sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

ARTE AMBIENTAL SONORA OU ÁUDIO-ARTE, ARTE DO ÁUDIO, ARTE SONORA, ARTE RUIDISTA (França, 1915; Itália, 1916-; Brasil, 1954-1955).

 

 
ARTE AMBIENTAL SONORA OU ÁUDIO-ARTE, ARTE DO ÁUDIO, ARTE SONORA, ARTE RUIDISTA (França, 1915; Itália, 1916-; Brasil, 1954-1955).


 
A maior surpresa do inventor do fonógrafo, Thomas Alva Edison (1847-1931), foi quando ele ouviu o som de sua própria voz gravada. Imediatamente o inventor constatou que o som de sua voz gravada era diferente do timbre que ele esperava escutar, pois o som da sua voz se deslocou de sua garganta para os seus ouvidos. A partir dessa constatação, válida para todos nós, verificamos que a Arte Sonora é extremamente complexa e inclui a música, os vários tipos de silêncio, o ruído, o ritmo, a polifonia, a dissonância, o contraponto, a harmonia, a melodia, os sons próximos, os sons remotos e os sons ambientais, entre tantos outros sons e seus efeitos associados.


O século XX pode ser considerado como o século do som: nunca até então tantos sons foram ouvidos e nenhum outro século proporcionou tantos meios técnicos para registrarmos esses sons. No movimento das vanguardas Cubistas parisienses, apesar do manifesto espacial de Pablo Picasso (1881-1972) ter sido a apresentação de Parada (Parade, 1917), preparado especialmente para os Balés Russos de Sergei Diaghilev (1872-1929), criado e executado por Picasso (cortina, cenografia e figurinos), com a coreografia de Leonid Massine (1894-1979), tendo Jean Cocteau (1885-1963) como um de seus idealizadores e o músico Erik Satie (1866-1925) como compositor. Desses, somente Cocteau e Satie cogitaram de criação musical de Arte Ruidista, quando Satie incorporou buzinas de automóvel, ruído de locomotiva, sons de batida da máquina de escrever, entre outros, na música ruidista de Parada. Cocteau, que liderou o Grupo dos Seis (v.), integrado por músicos das vanguardas francesas, teve suas idéias rejeitadas pelo grupo de Picasso e foi incisivamente criticado por Guillaume Apollinaire (1880-1918), amigo dileto e participante do Grupo do Barco Lavanderia [Bateau Lavoir] (v.). Quando Apollinaire apresentou sua palestra O Novo Espírito e os Poetas (Paris, 14 nov., 1917), ele atacou a Arte Ruidista, declarando ser a arte que futuramente dependeria do uso de máquinas. Apollinaire comparou o poema à sinfonia, na qual o fonógrafo tomaria parte através de ruídos, escolhidos e combinados artisticamente, liricamente; ele declarou que nem ao menos podia conceber poema de imitação do ruído, que não pudesse ser associado à qualquer sentido emocional, lírico ou trágico.


 


Foi o manifesto a Arte do Ruído (1913; v., abaixo), do pintor, músico e instrumentista, além de inventor de instrumentos musicais Luigi Russolo (1885-1947), que inaugurou a Arte Sonora ou Arte Ruidísta, primeiro a italiana e depois a mundial. Essa arte sonora dedicou-se à observação e gravação, do ruído e do silêncio, do som ocasional ou acidental, do som musical, do silêncio total, do silêncio percorrido por ruídos ocasionais, do ruído repetitivo, do ruído contínuo e do mimetismo na arte sonora. Em muitas ocasiões e por muitos, a Arte Ruidísta ou a Arte Sonora foi descartada, como caso vulgar de gravação de efeitos sonoros, utilizada somente como pano de fundo, coadjuvante de outras ações performáticas criadas e registradas em outros meios, como o cinema e o vídeo. Esta fase foi logo superada, devido à evolução tecnológica dos equipamentos de gravação e reprodução dos sons, tal qual os primeiros registros sonoros que existiram, como o Cilindro de Cera de Gravação Sonora [Wax Disc Record], ou a reprodução de sons gravados anteriormente, reproduzido através dos sulcos do disco colocado no Fonógrafo [Phonograph] (Thomas A. Edison); ou, um pouco mais tarde, a reprodução de sons gravados em fita-tape áudio-magnética, reproduzidos através do gravador, ou seja, o aparelho reprodutor de fita áudio-magnética. Algumas dessas inovações, entre vários novos intrumentos musicais, foram criações de Luigi Russolo, sendo os mais conhecidos o Entoarumor ou Rumorharmônio [Intonarummori] e o Russolofone, inventados antes da década de 1930. Podemos ainda citar outros instrumentos dessa fase tecnológica como o Pathéphone, Noisegraph, Dramagraph, Kinematophone, Soundgraph e o Gabinete de Efeitos Sonoros Excelsior [Excelsior Sound Effect Cabinet], entre tantos outros aparelhos, hoje completamente esquecidos, ou mesmo, desconhecidos. Quanto aos instrumentos inventados por Russolo, não sobrou nenhum preservado no mundo de hoje: fotografias originais do Entoarumor foram publicadas (HULTEN, et al., 1986).


