domingo, 12 de outubro de 2014

BIOGRAFIA: SCIALOJA, Toti; Antonio Scialoja (1914-1998).

BIOGRAFIA: SCIALOJA, Toti; Antonio Scialoja (1914-1998). O destacado artista plástico, foi cenógrafo e figurinista dos teatros europeus. Scialoja nasceu em Roma, e, inicialmente participou do grupo de vanguarda conhecido como Escola Romana [Scuola Romana ou Scuola di Via Cavour] (Roma, 1928-1937), que se reunía no ateliê de Mário Mafai. O grupo realizou uma única mostra coletiva (1929). Scialoja abandonou seus estudos na Faculdade de Direito para tornar-se pintor; ele foi autodidata, mas reconheceram-lhe o talento, pois ele se tornou, mais tarde professor de Pintura na Academia de Roma. As obras pictóricas de Scialoja receberam a influência do pintor Giorgio Morandi: ele adotou inicialmente o estilo Figurativo, mas tendendo à Abstração. O artista expôs suas obras na I Bienal Internacional (São Paulo, 1951). Nas décadas de 1940-1950, o bailarino e coreógrafo Aurélio Millos trabalhou durante vários anos na Itália: ele conheceu Scialoja, que criou algumas cenografias para espetáculos de dança com coreografias de Milloss. Em meados da década de 1950 Scialoja foi convidado por Milloss para criar cenários e figurinos para os Ballets do IV Centenário da Cidade de São Paulo (1953-1954). Durante sua estada na cidade, Scialoja criou cenários e figurinos para o balé Caprichos, dito, Sarcasmos Tragicômicos de Aurélio Milloss, em torno da música das duas Petites Suites de Igor Stravinsky. Este balé havia sido apresentado anteriormente em Roma (1943); no Brasil, esteve entre os primeiros espetáculos encenados no TMRJ/ Theatro Municipal do Rio de Janeiro (17 e 22 dez., 1954). Em São Paulo foi apresentado no TS/ Teatro Santana (dias 06, 08, 09, 25, 26, 27 e 29 jun., 1955); e, em uma récita vespertina, na Temporada Lírica Oficial, no TMSP/ Theatro Municipal (São Paulo, 13 nov., 1955). Para estes espetáculos todos foi regente da orquestra o maestro Juan Giuliano; Lia Dell'Ara foi a Maîtresse de Balé e assistente de Direção Coreográfica; dançaram Muni Carnewal e Norberto Nigro, como o Duo Napolitano; Helena Weber dançou no papel da Espanhola Louca; formaram o grupo russo os bailarinos Addy Addor, Acir Giannaccini, Francisco Schwartz, Carlos Villar e Noêmia Weiner; dois bailarinos, Raul Severo e Cristian Uboldi, se revezaram no papel do bailarino com trombeta preta; Ismael Guiser foi o oficial valsante; e Maria Helena Freire, Márika Guidali e Tatiana Iewlewa formaram o grupo das dançarinas de polka, eventualmente substituídas por Lúcia Villar e Sioma Fantauzzi. Depois que todo o grupo dos Ballets do IV Centenário trabalhou muito, montando os espetáculos com 17 coreografias de A. Milloss, viveu a grande decepção dos balés não serem encenados no palco para o qual todos os cenários foram especialmente construídos, o do Theatro Municipal de São Paulo. O prefeito Jânio Quadros deixou o teatro em reforma durante todo o ano do IV Centenário da cidade (1954), mantendo querela política com a Comissão do IV Centenário, presidida por Francisco Ciccilo Matarazzo, Assim, esta foi a principal razão porque os espetáculos estrearam no palco do TMRJ, no Rio de Janeiro e depois, em meados do ano seguinte, no Teatro Santana (São Paulo, jun., 1955). Os cenários de Scialoja para o espetáculo brasileiro se destacaram no todo, conforme declarou BARBOSA (1998), estavam embebidos da estética da Metafísica italiana (v. Pintura Metafísica), metabolizada pelo Expressionismo, jogando o público em um turbilhão de cores. O figurino da espanhola louca foi considerado entre os mais elegantes dos 600 figurinos cridos pelos artistas para os Ballets do IV Centenário da Cidade de São Paulo. Passada a temporada brasileira, Scialoja viajou, quando passou prolongada temporada nos Estados Unidos; suas pinturas receberam importante prêmio internacional na Exposição de Arte Moderna (Pittsburg, 1955). No ano seguinte, Scialoja expôs suas obras em mostra individual na Galeria Pierre Matisse (Nova York, 1956). Depois dessa estada na capital das artes norte-americanas, Scialoja desenvolveu estilo de pintura influenciado pela obra dos Expressionistas Abstratos norte-americanos, quando partiu, de acordo com BARBOSA (1998), de seu Expressionismo Figurativo consolidado. Scialoja foi também excelente escritor e publicou livro de poesia (1952). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: ENSAIO. AMARAL, G. Um balé antropofágico. Apud CATÁLOGO. Fantasia Brasileira. Antropofagia nas Artes Cênicas, São Paulo 1953-1955. São Paulo: SESC São Paulo - XXIV Bienal de São Paulo, 1998, pp. 10-25. ENSAIO. BARBOSA, A. M. A cumplicidade com as artes. Apud CATÁLOGO. Fantasia Brasileira. Antropofagia nas Artes Cênicas, São Paulo 1953-1955. São Paulo: SESC Belenzinho - XXXIV Bienal de São Paulo, 12 out. - 13 dez., 1998, p. 70. ENSAIO.TONI, F. C. Música e músicos do Ballet IV Centenário in Fantasia Brasileira. O balé do IV Centenário. Antropofagia nas Artes Cênicas São Paulo 1953-1955. São Paulo: SESC Belenzinho - XXXIV Bienal de São Paulo, 12 out. - 13 dez., 1998, p. 93. ENSAIO.VALLIM JR., A. R. Ballet IV Centenário: Emoção e Técnica in Fantasia Brasileira. O Balé do IV Centenário. Antropofagia nas Artes Cênicas São Paulo 1953-1955. São Paulo: SESC Belenzinho - XXXIV Bienal de São Paulo, 12 out. - 13 dez., 1998, p. 33. BIOGRAFIAS. RIBEIRO, M. I. B. Biografias in Fantasia Brasileira. O balé do IV Centenário. Antropofagia nas Artes Cênicas. São Paulo 1953-1955. São Paulo: SESC Belénzinho - XXXIV Bienal de São Paulo, 12 de out. a 13 de dez., 1998, pp. 173, 179 . DICIONÁRIO. CHILVERS, I. Dictionary of 20th century art. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1998. 670p., p. 526. (Oxford reference)

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