quarta-feira, 16 de abril de 2014

GRUPO (ITALIANO DA) PINTURA METAFÍSICA [PITTURA METAFISICA] (Ferrara, Roma, Turim, Roma - Paris: 1916-1922).


 
GRUPO (ITALIANO DA) PINTURA METAFÍSICA [PITTURA METAFISICA] (Ferrara, Roma, Turim, Roma - Paris: 1916-1922).


Destaques: CARRÀ, Carlo, Giorgio DE CHIRICO e Giorgio MORANDI.



O movimento da Pintura Metafísica nasceu quando Giorgio De Chirico(1888-1978) e Carlo Carrà (1881-1966) foram vizinhos de leito hospitalar no decorrer da I Guerra Mundial (Ferrara, 1916). Foi nesse período que os artistas estabeleceram as premissas que nortearam o movimento que ambos lideraram, lançado internacionalmente logo depois do término da guerra (Roma - Paris, 1918-1922). Participaram do grupo da Pintura Metafísica o filósofo Mássimo Bontempelli (1878-1960), os artistas Carlo Carrà, Corrado Cagli (1910-1976), Felice Casorati (1883-1963), Giorgio De Chirico e seu imão, Alberto Savínio (Alberto Andrea de Chirico, 1891-1952), Arturo Martini (1889-1947) e Giorgio Morandi (1890-1964), entre outros.


O Grupo (Italiano) da Pintura Metafísica formou-se em torno de Mário Brolio, que publicava a revista Valori Plastici [Valores Plásticos], (1918-1922; v.). A estética da dita, Metafísica foi promovida por G. De Chirico, que publicou seu artigo Sobre a Arte Metafísica [Sull'arte metafisica] na Valori Plastici (nos. 04/ 05, 1919). Outros artigos foram publicados na mesma revista, de autoria de Carlo Carrà, Alberto Savínio e Giorgio Morandi. A Pintura Metafísica se tornou influente internacionalmente, através da publicação dessa revista, Valori Plastici [Valores Plásticos], traduzida na Alemanha e distribuída através da Galeria Hans Goltz (Munique).


A estética italiana da Pintura Metafísica influenciou vários pintores que aderiram ao Grupo (Alemão da) Nova Objetividade: Berlim, Colônia, Dresden, Düsseldorf, Hanover, Karlsruhe, Munique e República de Weimar (1925-1933). A temática dos artistas radicados em Berlim, Munique e Karlsruhe, incluiu referências à arquitetura fantástica e inabitável, com a influência vinda diretamente da vanguarda italiana, principalmente nas obras de Carlo Carrà e de Giorgio de Chirico. Maior destaque foi para os artistas radicados em Munique, com a influencia italiana marcando especialmente o estilo e a luminosidade das pinturas de Alexander Kanoldt (1881-1939), Walter Shulz-Matan (1889-1965) e George Schrimpf (1889-1938), professores da Academia de Arte de Munique.

 
Posteriormente o ítalo-argentino Emilio Pettorutti (1892-1970), que passou temporada de estudos na Itália (Roma, 1932-), foi o artista que influenciou o dito, Novecento Sul-Americano (Buenos Aires, 1919-1939; v.), Foi Pettorutti quem carregou na obra a influência da Pintura Metafísica italiana para seu país natal, onde, durante décadas, divulgou a estética dessa vanguarda européia para várias gerações de artistas argentinos que foram seus alunos (1924-1954).O Grupo da Pintura Metafisica encerrou suas atividades quando seus artistas abandonaram essa estética. Muitos, inclusive G. de Chirico, adotaram novamente o modelo clássico, Figurativo, pregado pela ditadura fascista desde o começo da década de 1920 (v. Grupo do Novecento italiano).
 

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

 

ENSAIO. CHIARELLI, T. O Tempo em Suspensão: Presença/ Ressonâncias da Pintura Metafísica e do Novecento Italiano na Arte de Argentina, Brasil e Uruguai. Apud CATÁLOGO. Novecento Sudamericano. Relações Artísticas entre Itália, Argentina, Brasil e Uruguai. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2003, pp.07-12.
 
 

INTERNET. Adriana Bisi Fabbri. From Wikipedia, the free encyclopedia. This page was last modified on 2 April 2014 at 23:29. Retrieved in: <http://en.wikipedia.org/wiki/Adriana_Bisi_Fabbri>Acessed in April 12, 2014.



 

INTERNET. Arturo Martini. From Wikipedia, the free encyclopedia. This page was last modified on 28 July 2013 at 12:18.Retrieved in: <http://en.wikipedia.org/wiki/Arturo_Martini> Acessed in April 12, 2014.

domingo, 6 de abril de 2014

BIOGRAFIA: PALAZZESCHI, Aldo; Aldo Giurliani (1885-1974).



BIOGRAFIA: PALAZZESCHI, Aldo; Aldo Giurliani (1885-1974).