 
A Arte Ruidísta, o Entoarumor e o Russolofone se tornaram conhecidos de personalidades das vanguardas como S. P. Diaghilev, V. V. Maiakowski (1893-1930), Dziga Vertov (1896-1954), Sergei Prokofiev (1881-1933) e Edgar Varese (1883-1965). Diaghilev chegou a considerar a Arte Ruidísta de Luigi Russolo como a de um gênio, mas nunca procurou integrá-la aos espetáculos de sua Companhia Teatral S. P. Diaghilev, que apresentou nos palcos mundiais os Balés Russos (Paris, 1909-1929). A Arte Ruidista de L. Russolo foi divulgada no âmbito das vanguardas Futuristas, com o Concerto Futurista, apresentado por ele com o seu Entoarumor na inauguração da mostra Pintores Futuristas Italianos, da qual participaram obras de Giacomo Balla (1871-1958), Fortunato Depero (1892-1960), Gerardo Dottori (1884-1977), Fillia (1904-1936), Antônio Marrasco (1896-1975), Bruno Munari (1907-1998), Pippo Oriani (1909-1972), Ugo Pozzo (1900-1981), Enrico Prampolini (1894-1956), Luigi Russolo (1885-1947), Alberto Sartoris (1901-1998) e Gino Severini (1883-1966), entre outros, realizada em Paris (1929). As ações performáticas Futuristas, inclusive as de Russolo podem ser encontradas detalhadas (v. Futurismo, e listagem das Performances, incluindo as Futuristas, nesse Blog, nas postagens antigas).



 


Russolo, que compreendeu e tratou o ruído como a grande renovação musical, também criou o novo sistema de notação musical. No entanto, a Arte Ruidista de L. Russolo silenciou com o advento das novas tecnologias de gravação sonora. No decorrer de suas pesquisas o músico se conscientizou de que os instrumentos que ele inventou realizavam a arte mimética sonora, mas ele conseguiu criar e desenvolver o instrumento capaz de derrotar a primazia dos órgãos musicais, o Russolofone. Esse aparelho, que chegou a ser utilizado na sonorização de filmes silenciosos, logo se tornou descartável devido ao nascimento do cinema sonoro, quando, no começo da década de 1930, a película de filme ótico e sonoro se tornou disponível para os cinegrafistas profissionais. Apesar da originalidade e do ineditismo da Arte Ruidista de L. Russolo, ele foi bastante atacado na sua época: sua arte chegou até nós porque o músico perseverou sempre nas suas pesquisas. O Futurista Luigi Russolo foi o primeiro a destruir um piano nos eventos patrocinados pela revista Les Soirées de Paris [As Noites de Paris], editada por Guillaume Apollinaire (Paris, 1912-1914).
 
Na década de 1930, o destaque foi para a Arte do Rádio (v.), que interessou mais profundamente às pesquisas dos Futuristas italianos, mas passou distante das vanguardas Surrealistas francesas (1924-1966), que nunca se interessaram por nenhum tipo de Arte Sonora ou Ruidista, e mesmo, menosprezaram-na, classificando-a como arte menor (sic). Foi Marcel Duchamp (1887-1968) quem criou a Escultura com Barulho Oculto, a primeira obra de Arte Sonora das vanguardas ocidentais (1915). Décadas mais tarde foi produzido o disco A Noiva Deixada Nua por seus Cavaleiros. Mesmo. Erratum Musical [The Bride Stripped Bare by her Bachelors. Even. Erratum Musical], no inédito sistema de composição musical criado por Duchamp e descrito por Petr Kotik nas notas lineares do disco O Mundo Musical Completo de Marcel Duchamp (The Entire Musical World of Marcel Duchamp, Multhipla Records, 1976). Duchamp fez mais, experimentou com a música criada através de várias caixinhas de música tocando melodias diferentes, todas ao mesmo tempo: ele aplicou, décadas antes de John Cage (1912-1992) o princìpio da música produzida com sons ocasionais.


