segunda-feira, 18 de agosto de 2014

GRUPO (INTERNACIONAL) NOVECENTO ITALIANO (Milão, 1923-; internacionalmente, 1925-1933).

GRUPO (INTERNACIONAL) NOVECENTO ITALIANO (Milão, 1923-; internacionalmente, 1925-1933). Destaques: Leonardo DUDREVILLE, Achille FUNI, Marino MARINI e Mario SIRONI. O período do entre guerras (1919-1939) ficou marcado pelo movimento apoiado pelo estado italiano, que, liderado pela jornalista e crítica de arte Marguerita Sarfatti (1883-1961), representou a única arte apoiada pelo ditador Benito Mussolini (1883-1944). Essa historiadora e crítica de arte foi curadora de todas as mostras do grupo durante 10 anos: Sarfatti decretou o retorno da arte à ordem, e, com este, a valorização da pintura Figurativa. Sarfatti organizou as mostras dos Sete Pintores do Novecento [Sette Pittore dei´900´] (Milão, março, 1923), dos Seis Pintores do Novecento [Sei Pittore dei´900´] (Milão, 1925), da Primeira Mostra do Novecento Italiano [Prima Mostra del Novecento Italiano] (Milão, 1926), e duas das Bienais de Veneza (1924; 1926), além de ser a curadora dos artistas da representação italiana escolhidos para participarem da Exposição Universal (Paris, 1925). Foi Sarfatti quem organizou o grupo do Novecento italiano, com mais de 100 artistas, cujas obras viajaram com ela, que apresentou palestras nas diversos exposições inauguradas em vários países (1926-1933). Participaram desse grupo muitos egressos do Futurismo italiano (v.); entre os principais associados o brasileiro Hugo Adami (Pilade Francisco Hugo Adami, 1899-1999), Anselmo Bucci ( !887-1933), Baccio Maria Bacci (1888-1974), Massimo Campigli (1895-1971), Carlo Carrà (1881-1966), Giorgio de Chirico (1888-1978), Filippo de Pisis (1896-1956), Francesco Cangiullo (1884-1977), Ricioto Canudo (1877-1923), Felice Casorati (1883-1963), Emilio Centurion (ítalo-argentino, 1894-1970), Remo Chitti (1891-1971), Primo Conti (pintor, escritor e editor da revista Il Centone, 1900-1988), Bruno Corrà (Conde Bruno Ginanni Corradini, 1892-1976), Giorgio de Chirico (1888-1978), Leonardo Dudreville (1885-1975), Achille Virgille Funi (1890-1972), Arnaldo Ginna (Conde Arnaldo Ginanni Corradini, 1890-1982; v. Futurismo no Cinema), Tullio Garbari (pintor e crítico arte, 1901-1931), Arturo Martini (pintor e gravador, 1889-1947), Pietro Marussig (pintor de Trieste, 1879-1931), Giorgio Morandi (pintor e gravador, 1890-1964), Bruno Munari (11907-1998), Enrico Prampolini (artistas multimídia, e cineasta, 1894-1956); Alberto Salietti (pintor de Ravenna, 1892-), Ottone Rosai (pintor de Florença, 1895-1957), Medardo Rosso (escultor e crítico arte, 1858-1928), Luigi Russolo (músico, pintor, inventor de instrumentos musicais, 1885-1947), Gino Severini (pintor e cenógrafo que vivia em Paris, 1883-1966), Mário Sironi (pintor de Sassari, 1885-1961), Ardengo Soffici (pintor e editor de revistas, 1879-1964) e Mário Tozzi (1895-12979), entre inúmeros outros. Os artistas Gian Emilio Malerba (1880-1926), Ubaldo Oppi (1889-1942) e Aligi Sassú (1912-2000) se associaram, mas logo depois deixaram o grupo, surgindo posteriormente nos grupos anti-fascistas italianos como o Grupo Vermelho [Grupo Rosso] (1934-1935) e o Grupo Corrente (1938-1940). Na Itália o Grupo do Novecento organizou várias mostras, em Milão, Roma, Veneza, Turim, entre outras cidades (1923-1933). O grupo se separou, mas reagrupou-se em seguida, nomeado de Comitê Diretor do Novecento italiano, sendo oficial a Primeira Mostra do Novecento Italiano [Prima Mostra del Novecento Italiano], realizada com 30 artistas no Palazzo da Permanente (Milão, fev. – mar., 1926). Foi organizada por M. Sarfatti a representação italiana na Bienal de Veneza (XIV-XV/ 1924; 1926; 1931) e a Quadrienal de Roma (1933). Outras mostras associadas foram Seis Pintores do Novecento (Milão, 1925); a Exposição Universal (Turim, 1925); a Arte Moderna (Milão, 1926); a exposição dos Sete Pintores do Novecento, inaugurada