1918); e do Futurismo italiano, que chegou com grande estardalhaço a Paris. As primeiras pinturas de Russell e MacDonald-Wright participaram do Salão dos Artistas Independentes (1913); e da primeira mostra Sincromista [Synchromiste] na Galeria Bernheim-Jeune (Paris, 1912). As pinturas de ambos participaram da Mostra Sincromista, no Novo Salão de Arte Sincromista (Synchromisten - Der Neue Kunstsalon, Prannerstrasse 13, Munique, 01-30 junho, 1913); e da importante exposição coletiva, dita, Salão de Outono Alemão, realizado na Galeria da Tempestade [Der Sturm], de Herwarth Walden (Berlim, 1913).


Quando Stanton MacDonald-Wright voltou a viver em Nova York, ele se associou ao grupo das primeiras vanguardas norte-americanas lideradas por Robert Henri (1865-1929). As pinturas abstratas de MacDonald-Wright e Russel participaram da dita, Exposição da Armada [Armory Show] (Nova York, 1913); da mostra do Grupo do Realismo de Nova York [The NewYork Realists] e também da Mostra Forum dos Pintores Americanos Modernos [Forum Exibition of Modern American Painters](Nova York, 1916), selecionada por júri integrado por Robert Henri, pelo fotógrafo Alfred Stieglitz (1874-1946) e organizada com o crítico de arte Willard Huntington (irmão de MacDonald-Wright; HULTEN, 1986: 505).




MacDonald-Wright e Russel expuseram suas Abstrações Sincromistas na mostra realizada na Galeria 291, pertencente a Stieglitz, a única galeria norte-americana voltada para a estética das obras das vanguardas artísticas internacionais, no ano em que a instituição fechou as portas (Nova York, 1917). O grupo ganhou projeção internacional quando Stanton MacDonald-Wright e Morgan Russell apresentaram suas Abstrações na mostra coletiva Pintura Abstrata e Expressionismo na América [Abstract Painting and Expressionism in America], realizada no MoMA (Nova York, 1951).
 


REFERÊNCIAS SELECIONADAS:



CATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L;. CAUMONT, J;.CELANT, G;. COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE; MARIA, L. DE; DI MILLIA, G.;FABRIS, A.;FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.;GREGOTTI, V.;LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.;MENNA, F.; ÁCINI, P.;RONDOLINO, G;. RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.;SILK, G.; SMEJKAI, F.;STRADA, V.;VERDONE, M.;ZADORA, S. Futurism and Futurisms.New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., pp. 505, 532.


FUTURISMO NA AMÉRICA (Nova York, 1911; 1916-1917).

 
 
FUTURISMO NA AMÉRICA (Nova York, 1911; 1916-1917).

 
No período anterior à Primeira Guerra Mundial F. T. Marinetti (1876-1944) reproduziu traduzido o seu principal manifesto, publicado como Manifesto Futurista [Futurist Manifesto] na revista norte-americana Current Literature (Nova York, ago., 1911). Nessa fase, alguns artistas norte-americanos viveram e estudaram em Paris, Stanton Macdonald-Wright (Stanton van Vranken, (1890-1973) e Morgan Russell (1886-1953), associados àquele que posteriormente ficou conhecido como Muralista e Regionalista americano, Thomas Hart Benton (1889-1975), formaram o movimento que nomeei Sincromismo Americano na Europa (Paris, 1912-; Berlim, 1913) e América (Nova York, 1913;1917). Esse movimento foi marcado por grande influência do Futurismo italiano e do Orfismo francês, movimento liderado pelo escritor e crítico de arte Guillaume Apollinaire (1880-1918) e pelo pintor Robert Delaunay (1885-1942). Na realidade, os artistas que se tornaram dos primeiros Abstracionistas norte-americanos, nunca se declararam influenciados ou identificados por estes movimentos.

A também pintora norte-americana Frances Stevens Simpson (1881-1961) viveu vários anos na Itália. Simpson foi artista influenciada pelo Futurismo, lançado por F. T. Marinetti. Simpson foi a única artista norte-americana cujas pinturas participaram da 1ª Exposição Internacional Futurista Livre, realizada na Galeria Sprovieri (Roma, 1914). Simpson voltou aos Estados Unidos e expôs suas obras em mostra individual na Galeria Brown (Nova York, 1916). A artista apresentou 21 pinturas com temática e influência Futurista. Ao que sabemos somente uma de suas pinturas sobreviveu ao tempo, por ter sido adquirida pelos colecionadores de arte de vanguarda, Louise e Walter Conrad Arensberg. Nessa obra de Simpson, intitulada Velocidade Dinâmica da Estação de Força Interborough Rapid Transit [Dynamic Velocity of Interborough Rapid Transit Power Station] (c. 1915), ela representou o movimento através da repetição de linhas dinâmicas que apresentavam ilusão espacial tridimensional. Nas suas obras do período Simpson utilizou vários temas figurativos, comuns aos Futuristas, referentes à maquinaria mecânica industrial. Recentemente descobriram algum material de Simpson, como fotografias e documentos que poderão lançar futuramente luz sobre esta pouco conhecida pintora, a única americana que expôs em mostra conjunta com os Futuristas italianos.
V. ABAIXO, REFERÊNCIAS SELECIONADAS PARA O FUTURISMO.

 

sábado, 25 de janeiro de 2014

FUTURISMO NAS ARTES: FOTOGRAFIA, FOTODINAMISMO, FOTOPERFORMANCE E AEROFOTOGRAFIA FUTURISTA.

 


 FUTURISMO NAS ARTES: FOTOGRAFIA, FOTODINAMISMO, FOTOPERFORMANCEE AEROFOTOGRAFIA FUTURISTA.