O escritor italiano nasceu em Florença e morreu em Roma. Palazzeschi iniciou sua carreira de autor escrevendo poesia e publicou seus três primeiros livros às suas próprias expensas: O Cavalo Branco [Il Cavalli Bianchi] (1905), Lanterna [Lampião] (1907) e Poemas [Poemi] (1909). Nestas obras, Palazzeschi invocou atmosfera irreal completamente imobilizada, mostrando um mundo de imagens arcaicas, estáticas, com castelos, jardins, ciprestes e fontes, com princesas, meninas e jovens mulheres, além de povo não especificado. No próximo livro Palazzeschi explorou o realismo cômico, bem diferente do explorado no livro anterior: como escritor de romances, o autor publicou Reflexo [Riflessi] (1908), que depois trocou de título para Alegoria de Novembro [Allegoria di Novembre], que ele indicou como sendo romance no estilo Arte Nova [Art Nouveau]. Palazzeschi publicou O Incendiário (1910, ed. revis., 1913) e seu autor aliou-se, por pouco tempo, ao grupo dos Futuristas italianos (1914-1918).
  

O livro O Código de Perella [Il Códice de Perella] (1911) de Palazzeschi, cuja história terminou com a falência da utopia, foi considerado obra-prima da literatura italiana. Este romance alegórico contou a história, permeada de melancolia e de humor negro, da busca impossível de Perella que desejava salvar o mundo através de suas ações. Algumas obras de Pallazzeschi, consideradas pela crítica literária italiana como excepcionais, expressaram com estilo a tendência pré-dadaísta analisada em artigos de Giovanni Papini (1881-1966), publicados na mais importante revista das vanguardas italianas, Lacerba, que ele editou (1913-1915).


REFERÊNCIA SELECIONADA:

CATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L; CAUMONT, J; CELANT, G; COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE MARIA, L.; DI MILLIA, G.; FABRIS, A.; FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.; GREGOTTI, V.; LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.; MENNA, F.; ÁCINI, P.; RONDOLINO, G; RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.; SILK, G.; SMEJKAI, F.; STRADA, V.; VERDONE, M.; ZADORA, S. Futurism and Futurisms. New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., pp. 532-533.

sábado, 5 de abril de 2014

BIOGRAFIA: PALADINI, Vinício (1902-1971).

 
BIOGRAFIA: PALADINI, Vinício (1902-1971).

 
O artista plástico multimídia, cineasta, jornalista e escritor, nasceu em Moscou (Rússia) e faleceu em Roma (Itália). Paladini estudou Arquitetura; foi como autodidata que ele trabalhou no jornalismo e nas Artes Plásticas. O artista, que foi viver na Itália de seus ancestrais, se associou ao arquiteto, artista plástico, cenógrafo e escritor Ivo Pannagi (v. biografia abaixo). 

A dupla assinou em conjunto textos do Futurismo italiano, como o Manifesto da Arte Futurista Mecânica, publicado na revista Lacerba (Florença, 20 jan., 1922). A revista Lacerba foi a mais destacada das publicações das vanguardas italianas. O texto do documento serviu de base para outro manifesto homônimo, assinado em conjunto com Enrico Prampolini (out., 1922).

          
Vinício Paladini trabalhou para o Teatro dos Independentes Experimentais [Teatro degli Independenti Sperimentali], criado por Anton Giulio Bragaglia (1890-1960), que reuniu os Futuristas em torno do espaço cultural aberto na cave do Palazzo Tittoni (Roma, 1918). Paladini participou de vários eventos teatrais Futuristas, além das mostras de artes plásticas; ele escreveu artigos que foram publicados nas revistas Vanguard [A Vanguarda] (1922) e Pagine Rosse [PáginaVermelha] (1923). A dupla, formada por Ivo Pannagi e Vinício Paladini, idealizou a peça teatral Dança Mecânica Futurista [Ballo meccanico Futurista] (1922), encenada no Círculo delle Cronache d'Atualittá (Roma, 02 jun., 1923), pertencente à revista Cronache d'Atualittá [Crônica da Atualidade], de A. G. Bragaglia. Paladini desenvolveu o cenário e parte dos figurinos para personagem humano, vestido com costumes Futuristas; e Pannagi criou parte do cenário e o figurino do personagem mecânico, com influência do movimento Cubista e Construtivista, inspirado nos figurinos de P. Picasso para Parade (Paris, 1917). A ação teatral apresentou como fundo sonoro o ruído produzido pelo ronco de duas motocicletas; os desenhos dos costumes dos personagens citados se encontram publicados (HULTEN, 1986).
 
 
Paladini desenvolveu nas suas obras pictóricas estilo pessoal, no qual combinou a influência das formas Cubistas com a dinâmica das cores Futuristas, nas obras que apresentaram técnicas de vanguarda como a Colagem [Collage]. Paladini estreou com a produção do filme experimental Luna-Park Traumático (1927): ele foi um dos primeiros jornalistas na Europa e o primeiro na Itália a divulgar o movimento do Construtivismo russo, quando publicou o livro Arte na Rússia dos Soviéticos [Arte nella Russia dei Soviets] (Roma, 1925). Paladini também organizou o Grupo Imaginista Romano [Immaginista Romano] (1929).
           
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:



DICIONÁRIO. DUROZOI, G. Dictionaire de l'art moderne et contemporain. Sous la direction de Gérard Durozoi. Paris: Fernand Hazam, 1992. 676p.: Il, p. 115.

 
 
 

CATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L; CAUMONT, J; CELANT, G; COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE MARIA, L.; DI MILLIA, G.; FABRIS, A.; FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.; GREGOTTI, V.; LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.; MENNA, F.; ÁCINI, P.; RONDOLINO, G; RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.; SILK, G.; SMEJKAI, F.; STRADA, V.; VERDONE, M.; ZADORA, S. Futurism and Futurisms. New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., p. 532.