 
O primeiro instrumento fotoelétrico, que realizou arte mimética sonora, foi o Singing Keyboard inventado em 1936, por Frederick Sommis (1911-). O instrumento foi construído em Hollywood, basicamente para servir aos filmes comerciais da RCA, empresa na qual Sommis trabalhava. O inventor usou filme ótico e sonoro para suas gravações, e, além de gravar música instrumental, o seu Singing Keyboard gravou sons de corais, descobriu e revelou novas qualidades na voz humana.



Na Rússia, quem mais se aproximou de uma Arte Sonora (1936) foi o cineasta Dziga Vertov (Denis Arcadievich, 1896-1954), seguido de Grigori Alexandrov (Grigori Vasilyevich Mormonenko, 1903-1983), Sergei Eisenstein (1898-1948), Lev Kuleshov (1895-1960) e Vsevolod Pudovkin (Vsevolod Illarionovich Pudovkin, 1893-1953). Todos se conheceram e conviveram. Vertov adquiriu sua educação básica musical, pois ele estudou piano e teoria musical no Conservatório de Petrogrado, antes de se aventurar nas experiências sonoras, gravando-as nas películas de filme ótico e sonoro. Vertov frequentava o Instituto Fisioneurológico de Petrogrado, onde conheceu artistas plásticos, escritores e, burocratas como Osip Brik (1888-1945), V. V. Maiakovsky (1893-1930) e Aleksandr Rodchenko (1891-1956), entre outros. Vertov se interessou pela possibilidade de gravação do som documental e realizou experiências gravando sons de serraria, cachoeira, de palavras soltas espacialmente, de estação de trem e daí por diante.
 
No Brasil a influência da Arte Sonora ou Arte Ambiental Sonora se mostrou inicialmente no balé Lenda do Amor Impossível, que estreou com a música baseada nos sons e ruídos do dito, Ambiente Sonoro Brasileiro, criado pelo bailarino e coreógrafo húngaro Aurélio Milloss (1906-1988), especialmente para o Ballet do IV Centenário de São Paulo (v.). O argumento desse espetáculo, idealizado pelo artista plástico, cenógrafo e figurinista Emiliano Di Cavalcanti (Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo, 1897-1976), contou a história da paixão de Yara, a deusa das águas, pelo personagem conhecido como o Solitário. O rio do espetáculo ficava ao lado de mata, povoada com seres da floresta. O fato do balé ter sido encenado sem a música de compositor conhecido, adaptada, ou criada especialmente, foi certamente uma das principais características que marcaram este espetáculo como de vanguarda. Participaram vários bailarinos, bem como músicos, pianistas ensaiadores do espetáculo, na criação coletiva do ambiente sonoro, idealizado por A. Milloss. De acordo com o pianista Oleg Kusnekov, que trabalhou durante dois anos como ensaiador das músicas dos espetáculos da companhia, Milloss criou primeiro a coreografia desta performance especial; ele depois escolheu o tipo de som que desejava ouvir, associado às determinadas cenas. A idéia principal foi lembrar os sons da floresta tropical: no fundo soava permanentemente o som dos atabaques indígenas, associado a sons ocos, de cascas de côcos batendo umas contra as outras, além de sons musicais produzidos pelos próprios dançarinos na técnica da Boca Chiusa [Boca fechada]; e sons de palavras soltas, emitindo sibilos, semelhantes ao som de sirenes, mas produzidos pela voz humana. Permaneceu sempre soando ao fundo do palco a percussão variada. Milloss construiu o roteiro sonoro com marcações determinadas, mostrando a duração dos tempos e dos compassos criada para os sons inventados e produzidos ao vivo, junto com a performance de dança. Esse balé experimental, colaboração marcante de Di Cavalcanti e Milloss, inaugurou entre nós a fusão da dança com a música, da Arte Ambiental Sonora produzida por dançarinos. nas performances do Ballet do IV Centenário de São Paulo (Rio de Janeiro – São Paulo, 1954-1955).
 