Destaques: BOCCIONI, Umberto e Anton Giulio BRAGAGLIA.





As primeiras fotografias experimentais das vanguardas européias, com a fotografia sendo vista como uma forma de arte foram obras do dito, Fotodinamismo Futurista. Os artistas do grupo, seduzidos pela nova era da máquina, buscaram representar o movimento e a própria sensação dinâmica, do automóvel entre outras máquinas como o aeroplano; e se interessaram pela Cronofotografia, criada e desenvolvida pelo cientista francês E-J. Marey (1830-1904), e pelo inglês que viveu na América, Eadweard Muybridge (Edward James Muggeridge, 1830-1904).



Essas pesquisas influenciaram a pintura de Giacomo Balla (1871-1958), professor dos artistas Futuristas italianos (v. Futurismo nas Artes: Pintura e Escultura) e as fotografias dos irmãos Bragaglia, Anton Giulio Bragaglia (1890-1960), Arturo Bragaglia (1892-1962) e Carlo Ludovico Bragaglia (1894-1998). Um termo criado por A. G. Bragaglia para as fotografias de movimento feitas com seu irmão Arturo, foi Fotodinamismo: os irmãos artistas desejavam se afastar da imobilidade da fotografia de objetos, e promover visualmente o movimento dinâmico através do meio fotográfico. As pesquisas dos irmãos, patrocinados por Marinetti, foram bem recebidas nos círculos intelectuais e fotográficos europeus, e, na década de 1920-1930 alguns procedimentos foram adotados por alguns grupos de vanguarda. Durante dez anos os irmãos Bragaglia elaboraram o dito, Fotodinamismo Futurista, a decomposição do movimento dentro do campo contínuo de desmaterialização da forma. Anton Giulio Bragagla publicou seu ensaio Fotodinamismo Futurista (1913), que Umberto Boccioni (1882-1916), artista do mesmo grupo, condenou em outro artigo publicado na revista Lacerba. Bragaglia, no seu texto publicado Fotodinamismo futurista (1911), que contém interessantes experiências fotográficas, ele, explicitamente opôs-se a idéia do cinema como a arte do movimento e negou as possibilidades estéticas da dita, Arte Cinematográfica.
 
Outros Futuristas empregaram diferentes métodos na Fotografia: na primeira fase do Fotodinamismo Futurista Umberto Boccioni produziu a fotomontagem Nós, Boccioni, na qual apareceram cinco imagens dele mesmo, visto em perspectivas diversas, perfeitamente integradas como se fôssem pessoas diferentes fotografadas conversando em roda, dispostas em círculo. Todas as imagens eram dele, o jovem Boccioni, visto nas diversas posições à partir da primeira imagem de suas costas, que se encontra em primeiro plano. Essa fotografia inusitada se encontra reproduzida (HULTEN, 1986: 154).


Marinetti tinha consciência do poder de propaganda das imagens fotográficas e distribuiu seus retratos maciçamente para a imprensa de sua época. O grupo dos Futuristas tentou subverter o retrato, produzindo séries de auto-retratos nos quais eles utilizaram gestos e expressões faciais marcantes a fim de externarem toda a extravagância teatralizada de suas personas. Depero foi um dos artistas que provocaram o expectador: o artista realizou para a câmera as primeiras Fotoperformances, desenhando sobre as fotografias e adicionando mensagens, letras e palavras.


Na dita, segunda fase da fotografia Futurista, participaram obras de outros artistas como Tato, o pintor, gravador e fotógrafo Guglielmo Sansoni (1896-1974), que publicou com Marinetti o Manifesto da Fotografia Futurista (1930, v. abaixo). Ivo Pannaggi (1901-1981) e Vinicio Paladini (1902-1971), entre outros, marcaram a ampliação das pesquisas da arte fotográfica incorporando técnicas que produziram a anamorfose das imagens, a sobreimpressão, a Fotomontagem e a figuração posada, entre outras. Pannaggi e Paladini, que eram aviadores e se dedicaram à fotografia aérea, a dita, Aerofotografia; a dupla publicou seu Manifesto da Arte Mecânica Futurista na revista Lacerba (Florença, 20 jan., 1922). Vários fotógrafos seguiram a estética da dita, Arte Mecânica, mais próxima do Surrealismo francês (1924-1966).


LISTAGEM: OS PRINCIPAIS MANIFESTOS, LANÇADOS INTERNACIONALMENTE PELO FUTURISMO ITALIANO. LISTAGEM EM ORDEM DATADA, 1909-1945.

 




LISTAGEM COMENTADA:
OS PRINCIPAIS MANIFESTOS,
LANÇADOS INTERNACIONALMENTE
PELO FUTURISMO ITALIANO.

LISTAGEM EM ORDEM DATADA, 1909–1945.

  
95 Manifestos Futuristas

foram lançados na Itália (1909-1945), sendo o primeiro Fondazione e manifesto dell´ Futurismo [Fundação e manifesto do futurismo] por Filippo Tommaso Marinetti (Milão, 10 jan., 1909). No mesmo ano o manifesto traduzido foi publicado no Jornal de Notícias (Salvador, Bahia, 30 dez., 1909); e, no ano seguinte, traduzido, foi publicado na primeira página do jornal francês Le Figaro (Paris, 20 jan., 1910). Nos Estados Unidos foi publicado na revista Current Literature (Nova York, ago., 1911). Foi Vadim Shershenievich quem traduziu para o russo este manifesto, na ocasião em que Marinetti visitou o país (São Petersburgo, fev., 1914). No Brasil o Manifesto Futurista Paulista foi lançado pelo escritor Brasil Gerson (São Paulo, 28 maio, 1922).