com discurso do ditador italiano na Galeria C’A Pesaro (Milão, mar., 1923); da 1ª Mostra do Novecento, na Galeria Gian Ferrari (Milão, 1926); da mostra, Novecento (Florença, 1926). Obras de c. de 100 artistas participaram das várias outras mostras internacionais, todas com curadoria de Sarfatti, itinerantes a Helsinki (1931) e Pittsburg (Estados Unidos, 1932), entre outras cidades como Amsterdã, Basiléia, Berlim, Berna, Bruxelas, Budapeste, Estocolmo, Genebra, Lausanne, Paris, Viena e Zurique, além da participação destacada nas mostras italianas mais importantes do período. Na América do Sul a influência recebida do Grupo do Novecento italiano se deve as mostras itinerantes, realizadas com curadoria da protegida do ditador italiano B. Mussolini, Marguerita Sarfatti, como a exposição inaugurada com palestra de Sarfatti na sede da Associação Amigos da Arte [AAA] (Buenos Aires - Montevidéu, 13 set. – out., 1930). Receberam essa influência artistas sul-americanos de origem italiana, como os argentinos Antonio Berni, Emilio Centurión, Victor Cúnsolo, Raquel Forner, Lorenzo Gigli, Fortunato Lacámera, Horácio March, Onofrio Pacenza, Emilio Pettoruti e Lino Enea Spilinbergo; os uruguaios Gilberto Bellini, Elsa Andrada de Torres, Carlos Prevosti e Joaquín Torres-Garcia. A influência da arte italiana deste período alcançou a obra dos brasileiros Hugo Adami, Tarsila do Amaral, Emiliano Di Cavalcanti, Vittorio Gobbis, Fúlvio Pennacchi, Cândido Portinari, Carlos Prado, Francisco Rebolo, Paulo Rossi Osir e Alfredo Volpi, destacados por Tadeu Chiarelli, curador da mostra Novecento Sudamericano, na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2003). Os integrantes do Grupo do Novecento italiano se apresentaram em mostras posteriores, como na Sala Especial do Futurismo, na II Bienal do Museu de Arte Moderna (São Paulo, 1953), com curadoria de Giulio Carlo Argan, Giuseppe Fiocco, Luciano Minguzzi, Rodolfo Pallucchini, Carlo Alberto Petrucci e Gino Severini. Na mostra, Aspectos do Segundo Futurismo, realizada na GCAM/ Galeria Cívica de Arte Moderna (Turim, 1962); na A Experiência Aero-Espacial na Pintura Contemporânea [L' Experienza dell'aero-spazio nell pittura contemporanea], na GCAM (Segnana, 1972); na mostra Turim: entre duas guerras, na GCAM (Turim, 1978); e na exposição paulista Novecento Sudamericano. Relações Artísticas entre Argentina, Brasil, Itália e Uruguai, realizada na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2003). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: ARCHER, M. Art since 1960. New Ed. London: Thames and Hudson, 1997. 2002. 256p. 221 il., 92 color., pp. 49-50.(world of art).21 x 15 cm. CATÁLOGO GERAL. II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo. São Paulo: EDIAM, 1ª ed., dez., 1953, p. 172. ENSAIO. CHIARELLI, T. O Tempo em Suspensão: Presença/ Ressonâncias da Pintura Metafísica e do Novecento Italiano na Arte de Argentina, Brasil e Uruguai. Apud CATÁLOGO. Novecento Sudamericano. Relações Artísticas entre Itália, Argentina, Brasil e Uruguai. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2003, pp.07-12. ENSAIO. GINANNESCHI, E. O enigma de uma viagem na arte do século XX. Apud CATÁLOGO. Novecento Sudamericano. Relações Artísticas entre Itália, Argentina, Brasil e Uruguai. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2003, pp. 18-20. ENSAIO. ORGAMBIDE, P. Tiempo de Pettoruti. Apud CATÁLOGO. Emilio Pettoruti. Un pintor ante el espejo. Málaga (Espanha): Museu Municipal de Málaga. Buenos Aires (Argentina): Fundación Pettoruti. ENSAIO. WECHSLER, D. De uma Estática do Silêncio a uma Silenciosa Declamação: Encontros e apropriações de uma Tradição nas Metrópolis do Rio da Prata. Apud CATÁLOGO. Novecento Sudamericano. Relações Artísticas entre Itália, Argentina, Brasil e Uruguai. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2003, pp. 13-16.

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