segunda-feira, 5 de maio de 2014

TÉCNICAS NA ARTE (INTERNACIONAL): FOTOGRAFIA (1826-Hoje).



TÉCNICAS NA ARTE (INTERNACIONAL): FOTOGRAFIA (1826-Hoje).



A Fotografia foi a primeira Arte Performática: pessoas foram fotografadas, com sua aparência usual e roupas da época, bem como transformadas em personagens, na personificação exclusiva para a câmera fotográfica, na modalidade artística que denominei de Fotoperformance, que posteriormente divulgaremos. A Fotografia foi desenvolvida por técnicos, quimicos e pesquisadores em muitas gerações. Encarada como forma de arte a fotografia ocorreu desde meados do século XVIII, quando vários artistas plásticos europeus passaram a fotografar, especialmente os Pós-Impressionistas, sendo vários participantes do Grupo dos Nabis como Félix Valloton (1865-1925), Pierre Bonnard (1867-1947), Édouard Vuillard (1868-1940) e Maurice Denis (1870-1943); e o artista belga naturalizado francês, Henri Evenepoel (1872-1899), aluno de Gustave Moureau (Paris, 1826-1898); e o pintor destacado na dita, Escola de Haia, George Hendrick Breitner (1857-1923), o pioneiro holandês da fotografia tirada nas ruas de sua cidade natal, Roterdam, bem como nas ruas de Amsterdã e Paris, recentemente homenageado com mostra individual que revelou-o como fotógrafo (Rotterdam Kunsthal, 09-06/ 16-09-2012).

A Fotografia utiliza instrumento de mediação, a máquina fotográfica, aparelho reprodutivo de imagens óticas. Não somente o aparelho, mas a reprodução da imagem capturada por este aparelho sempre necessitou passar por vários procedimentos técnicos, banhos e processamentos químicos, para que a imagem fôsse reproduzida e fixada em anteparo e pudesse ser visualizada de forma independente do aparelho. Desde o século XVIII variaram os suportes da fixação da imagem fotográfica: a imagem foi fixada em placas de metal, de vidro, e, quando começou a se popularizar desde meados do século XIX, fixada no papel especial, o dito, papel fotográfico, que recebe a emulsão química que permite fixar a imagem obtida pela câmera. À medida que a máquina fotográfica foi evoluindo, novos instrumentos foram inventados e, as fotografias como forma de arte foram evoluindo do ponto de vista técnico. No entanto, do ponto de vista artístico, apesar de todas as inovações tecnológicas introduzidas nesse meio, a arte da fotografia sempre dependeu, e até hoje, depende da sensibilidade do artista que utiliza a câmera.

Gustav Le Gray (1820-1882) foi renomado fotógrafo francês, que fundou várias associações das quais ele participou, como a Sociedade Heliográfica e a SFP- Sociedade Francesa de Fotografia. O artista se transformou em conselheiro de muitos fotógrafos de sua geração, que o procuravam para receber seus ensinamentos. Le Gray tornou-se conhecido quando escreveu artigos sobre fotografia, publicados nas revistas da época. O artista dedicou-se a resolver os problemas técnicos eletromecânicos, que, na época, a fotografia apresentava. Le Gray publicou seu Tratado prático da fotografia sobre papel e sobre vidro (Traité pratique de la photographie sur papier et sur verre. Paris, 1850); o livro foi re-editado com outros títulos (1851; 1852; 1856). Le Gray foi encarregado da dita, Missão Heliográfica, de pesquisa de documentação da arquitetura de La Tourraine e de L'Aquitaine (França). O artista foi reconhecido pela excelente documentação fotográfica que produziu, que depois levou-o a documentar os monumentos de Paris, ele tornou-se o precursor da Fotografia Artística Documental, pois Le Gray realizou a documentação fotográfica do Salão de Belas Artes, fotografado sob encomenda de seu diretor, Philippe de Chenvières; as fotografias resultaram em dois álbuns, que sobreviveram ao tempo (Paris, 1852).
 
 
Le Gray inventou o Colótipo, o novo método da impressão da fotografia sobre papel encerado seco, que o artista utilizou durante 15 anos. Um de seus temas preferidos foi a paisagem da Floresta de Fontainebleau (1849-1855), na época em que o Grupo da Escola de Barbizon (v.), como J-F. Millet, entre outros, se ocupou em pintar esta mesma paisagem. Outro tema de Le Gray foi o das marinhas, que registraram, entre outros, o porto de Le Havre e de Cherbourg (1856); o porto de Toulon, seguindo pelo litoral, próximo à Sète (1857). O artista encantou o público quando apresentou suas marinhas com céu tormentoso, que expôs em Londres (1856) e (Paris (1857); uma destas fotos, A Onda [La Vague] (1856), se encontra reproduzida (BREUILLE, 1994). Outro tema do fotógrafo foram os retratos: Le Gray fotografou a Imperatriz Eugênia, a condessa espanhola que se tornou esposa de Napoleâo III (1856); e o líder político italiano Garibaldi (1860).

(continua)

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