+11 Manifestos Futuristas lançados no exterior.
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106 Manifestos Futuristas


 
01. Proclama Futurista a los Espanholes,

de F. T. Marinetti, foi publicado na revista de Ramón Gómez de la Serna, Prometeo (Madrid, 1910).





02.Manifesto della Donna futurista
 
[Manifesto da Mulher Futurista] foi lançado pela poetisa e escritora Valentine Saint-Point (Paris, 25 mar., 1912). O Manifesto se encontra reproduzido integralmente, traduzido para o inglês, e publicado(HULTEN, et al., 1986: 602).    
 



03. La pittura futurista nel Belgio
[A pintura futurista na Bélgica] foi lançado por F. T. Marinetti (Bruxelas, Bélgica, 1912).
 




04. Manifesto futurista della lussuria
[Manifesto futurista da luxúria] foi lançado por Valentine Saint-Point (Paris, 11 jan., 1913). O Manifesto se encontra reproduzido integralmente, traduzido para o inglês e publicado (HULTEN, et al., 1986: 504).   
 



05. Manifesto Futurista contra Montmartre
foi lançado por Felix Delmarle e publicado no Paris Journal (Paris, jul., 1913). O Manifesto se encontra reproduzido integralmente, traduzido para o inglês, e publicado (HULTEN, et al., 1986: 463). Foram três manifestos Futuristas lançados em Paris (n. 20, 25 e 29, da listagem abaixo).  
 



06. Il teatro di varietà
[O Teatro de Variedades], foi assinado por Ettore Petrolini e F. T. Marinetti, lançado (1º out., 1913) e publicado no Daily Mail (Londres, Inglaterra, n. 22, 1913) e na revista de Almada Negreiros, Portugal Futurista (Lisboa, 1917).




07. Manifesto Futurista
(russo), foi assinado por F. T. Marinetti e Georgy Yaculov quando o escritor italiano visitou a Rússia e proferiu palestras a convite de Nicolai Kulbin no cabaré Brodiacaia Soboka [Cachorro Viralata] (São Petersburgo, 01-04 fev., 1914).
 
08. Vital English Art: Futurist Manifest
 
[ArteInglesa Vital: Manifesto Futurista] foi assinado por F. Marinetti e pelo pintor inglês Christopher Nevinson e publicado no jornal The Observer (Londres, 1914). O Manifesto se encontra reproduzido integralmente, publicado (HULTEN, et al., 1986: 529).

 
09. Manifesto da Arte Cerebral [Manifesto de l´Art Cérebriste],

de Ricciotto Canudo publicado no jornal Le Figaro (Paris, 1914).
 

10. Contra a arte inglesa (Contro l´arte inglese),
 
lançado por F. T. Marinetti (1914).


11.Manifesto Futurista Paulista




lançado pelo escritor Brasil Gerson (São Paulo, 1922).
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11 Manifestos Futuristas
foram encontrados, entre os vários manifestos publicados no exterior: certamente existem outros não relacionados na listagem.

 

 
 

N./ TÍTULO/ AUTOR(ES)/ LOCAL ONDE FOI PUBLICADO INICIALMENTE/ DATA
01. Fundação e Manifesto do Futurismo [Fondazione e manifesto dell´ Futurismo],

por Filippo Tommaso Marinetti (Milão, 10 jan., 1909). Esse Manifesto do Futurismo foi publicado na revista Poesia: Edizzione Futuristi di Poesia (nos. 01 02, 1909); na primeira página do jornal Le Figaro (Paris, 20 fev., 1909); e no Jornal de Notícias (Salvador, BA, 30 dez., 1909). Esse Manifesto se encontra reproduzido, traduzido para o inglês (HULTEN, et al., 1986: 514).
 
 
02. Manifesto Político,

de F. T. Marinetti (Milão, 1909).

 
03. Manifesto dos Pintores Futuristas aos artistas jovens da Itália! [Manifesto dei Pittori Futuristi a gli artista giovani d’Italia!],

foi assinado por Umberto Boccioni, Carlo Dalmazzo Carrà, Luigi Russolo, Romulo Romani e Aroldo Bonzagni (Milâo, 11 fev., 1910). O manifesto foi impresso em um volante que circulou junto com a revista Poesia, editada por F. T. Marinetti; o documento foi lido no palco do Teatro Chiarella (Turim, 08 mar., 1910); a tradução russa foi publicada na revista das vanguardas Apollon (Moscou, jul. – ago., 1910).


04. Manifesto dos Pintores futuristas e agitadores educados,

foi assinado por Giacomo Balla, Umberto Boccioni, Carlo Carrà, Gino Severini e Luigi Russolo (Milão, 11 abr., 1910).

 
05. Manifesto técnico da Pintura futurista[Manifesto técnico della Pittura futurista],

foi assinado por Giacomo Balla, Umberto Boccioni, Carlo Dalmazzo Carrà, Luigi Russolo e Gino Severini (Milão, 11 abr., 1910).


06. Manifesto contra Veneza passadista,
 
foi lançado por F. T. Marinetti assinado por Umberto Boccioni, Carlo Carrà e Luigi Russolo (Milão, 27 abr., 1910). Foram jogados 800.000 folhetos com o manifesto impresso da Torre do Relógio (Milão, 11 jul., 1910).O Manifesto se encontra reproduzido integralmente, traduzido para o inglês e publicado (HULTEN, et al., 1986: 596).10

07. Manifesto Síntese da Guerra futurista,
 
por F. T. Marinetti, foram distribuídos 300.000 folhetos em locais públicos (Milão, 11 jul., 1910).

 
08. A Musica futurista: Manifesto Técnico,

[La Música Futurista: Manifesto Técnico] foi lançado pelo músico Francesco Balilla Pratella (Milão, 11 out., 1910).

