segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

BIOGRAFIA: CANGIULLO, Francesco (1884-1977).


CANGIULLO, Francesco (1884-1977).


 
O artista gráfico, pintor, poeta, escritor das palavras em liberdade, nasceu em Nápoles (Itália) e morreu em Leghorn (Suíça). Francesco Cangiullo colaborou com seus textos para os mais conhecidos periódicos de vanguarda de sua época como as revistas La Difesa dell´Arte [A Defesa da Arte] (1910-), Lacerba (1913-1915), L'Italia Futurista [A Itália Futurista] (1916-1920), Procellaria (1922-) e La Cultura Italiana [A Cultura Italiana] (1929-), todas publicadas em Florença. Cangiullo se associou as vanguardas Futuristas; o artista participou com pinturas e esculturas, criadas com Giacomo Balla (1871-1958) e F. T. Marinetti (1876-1944) da primeira Exposição Internacional Futurista Livre (Roma, 1914).


Francesco Cangiullo trabalhou conjuntamente com o ator e autor teatral Futurista Ettore Petrolini (1896-1936), que produziu várias das ditas, Sínteses Teatrais Futuristas (1916-): eles escreveram juntos a peça Radioscopia, misto de drama com espetáculo no estilo do vaudeville francês e do music-hall americano. A peça Futurista, As Mãos de Cristal [Le mani di cristallo], de Francesco Cangiullo, foi encenada com música de Franco Casavola (1891-1955) no Teatro da Surpresa. Casavola também musicou o poema de palavras em liberdade, de Cangiullo, Piedigrotta (1922).

A estética de Cangiullo, próxima da Dadaísta, foi notável pela originalidade, pois seus textos, ilustrados com tipografia criativa apresentaram soluções gráficas inéditas. O trabalho de Cangiullo foi influenciado por seu amigo Giacomo Balla, pintor e professor do grupo dos artistas plásticos Futuristas (v. Futurismo nas Sínteses Teatrais e no Teatro). Cangiullo tornou-se performático e declamou suas poesias nas Noites Futuristas, organizadas por Giuseppe Sprovieri na Galeria Sprovieri, conhecida como a Galeria Futurista (Roma e Nápoles, 1914).

Cangiullo inventou novas formas para as palavras e, como Guillaume Apollinaire (1880-1918) nos seus Caligramas [Caligrammes], o artista italiano reinventou a tipografia, com a página composta tal qual fogos de artifícios, entre outras. Cangiullo empreendeu, de modo criativo, a deformação da palavra escrita, ocasião em que criou o novo visual muito gráfico, produzido conjuntamente com seu irmão mais novo Pascalino, apresentado no seu livro Café Concerto (Caffè-concerto alfabeto a sorpresa. Milano: Edizione Futurista de Poesia, 1916).


 
Cangiullo escreveu e assinou o Manifesto do Mobiliário Futurista (1920). No ano seguinte Cangiullo assinou, juntamente com F. Marinetti, o Manifesto do Teatro da Surpresa (1921). Cangiullo tornou-se diretor, juntamente com Rodolfo de Angelis (Rodolfo Tonino, 1893-1964), da Companhia do Teatro da Surpresa. Pouco tempo depois Cangiullo afastou-se do Futurismo (1924).


 
 
 
REFERÊNCIA SELECIONADA:


 
CATÁLOGO HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L;. CAUMONT, J;.CELANT, G;. COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE; MARIA, L. DE; DI MILLIA, G.;FABRIS, A.;FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.;GREGOTTI, V.;LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.;MENNA, F.; ÁCINI, P.;RONDOLINO, G;. RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.;SILK, G.; SMEJKAI, F.;STRADA, V.;VERDONE, M.;ZADORA, S. Futurism and Futurisms.New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., pp. 440, 536.

Nenhum comentário:

Postar um comentário