quinta-feira, 9 de outubro de 2014

BIOGRAFIA: SCIPIONE, Gino Bonichi (1904-1933).

BIOGRAFIA: SCIPIONE: Gino Bonichi (1904-1933). O artista, grande amigo de Mário Mafai, nasceu em Roma: ele participou do grupo das vanguardas conhecido como Escola Romana [Scuola Romana ou Scuola di Via Cavour] (Roma, 1928-1937), que se reunía no ateliê de Mafai. A primeira mostra do grupo realizou-se em Roma (1929). Scipione tornou-se conhecido no início da década de 1930; durante c. de 15 anos, devido a uma pneumonia, sua saúde foi sendo lentamente minada pela doença. O artista faleceu jovem, depois de passar seus dois últimos anos de vida internado em sanatório. Scipione posuía a verdadeira febre de criação, que levou-o à construir riquíssimo universo pictórico, que traduziu toda a sua sensualidade, fervente e viva, mas perpassada pela atmosfera melancólica da morte. Dotado de complexo mundo espiritual, baseado em profunda religiosities, o artista traduziu-o na obra. Embora físicamente doente, Scipione foi incapaz de aceitar o fato: ávido de vida, ele expressou nas suas pinturas uma certa curiosidade mórbida. No dia a dia, o artista saiu em busca das mulheres de vida fácil, consideradas perdidas, e foi capaz de expressar na sua arte toda a ambigüidade deste universo. A educação artística de Scipione foi baseada no estudo das obras existentes nos museus, na observação das pinturas de Francisco Goya y Lucientes e de El Greco, dos desenhos de Honoré *Daumier e das pinturas de Marc Chagall. Declarou ALBINI (1943), que os retratos de Scipione lembravam os de Goya (A Mãe, na Galeria Nacional de Arte Moderna, Roma), e que a obra considerada mais importante do pintor foi o Retrato do Cardeal Vannutelli (1929-1930, no acervo da Galleria Communale d'Arte Moderna, Roma), no qual Scipione exerceu sem reservas a análise de certa parcela da sociedade romana. A obra pertence a um grupo de quadros impregnados da atmosfera fantástica da paisagem romana, embuída de Simbolismo, do desejo de interpretar seu tema, superando-o. Albini descreveu o retrato como terrível! E MARCHIORI publicou o livro Scipione (ed. Hoepli, 1939); o autor assim se expressou sobre o Retrato do Cardeal Vannutelli, que parecia eco de certo período da obra de D'Annunzio, sem grandes diferenças entre a Roma de Scipione e aquela de Andrea Sperelli, o esteta decadente, herói do romance Il Piacere [O Prazer], de Gabrielle D'Annunzio. Quanto ao quadro Ponte de Sant'Angelo (1930), MARCHIORI citou que Scipione declamou os poemas da Gomorra quando as estátuas dos anjos se elevaram para o céu na paisagem romana, que lembra a da cidade de Toledo na pintura de El Greco, entrevendo um mundo apocalíptico, distante, parecido com o Inferno de Dante (A Divina Comédia: Inferno: canto XX). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: ALBINI, C. Les Arts Plastiques en Italie, de 1860 a 1943. Traduction de Maria Brandon-Albini. Paris: Éditions Entente, 1943. 1985, pp. 262-274. CHILVERS, 1990, p. 526. DINO, P.; BORGIOTTI, M. (Introd.) Movimenti Pittorici Italiani dell' Ottocento. Milano: Alfieri & Lacroix, 1966, pp. 05-15. MARCHIORI, 1939, p. 145.

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