09. Arte do futuro [Arte dell’avvenire],

esse manifesto foi lançado por Arnaldo Gina (Conde Arnaldo Ginanni Corradini).
 
 

10. Proclama Futurista aos Espanhóis [Proclama Futurista a los Espanholes]

de F. T. Marinetti, foi publicado na revista de Ramón Gómez de la Serna, Prometeo (Madrid, 1910).


11. Manifesto Técnico da Música futurista

foi lançado pelo músico Francesco Balilla Pratella (Milão, 11 mar., 1911). Apud Musica futurista per orchestre riduzione per pianoforte (c. 1912).


12. Manifesto dos músicos futuristas [Manifesto dei musicisti futuristi],
foi lançado por Francesco Ballila Pratella (Milão, 29 mar., 1911).


13. Manifesto do Fotodinamismo futurista,
 
foi lançado pelo artista plástico multimídia, cenógrafo, cineasta e fotógrafo, Anton Giulio Bragaglia (1911).


14. Manifesto dos autores italianos,

assinado pelo poeta Auro D’Alba juntamente com F. T. Marinetti (Milão, 1911).

 
15. Assassinemos o clarão da lua

[Uccidiamo il claro di luna], proclamação de F. T. Marinetti (Milão, 1911).

 
16. Manifesto dos dramaturgos futuristas [Manifesto dei drammaturghi futuristi],

foi lançado por F. T. Marinetti (Milão, 1911).


17. Manifesto técnico da Literatura futurista [Manifesto técnico della Letteratura futurista],
 
foi lançado por F. T. Marinetti (Milão, 1911).


18. Suplemento ao Manifesto técnico da Literatura futurista [Supplemento al Manifesto técnico della Letteratura futurista],
foi lançado por F. T. Marinetti (Milão, 1911).


19. Manifesto dos Autores Italianos,

foi assinado por F. T. Marinetti e pelo poeta Futurista Auro D’Alba (c. 1911).


20. Manifesto da Mulher futurista [Manifesto della Donna futurista]

foi lançado pela poetisa e escritora Valentine Saint-Point (Paris, 25 mar., 1912).


21. Manifesto Técnico da Escultura futurista

foi lançado por Umberto Boccioni, Giacomo Balla, Carlo Carrà, Luigi Russolo e Gino Severini (Milão,11 abr., 1912).


22. Manifesto Destruição do Esquema. Música futurista
foi lançado por Francesco Ballila Pratella (03 jul., 1912).

23. Cinema Abstrato – Música Cromática
 
por Bruno Corra, publicado no livro de sua autoria, Il pastore, il gregge e la zampogna (1912).


24. A pintura futurista na Bélgica [La pittura futurista nel Belgio],
 
foi lançado por F. T. Marinetti (Bruxelas, Bélgica, 1912).

 
25. Manifesto futurista da luxúria [Manifesto futurista della lussuria],

foi lançado por Valentine Saint-Point e publicado em volante (Paris, 11 jan., 1913). O texto desse manifesto foi publicado posteriormente na revista Portugal Futurista (Lisboa, 1917).


26. A arte do ruído. Manifesto futurista [L´Arte dei rumori Manifesto futurista],

foi lançado pelo pintor, músico e inventor, Luigi Russolo 11 mar., 1913). O manifesto de Russolo foi publicado integralmente, traduzido em inglês como The Art of Noise (New York: Pendragon Press, 1986; e HULTEN, et al., 1986: 560).


27. Reconstrução futurista do Universo [Ricostruzione futurista dell´universo],
 
foi lançado por Giacomo Balla e Fortunato Depero (Roma, 11 mar., 1913).

28. A imaginação sem fio e a palavra em liberdade [L´immaginazione senza fili e le parole in libertá],
foi lançado por F. T. Marinetti (Milão, 11 maio, 1913). O Manifesto se encontra reproduzido integralmente, traduzido para o inglês, publicado (HULTEN, et al., 1986: 463).


29. Manifesto futurista contra Montmartre

foi lançado por Félix Delmarle e publicado no Paris Journal (Paris, jul., 1913).


30. A pintura dos sons, ruídos, odores – Manifesto futurista (La pittura dei suoni, rumori, odore – Manifesto futurista),

foi lançado por Carlo Carrà (11 ago., 1913).


31. O teatro de variedades [Il teatro di varietà],

foi lançado por F. T. Marinetti (Milão, 29 set.., 1913). Esse manifesto foi publicado no jornal Daily Mail (Londres, 1913) e, posteriormente reproduzido na revista de Almada Negreiros, Portugal Futurista (Lisboa, 1917). O Manifesto se encontra reproduzido integralmente, traduzido para o inglês, publicado (HULTEN, et al., 1986: 588).


32. Programa político futurista 
                        
[Programma político futurista], foi assinado por F. T. Marinetti, Umberto Boccioni, Carlo Carrà e Luigi Russolo (Roma, 11 out., 1913).

 
33. A Antitradição futurista- Manifesto- Síntese [L´Antitradizioni futurista – Manifesto – Síntesi],

foi lançado por F. T. Marinetti (Roma e Paris, 1913).


34. Manifesto da Cromofonia e dos Valores Atmosféricos,

foi lançado por Enrico Prampolini (c. 1913).

35. Il Controdolore,

foi lançado por Aldo Palazzeschi (29 dez., 1913).

 

36. Manifesto Futurista,

foi lançado por F. T. Marinetti e Georgy Bogdanovich Yaculov no ano em que F. T. Marinetti visitou a Rússia (jan, 1914).

 
37. Manifesto Pintura, Escultura futurista (Manifesto Pittura, Escultura futurista),

foi lançado por Umberto Boccioni (Roma, 1914).