 
Na década de 1960 foi inaugurada a era dos sons eletro-eletrônicos; foi Les Paul (1915-2009) quem inventou a guitarra elétrica. Os instrumentos foram utilizados pelos mais conhecidos astros do século XX, como Paul McCartney (1942-) na sua carreira solo de muito sucesso, depois de sua participação no Grupo (Britânico) dos Beetles. O músico Les Paul fez mais, pois foi com ele que os sons intrumentais foram gravados em canais separados, individualmente. Os principais acontecimentos artísticos da música eletroeletrônica ocorreram em Nova York. No festival de Música Eletrônica Novos Sons e Ruídos [New Sounds and Noises] participaram John Cage (John Milton Junior, 1912-1992), Dick Higgins (Richard Higgins,1938-1998), Jackson McLow (1922-2004) e a bailarina Ivonne Rainer (1934-), entre outros.

 
 
O músico La Monte Young (1935-) realizou uma série de eventos musicais na Loft pertencente à Yoko Ono (1933-), com a participação de música dele, de Ono e John Lennon (1940-1980), o mais conhecido artista do Grupo dos Beetles e de Jackson Maclow. Ono formou-se em música e foi sua criação os sons e as imagens registradas por ela no filme Descarga [Flushing], no qual a artista valorizou o som da descarga do vaso sanitário, divulgado nos eventos Fluxo, da mostra do grupo realizada no CCBB (Rio de Janeiro, 2003). O grupo Fluxus, do qual participaram vários músicos inclusive John Cage, realizou várias performances, visuais e sonoras de curta duração (3´a 6´), em eventos que muitas vezes radicalizaram como a destruição de piano, com serrote e martelo, no Festival Neo-Dadá na Música [Festival Neue Dada in der Musik]. O evento foi organizado por George Maciunas (1931-1978), mentor do grupo e pelo músico e performático Nan June Paik (1932-); e o 1º Festival Fluxus Fluxorum, também organizado por Maciunas, com a colaboração de Joseph Beys (1921-1986), que abriu as portas da Academia de Arte de Dusseldorf para o grupo norte-Americano. Foram apresentadas ações performáticas de John Cage, Dick Higgins, Ben Patterson (1935-), Tomas Schmit (1943-2006), Wolf Vostell (1932-1988) e Emmet Williams (1925-2007), entre outros artistas plásticos, visuais e performáticos do Grupo Fluxo (Wiesbaden Alemanha, 1962; v. Acontecimentos [Happenings] e Performances e Ações Multimidiáticas e outras, nesse Blog).


 
 
 
Outro evento sonoro foi o festival Festum Fluxorum Fluxus, que apresentou Música, Anti-Música, o Teatro Instrumental [Musik, Antimusik, das Instrumentalle Theater], com Josef Beys, Georges Brecht (1926-2008),, John Cage (1879-1953), Al Hansen (1927-1995), Robert Filliou (1926-1987), Dick Higgins (1938-1998), Alison Knowles (1933-), George Maciunas (1931-1978), Nan June Paik (1932-), Ben Patterson (1935-), Tomas Schmit (1943-2006), Daniel Spoerri (Isaac Feinstein, 1930-), Wolf Vostell (1932-1988), Emmet Williams (1925-2007) e La Monte Young, entre outros. O Festival itinerou à Copenhagen (Dinamarca) e Paris (França, 1963). Em Nova York foi apresentada a obra multimidiática musical The Tortoise, his Dreams & Journeys, com La Monte Young, Marion Zazeela (1940-), John Cale (1942-) e Tony Conrad (1940-), no Teatro de Bolso (Pocket Theater, 1964).






A música experimental norte-americana se desenvolveu através do trabalho de muitos pioneiros, entre os quais La Monte Young, que desejava ouvir sons musicais separadamente da música, em partes distintas e criar novas formas para a música tradicional, incorporando à música a indeterminação e o acaso dos sons achados, bem como repetir várias notas ou uma nota só, indefinidamente, a fim de conquistar desta forma a audição do público-ouvinte. Quem realizou primeiro a audição com um conjunto de seis intrumentistas tocando sua Sinfonia Monótona, foi Yves Klein (1928-1962), que apresentou este acompanhamento musical na apresentação de sua obra performática Antropometrias da Época Azul, na Galeria Contemporânea (Paris, 1960).