38. Manifesto dos Pesos, Medidas e Preços dos Gênios Artísticos

foi lançado por Carlo Carrà e Emilio Settimelli (Roma, 11 mar., 1914). O Manifesto se encontra reproduzido integralmente, traduzido para o inglês, publicado (HULTEN, et al., 1986: 568).


39. O esplendor geométrico e mecânico e a sensibilidade numérica [Lo splendore geométrico e meccanico e la sensibilità numérica],

foi lançado por F. T. Marinetti (Roma, 18 mar., 1914).


40. Arte Inglesa Vital: Manifesto Futurista (Vital English Art: Futurist Manifest)

foi lançado por F. T. Marinetti e pelo artista plástico inglês Christopher Nevinson (Londres, 18 mar., 1914).


41. Manifesto da arquitetura Futurista (Manifesto dell’architettura Futurista)

(Milão, 11 jul., 1914), lançado pelo arquiteto de Antônio Sant’Elia, foi publicado na revista Lacerba (1° ago., 1914). O texto foi republicado no catálogo da 1ª Mostra de Arte do Grupo Nova Tendência [NT]. 


42. O vestido Antineutro (Il vestito Antineutrale),

foi lançado por Giacomo Balla, que assinou-o como Pittore [Pintor], juntamente com Umberto Boccioni, Francesco Cangiullo e F. T. Marinetti (Roma, 11 set., 1914).


43. Manifesto Síntese da Guerra futurista

foi lançado por F. T. Marinetti, e Umberto Boccioni, Carlo Carrà e Luigi Russolo (Roma, 20 set., 1914).


44. Manifesto futurista

foi assinado por Giacomo Balla, Francesco Canngiullo, Fortunato Depero e F. T. Marinetti, lançado na Universidade de Roma (Roma, 09 dez., 1914).


45. Manifesto da Arte Cerebral (Manifesto de l´Art Cerebriste),

de Ricciotto Canudo, publicado no jornal Le Figaro (Paris, 1914).

46. Contra a arte inglesa (Contro l´arte inglese),
 
lançado por F. T. Marinetti (1914).

 
47. Basta de tango e Parsifall! (A basta con tango i Parsifall!),
foi lançado por F. T. Marinetti (1914).
 
 
48. Neste ano futurista (In quest´ano futurista),

foi lançado por F. T. Marinetti (Roma, 1914).


49. O teatro futurista sintético – Atécnico – Dinâmico –Autônomo- Alógico –Irreal (Il teatro futurista sintético (Atecnico – Dinamico – Autonomo – Alógico – Irreale),

foi lançado por F. T. Marinetti, Bruno Corra e Emilio Settimeli (Roma, 10 jan., 1915).


50. Manifesto: Guerra, a Única Higiene do Mundo

foi lançado por F. T. Marinetti (Roma, 10 jan., 1915).


51. Manifesto do Teatro futurista sintético,

lançado por F. T. Marinetti (Milão, 18 jan., 1915). O Manifesto se encontra reproduzido integralmente, traduzido para o inglês, publicado (HULTEN, et al., 1986: 587).


52. Manifesto Complexos Plásticos – atuação futurista livre – o ser vivo – artificial (Manifesto Complessitá Plastica - gioco libero futurista – L'essere vivente – artificiale),

foi assinado por G. Balla e Fortunato Depero. O manifesto foi lançado na dita, Última Mostra de G. Balla, realizada na Sociedade Italiana de Lâmpadas Elétricas (Roma, 11 mar., 1915).


53. Palavras consoantes vogais números em liberdade (Parole consonanti vocale numeri in libertá)
 
foi lançado por F. T. Marinetti (Roma, 1915).

54. Pintura do futuro (Pittura dell´avenire),

lançado pelo conde Arnaldo Ginna (1915).

55. O orgulho italiano (L´orgoglio italiano),

foi lançado por F. T. Marinetti (Roma, 1915).


56. Manifesto da Reconstrução futurista do Universo,

foi escrito por Fortunato Depero, que, mais tarde, refez o texto em parceria com Giacomo Balla, que o divulgou; ambos assinaram o documento como Artistas Futuristas Abstracionistas (1915). O Manifesto se encontra reproduzido integralmente, traduzido para o inglês e publicado (HULTEN, et al., 1986: 551).

57. O Criador do Teatro Sintético Futurista

[I creatori del teatro sintetico futurista], foi assinado por Remo Chitti (1915).


58. Manifesto da Recitação Dinâmica e Sinótica
foi lançado por F. T. Marinetti (Roma, 11 mar., 1916).


59. A nova religião moral da velocidade (La nuova religione morale della velocità),

foi lançado por F. T. Marinetti (Roma, 11 mar., 1916).


60. A cinematografia futurista (La cinematografia futurista),

foi lançado por Marinetti, Remo Chitti, Bruno Corra, Emilio Setimelli e Giacomo Balla (Florença, 11 set., 1916).


61. Ciência futurista.
Esse documento foi assinado por Carli, Romulo Chitti, Bruno Corra, Arnaldo Ginna, Neri Nanetti, Mara e Emilio Settimelli (1916).


62. Manifesto da dança futurista
foi lançado por F. T. Marinetti (Roma, 08 jul., 1917).


63. Manifesto do partido político futurista (Manifesto del partito político futurista),

foi lançado por F. T. Marinetti (Florença, 1918).


64. Manifesto da cor

[Manifesto del colore], foi ilustrado e assinado por Giacomo Balla (Roma, out., 1918).

 
65. Manifesto do Teatro Aéreo futurista

foi lançado pelo artista plástico, fotógrafo e aviador, Fedele Azari (11 abr., 1919).


66. Manifesto Democracia futurista: Dinamismo político além do Comunismo

foi lançado por F. T. Marinetti (Roma, 1919).


67. Manifesto do Teatro de Variedades

foi lançado pelo ator Ettore Petrolini (1919).


68. Manifesto da arquitetura futurista dinâmica, estado de alma, dramático
[Manifesto dell’architettura dinamica, stato d’animo,drammatica],o

na nova perspectiva racionalista, foi lançado pelos arquitetos Virgílio Marchi, Alberto Sartoris, Guido Fiorini e Nicolay Diulgheroff e esse manifesto foi publicado na primeira página da revista Roma Futurista (Roma, 29 fev., 1920). Arsão do documento se encontra reproduzida (HULTEN et al., 1986: 511).


69. Manifesto contra a Luxúria Feminina

foi lançado por F. T. Marinetti (Roma, 11 mar., 1920).

70. Manifesto para além do Comunismo,

lançado por F. T.Marinetti (Roma, 1920).


71. Manifesto do Mobiliário futurista

foi lançado por Francesco Cangiullo (1920).


72. Manifesto contra todas as revisões na pintura
foi lançado por F. T. Marinetti, Leonardo Dudreville, Achille Virgille Funi e Luigi Russolo (1920).


73. O Tátil

[Il Tatillismo], foi lançado por F. T. Marinetti (Roma, 11 jan., 1921).


74. Manifesto do Teatro da Surpresa,

foi lançado por Francesco Cangiullo e F. T. Marinetti (1921).


75. Manifesto da Arte Mecânica futurista

foi lançado por Ivo Pannaggi e Vinício Paladini, arquitetos, artistas plásticos e aviadores e publicado na revista Lacerba (Florença, 20 jan., 1922).

76. Manifesto da Flora futurista e seu equivalente plástico dos Odores Artificiais
foi lançado por Fedele Azari, assinado por Túlio d´Albisola (Tullio Spartaco Mazzotti), Giacomo Balla e Benedetta Marinetti (1924).


77. Manifesto da Vida Simultânea futurista

foi lançado por Fedele Azari (1925).


78. Manifesto a Favor da Sociedade de Proteção às Máquinas

foi lançado por Fedele Azari (1925).


79. Manifesto futurista

foi lançado por Enrico Prampolini, Aligi Sassu e Bruno Munari (1929).


80. Manifesto da Aeropintura

[Manifesto delle Aeropittura], assinado por Túlio Cralli (1929).

81. Manifesto da Culinária futurista

foi assinado por F. T. Marinetti e Fillia (Luigi Colombo). Foi o arquiteto Nicolay Diulgheroff quem contribuiu com a receita do Pollofiat [Frangofiat]; ele desenhou o interior da Taverna Santopalato, o primeiro estabelecimento dedicado à culinária Futurista (Milão, 28 dez., 1930). 
 

82. Manifesto da Fotografia Futurista,

assinado por Filippo Tommaso Marinetti e Tato (Guglielmo Sansoni), publicado na revista Futurismo, n.11 (jan, 1931).

 
83. Aeropintura: Perspectivas do Voo,

assinado por Benedetta Marinetti, Fortunato Depero, Gerardo Dottori, Fillia (Luigi Colombo), F. T. Marinetti, Enrico Prampolini, Mino Somenzi e Tato (Guglielmo Sansoni).


84. Manifesto Técnico da Aeropintura Futurista,

assinado por Manzoni, Bruno Munari, Galindo Furlan, Riccardo Ricas e Regina (Mede Lomellina).

 
85. Manifesto da arquitetura futurista de Poggi,
[Dell’architettura Futurista di Poggi],
f, jan., 1933).


 
86.Manifesto futurista do Rádio

foi lançado por F. T. Marinetti e Pino Masnata (1933).


87. Manifesto da Pintura Mural

foi lançado por Mario Sironi e assinado por Achille Virgille Funi (1933).

 
88. Manifesto
foi lançado pelo arquiteto Antonio Marasco, publicado no único número da revista editada por ele, Supremazia Futurista (Florença, 1933).


89. Manifesto Técnico da Plástica Aérea futurista

foi lançado por Bruno Munari, Gelindo Furlan, Riccardo Ricas, Carlo Manzoni e Regina Bracchi (1934).


90. Manifesto da arquitetura aérea
 
foi assinado por F. T. Marinetti com Carlo Manzoni e Mino Somenzi, publicado (1º fev., 1934).


91. Manifesto da Ilusão Plástica da Guerra e aperfeiçoamento da Terra,

lançado por F. T. Marinetti e Túlio Cralli (Roma, 1935).


92. Manifesto futurista da pintura aérea

foi lançado pelo escritor e artista plástico Gerardo Dottori, e pelos pintores e aviadores Ugo Pannaggi e Vinício Paladini (1940).
 

 
93. Manifesto futurista da pintura aérea da Umbria
(Perugia, 1941) foi lançado pelo escritor e artista plástico Gerardo Dottori.


94. Manifesto da Construção Absoluta de Motores Ruidosos
lançado por Fillia (Luigi Colombo) e Enrico Prampolini, foi voltado para carros e veículos com motor em movimento, lançado depois de 1940.


95. Contra Roma e contra Benedetto Croce

[Contro Roma e contro Benedetto Croce], foi lançado por F. T. Marinetti.

96. A única solução do problema financeiro

[La único soluzione del problema finanziario], foi lançado por F. T. Marinetti.


97. Manifesto: A Música do Futuro,

foi lançado pelo músico italiano Franco Casavola.


98. Manifesto: A Música Ilustrada

foi lançado pelo músico italiano Franco Casavola.