 
Ainda na Europa, Arman (Armand Pierre Fernandez, 1928-2005), artista do Grupo dos Novos Realistas [Nouveaux Réalistes] mudou o foco de sua obra performática para objetos, incluindo instrumentos musicais, que ele queimou na sua conhecida série de obras Combustão, como violino, além de outros instrumentos como violoncelo, violão e contrabaixo. Alguns foram queimados, outros foram serrados ou destruídos, picados em pedacinhos usando machadinha, na série de obras que ele chamou de Cortes [Coupes], ou, usando energia na ação violenta que ele chamou de Cóleras [Colères] quando o artista, agindo como se estivesse enraivecido, destruiu vários instrumentos. Na maioria dessas obras Arman apresentou os pedaços que restaram de sua Cólera organizados dentro de caixas de madeira, pintadas em várias cores com tampa de acrílico transparente, apresentadas em mostras francesas e internacionais. Outro destruidor, desta vez de pianos, foi o coreano morador de Nova York, Nan June Paik, que destruiu não um, mas três pianos ditos, preparados, e treze monitores de televisão no seu segundo concerto realizado na galeria de arte que patrocinou o evento performático A Exposição da Televisão Musical Eletrônica (The Exposition of Music Eletronic Television, Wiesbaden, Alemanha, 1963). Outros artistas radicados em Nova York, destacados entre os que abraçaram a pesquisa musical, foram Phillip Glass (1937-), Joan La Barbara (1947-), Alvim Lucier (1931-), Pauline Oliveros (1932-), Steve Reich (1936-) e Terry Riley (Terrence Mitchel Riley, 1935-), entre outros (GOLDBERG, 1998).
 
 

Outro performático destacado no século XX foi o norte-americano Vito Acconci (Vito Hannibal Acconci, 1940-) que apresentou a obra sonora multimídia Recording Studio for Air Times, no MoMA. O músico norte-americano Jonathan Brodsky (1942-), realizou, em parceria com Ed Tommey o seu Opus para Voz; Movimentos 01, 02, 03: as Canções Radicais Para Pássaros do Irã [Opus for Voice, mouvements 1, 2, 3, The Radical Songbirds from Iran], gravação registrada por Reach Out International Records (ROIR, A-149). E François Dallegret (1937-) criou sua escultura sonora A Máquina [La Machine]que expôs em Quebec (Canadá); e nos Estados Unidos, no Milwaukee Art Center (Milwaukee) e no Museum of Contemporary Art (Chicago, 1966).

 
Entre os artistas de vários países que exploraram primeiro a androgenia nas artes foram o músico inglês David Bowie (1947-) e os músicos norte-americanos do grupo Roxy Music, do qual Andy Warhol (1928-1987) participou, além de seu amigo e parceiro, o músico Lou Reed (Lewis Allan Reed, 1942-2013), associado à banda de rock do Velvet Underground (v.). No início da década de 1960 a música do grupo foi lançada no espaço administrado durante curto período por Andy Warhol. Reed foi um dos pais do rock pauleira, com som alto demais, baseado na estética que criava o Muro Sonoro, dito, Paredão do Barulho ou Paredão Sonoro. Na década de 1970 a nova música experimental das vanguardas americanas encontrou seu espaço nos clubes alternativos, que, nessa época, experimentaram seu apogeu como The Mudd Club, TR 3 e CBGB. Nesses locais se apresentaram vários músicos vanguardistas como Glen Branca (1948-), John Lurie (1952-), Patti Smith (Patricia Lee Smith, 1946-) e Alan Suicide Vega (Boruch Alan Bermowiktz, 1938-), além do novo jazz dos Lounge Lizards e da orquestra Love of Life, de Peter Gordon (1951-)(GOLDBERG, 1998).



Na década de 1980 o artista plástico Julius apresentou sua obra sonora Música para os Olhos, com transmissão direta através da pálpebra (Berlim, 1981). O início do século XXI viu a popularização de novas tecnologias de reprodução dos sons, como a do Disco-Laser, que possibilitou a popularização do equipamento que se tornou cada vez mais portátil, pequeno e fácilmente transportável pelo usuário. A nova tecnologia do MP-3 Player (Brasil, 2000-), que, associado à popularização do uso do computador, permitiu ao usuário baixar músicas da INTERNET, rede mundial dos computadores e gravá-las em quantidade no pequeno dispositivo, o IPOD, ainda mais fácilmente transportável pelo usuário. O procedimento gerou inúmeras questões, principalmente quanto aos direitos autorais dos compositores envolvidos, devido à imensa quantidade de cópias não autorizadas de músicas lançadas anteriormente por gravadoras comerciais. Ainda hoje, a questão não se encontra resolvida, e ainda não existe no Brasil legislação efetiva que regulamente a produção e a gravação de músicas disponibilizadas, legalmente ou não, através da INTERNET; 2009-2010).

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:


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