99. Manifesto: A Versão Cenoplástica da Música
foi lançado pelo músico italiano Franco Casavola.


100. Manifesto: A Atmosfera Cromática da Música
foi lançado pelo músico italiano Franco Casavola.


101. Manifesto: A Síntese Visível da Música

foi lançado pelo músico italiano Franco Casavola, com Anton Giulio Bragaglia e Luciani Folgore.


102. Manifesto das Palavras Musicais – Palavras em Liberdade

(1940-), Tulio Crali assinou esse manifesto, juntamente com F. T. Marinetti.

103. Manifesto do Teatro do Instante Dilatado
foi lançado pelo músico italiano Franco Casavola.


104. Manifesto do Teatro Imaginário
foi lançado pelo músico italiano Franco Casavola.


105. Manifesto do Pequeno Teatro
foi lançado pelo músico italiano Franco Casavola.


106. Manifesto da Cenografia Futurista
foi lançado por Fillia (Luigi Colombo) e Enrico Prampolini e definiu os princípios da teoria cenográfica teatral Futurista.

sábado, 18 de janeiro de 2014

BIOGRAFIA: RUSSOLO, Luigi (1885-1947).

 
 
BIOGRAFIA: RUSSOLO, Luigi (1885-1947).
 
 
O músico e artista plástico da vanguarda italiana, nasceu em Portogruaro e faleceu em Cerro di Laveno (Itália). Sua família foi dedicada à música; seu pai foi organista da catedral de Portogruaro e diretor da Scuola Cantorum (Latisana); seus irmãos mais velhos foram instrumentistas e todos diplomados pelo Conservatório Giuseppe Verdi (Milão).

Russolo inicialmente se interessou em aprender as técnicas de Gravura e Pintura; ele participou com uma série de gravuras de influência Simbolista, na dita, Exposição Branco e Preto, organizada pela Família Artística Milanesa (1909). Logo Russolo se associou ao grupo dos Futuristas, organizado por F. T. Marinetti (1876-1945); na época ele conheceu Umberto Boccioni, de quem sua obra pictórica recebeu marcante influência, embora preservasse a sua forte personalidade. O artista participou, junto com Umberto Boccioni (1882-1916), Carlo Carrà (1881-1966), Giacomo Balla (1871-1958) e Gino Severini (1883-1966), entre outros, da mostra inaugural do Futurismo italiano, organizada por Marinetti. O artista assinou, com o grupo dos pintores citados, o Manifesto dos Pintores Futuristas (Milão, 1910). Russolo redigiu seu próprio manifesto, A Arte do Ruído, dito Ruidista, que ele lançou (Milão, 11 mar., 1913), dedicado ao músico Futurista Francesco Balilla Pratella (1881-1955), apresentando nele a teoria da utilização do ruído inserido no contexto musical, que antecipou de muito as teorias do músico das vanguardas norte-americanas John Cage (1879-1953), na segunda metade do século XX. Russolo passou a se apresentar nas Performances Futuristas com o instrumento Entonarumor [Intonarummori], que ele inventou e construiu, em conjunto com o nunca citado Ugo Piatti (1880-1953). Este invento destinou-se à produção de sons ou ruidos modificados através da emissão de sua entonação dinâmica, como o da Música Concreta e Eletrônica, da qual Luigi Russolo foi um dos principais precursores.


O artista somente então abandonou a pintura, não sem ter antes produzido algumas obras notáveis nas Artes Plásticas das vanguardas artísticas italianas como Revolta (1911, óleo/ tela, 150 cm x 230 cm, no Haags Gemeentemuseum, Haia), que participou da mostra coletiva Futurista, dita, Arte Livre (Arte Libera, Milão, abr., 1911); e a pintura Música (1911, óleo/ tela, 225 cm x 140 cm, na coleção Salomé e Eric Stowick). Russolo dedicou-se depois somente às suas pesquisas musicais: o artista publicou artigo importante sobre a nova grafia das composições modernas (1914), a qual foi adotada e tornou-se a notação utilizada por compositores de música de vanguarda. Na década de 1950 John Cage publicou novas notações para a moderna música eletrônica.

Russolo participou com seu novo instrumento, o Entoarumor, de concertos Futuristas patrocinados por F. T. Marinetti. O músico foi vaiado na sua primeira audição, quando recebeu chuva de tomates entre outros vegetais que voaram para o palco, entre outras manifestações mais violentas. Russolo, no entanto, não se deixou intimidar e repetiu suas performances em 12 apresentações nos diversos palcos europeus, inclusive uma no Coliseum (Londres, jun., 1914). Na ocasião Russolo conheceu o músico russo Igor Stravinsky (1882-1971), que convidado, compareceu ao concerto. A chegada da Primeira Guerra Mundial afastou Russolo da música: ele se alistou no Batalhão Lombardo de Ciclistas, na companhia de outros artistas como Umberto Boccioni, o mais talentoso entre os artistas Futuristas, amigo de Russolo que perdeu a vida durante o conflito, bem como o destacado arquiteto Futurista, Antônio Sant`Elia (1888-1916), dono de igual trágico destino.
Russolo publicou L'arte dei rumori (A arte do rumor. Milão: Editora Futurista de Poesia, 1916); a editora pertencia a F. T. Marinetti. Russolo participou com seu instrumento Intonarummori de concertos parisienses, apresentando-se com vários instrumentos que produziam ruídos (dias 17, 20 e 24 jun., 1921). Estes ruídos foram classificados em seis categorias, conforme publicado (DUFOURCQ, 1976):

01- Rugidos, estalidos, ruídos de água, mugidos;
02- Sibilos, roncos;
03- Murmúrios, grunidos, gorgoteos;
04- Estridências, zumbidos;
05- Ruídos de percussão sobre metal, madeira, pele, pedra, barro cozido, e outros;
06- Vozes de homens e de animais, gritos, gemidos, aulidos, risadas, soluços e estertores.

No caso dos concertos de Russolo seus ruídos foram apresentados por 29 instrumentos, sendo 3 ditos, auladores, 3 rugidores, 3 crepitadores, 3 para estridências, 3 zumbadores, 3 gorgeteadores, 2 tronadores, 1 sibilador, 4 grasnadores e 4 chilrreadores. De todos os instrumentos inventados por Russolo somente sobreviveram os auladores e os crepitadores, que foram utilizados na construção do Entoarumor. Russolo participou com seu novo instrumento do concerto conjunto realizado com Uggo Piatti, na apresentação da peça O Tambor de Fogo [Il Tamburo de Fuoco], de autoria de F. T. Marinetti. A peça apresentou o interlúdio musical de Balilla Pratella, um dos mais destacados compositores italianos das vanguardas Futuristas (Praga, República Tcheca, 1922).

Russolo passou a construir vários de seus intrumentos, que patenteou em alguns países (1925-); no entanto, quando o músico e pintor recusou a filiação ao partido Fascista, que, com Benito Mussolini passou a dominar a Itália (1922-) e ao qual vários outros Futuristas aderiram, ele foi afastado da segunda fase do movimento italiano comandado e patrocinado por F. T. Marinetti, colega de liceu do ditador Mussolini. Russolo se apresentou no seu último concerto com o Entonarummori (Milão, 1925), no qual ele reproduziu composições de seu irmão Antonio Russolo e de Franco Casavola (1891-1955). Russolo foi convidado por Marinetti e compôs a música para os três únicos filmes Futuristas (1916-1917), cujas cópias não existem mais: Futuristas em Paris [Futuristi a Parigi], no qual ele também atuou, A Marcha das Máquinas [La marche des machines]; e Montparnasse, filme no qual atuaram Marinetti e Enrico Prampolini (1894-1956). No final da década de 1920, com o advento do cinema sonoro, o instrumento de Russolo ficou sem utilidade, fazendo com que o artista, desiludido, abandonasse seu projeto. Hoje, ao que se sabe, não restou nenhum exemplar no mundo do Entoarumor, que, ao que foi relatado, produzia som surdo, de timbre baixo e mesmo difícil de ser ouvido.

Russolo dedicou o resto de sua vida a filosofia e as ciências do Ocultismo: sua última apresentação em concerto público foi como convidado de Michel Seuphor, pois ele se apresentou como músico na inauguração da primeira exposição dos pintores internacionais do Grupo Círculo e Quadrado [Cercle et Carré], realizada na Galeria 23 (Paris. 28 dez., 1929).

As pinturas de Russolo A Música (1911) e A Revolta (1911), se encontram reproduzidas (HULTEN, 1986; e PIERRE, 1991). A obra de Russolo Dinamismo de um Automóvel (óleo/ tela, 104 cmx 140 cm, no MNAM, Paris), se encontra reproduzida (DUROZOI, 1992). Duas pinturas do artista, A Solidez da Névoa (1912, óleo/ tela, 10 cm x 65 cm, na coleção Gianni Mattioli, Milão) e O Perfume (sd, óleo/ tela, 64,5 cm x 65,5 cm, na coleção Benedetta Marinetti, Roma), participaram da Sala Especial do Futurismo, com curadoria de G. C. Argan, Giuseppe Fiocco, Luciano Minguzzi, Rodolfo Pallucchini, Carlo Alberto Pretrucci e Gino Severini na II Bienal de São Paulo (1953). (v. abaixo o texto Arte Sonora ou Arte do Ambiente Sonoro ou Arte Ruidista).


REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

 
CATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L;. CAUMONT, J;.CELANT, G;. COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE; MARIA, L. DE; DI MILLIA, G.;FABRIS, A.;FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.;GREGOTTI, V.;LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.;MENNA, F.; ÁCINI, P.;RONDOLINO, G;. RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.;SILK, G.; SMEJKAI, F.;STRADA, V.;VERDONE, M.;ZADORA, S. Futurism and Futurisms.New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., pp. 558-562.

 
CATÁLOGO GERAL. MILLIET, S.; PFEIFER, W.. II Bienal do Museu de Arte Moderna.. São Paulo: EDIAM, 1ª ed., dez., 1953. 1953, p. 218.

 
DICIONÁRIO. DUROZOI, G. Dictionaire de l'art moderne et contemporain. Sous la direction de Gérard Durozoi. Paris: Fernand Hazam, 1992. 676p.: il., p. 545.

 

 
DUFOURCQ, N. (Org.); ALAIN, O.; ANDRAL, M.: BAINES, A.; BIRKNER, G.; BRIDGMAN, N.; Mme. de CHAMBURE; CHARNASSÉ, H.; CORBIN, S.; AZEVEDO, L. H. C. de; DESAUTELS, A.; DEVOTO, D.; DUFOURQ, N.; FERCHAULT, G.: GAGNEPAIN, B.; GAUTHIER, A.; GÉRARD, Y. HALBREICH, H.; HELFFER, M.; HODEIR, A.; ROSTILAV, M.; HOFMANN, Z.; MACHABEY, A.; MARCEL-DUBOIS, C.; MILLIOT, S.; MONICHON, P.; RAUGEL, F.; RICCI, J.; ROUBERT, F.; ROSTAND, C.; ROUGET, G.; SANVOISIN, M.; SARTORI, C. SHILOAH, A.; STRICKER, R.: TOURTE, R.; TRAN VAN KHÊ, A. V., VERLET, C. VERNILLAT, F.; WIRSTA, A.; ZENATTI, A. La Música: Los Hombres, Los Instrumentos, Las Obras. Barcelona: Planeta, 1976, pp. 364, 369.