sábado, 4 de janeiro de 2014

BIOGRAFIA: SIRONI, Mário (1885-1965).



BIOGRAFIA: SIRONI, Mário (1885-1961).

 


O artista nasceu em Sassari e morreu em Milão (Itália). Sironi estudou desenho; depois que foi curado de depressão nervosa ele estudou na Academia de Belas Artes (Roma). Sironi conheceu Giaomo Balla, Umberto Boccioni e Gino Severini, quando passou à frequentar o ateliê de Balla, professor dos outros artistas. Sironi foi influenciado pelo Futurismo, ao qual ele aderiu quando foi viver em Milão (1905). Sironi se tornou amigo próximo de Boccioni, com quem ele viajou para Paris (França) e Munique (Alemanha, 1908).




Sironi foi convidado para participar de performance teatral conjunta com F. T. Marinetti, realizada na Galeria Sprovieri, conhecida como a Galeria Futurista (Roma, 29 mar., 1914). O dito, Comitê dos Artistas Futuristas, formado por F. Marinetti, Carlo Carrá, G. Balla e U. Boccioni, decidiu admitir oficialmente Sironi no grupo. Sironi foi considerado verdadeiro Futurista, pois pintava obras que, de modo original, buscavam o dinamismo plástico na sua pesquisa pessoal (16 mar.,1914). Na mesma galeria citada e no mesmo ano os artistas plásticos do grupo colocaram em exposição as obras de arte encomendadas por Marinetti aos artistas italianos (abr. – maio).



Logo que começou a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), Sironi, juntamente com outros do grupo, inclusive Umberto Boccioni e o arquiteto Antonio Sant'Elia, participou do Batalhão Lombardo de Ciclistas e Motoristas. Sironi permaneceu por curto período à serviço do exército italiano (jun. – dez., 1915); no período ele assinou o manifesto O Orgulho Italiano, juntamente com F. T. Marinetti que apoiou a entrada da Itália na guerra. Apesar da tragédia que representou a morte de U. Boccioni e A. Sant'Elia no decorrer do conflito, logo após o final da guerra os Futuristas reagruparam-se e expuseram suas obras em mostra coletiva (1919). Os artistas publicaram outro manifesto, Contra Todas as Revisões na Pintura, assinado por Sironi, Leonardo Dudreville, Achille Funi e Luigi Russolo. A arte de Sironi foi bastante influenciada por Boccioni, que, por sua vez, admitiu nas suas obras a influência de Gaetano Previatti.

 

No início da década de 1930 Sironi foi apoiado pelo diretor da Trienal de Milão, onde o artista expôs gigantescos murais com temas corporativistas (1933). Sironi assinou o Manifesto della pittura murale [Manifesto da Pintura Mural]: nele, o artista propôs-se a reviver o classissismo inspirado na antiga arte da Itália mediterrânea, especialmente da Etrusca. Sironi retomou antigas técnicas como as do Afresco, da Pintura Mural, do Mosaico e Baixo-Relevo monumental. O apoio do Estado Italiano fez-se presente quando Sironi recebeu várias encomendas realizadas para o Palácio da Justiça (Milão, 1936-1939). O governo convidou outros artistas do grupo do Novecento, como Achille Funi, M. Martini, P. Marrusig e G. Severini, para criarem afrescos, murais, mosaicos e esculturas para obras públicas. Sironi tornou-se o artista mais influente no grupo do Novecento, foi ele quem transformou este movimento na verdadeira expressão da arte estatal estritamente oficial. Sironi realizou projetos arquitetônicos como o do Pavilhão da Fiat na Feira de Milão; ele criou cenografia teatral, além de publicar seus escritos, que tentaram formular a teoria que tornasse aceitável o marcante retrocesso da arte italiana na nova estética vinculada ao regime fascista, da qual ele foi um dos mais proeminentes representantes.


Obras de Sironi foram exibidas no Brasil: ele expôs 05 pinturas na Sala Especial do Futurismo, com curadoria de Umbro Appolonio que assinou o texto no catálogo da II Bienal Internacional (São Paulo, 1953): Composição (1912, lápis, guache, 48 cm x 32 cm, no acervo da Galeria Il Milione, Milão); Figura (sd, tinta, 19 cm x 13 cm, na coleção de Gianni Mattioli, Milão); Plástica de uma cabeça (1913, têmpera, 30 cm x 22 cm, no acervo da Galeria Il Milione); Auto-Retrato (1913, óleo/ tela, 53 cm x 49 cm, na Galeria de Arte Moderna, Milão); e Composição Futurista (1914, óleo/ tela, 71 cm x 76 cm, coleção particular), entre outras sete pinturas em exposição na sala italiana citada. Outras obras de M. Sironi participaram da mostra Novecento Sudamericano. Relações artísticas entre Itália, Argentina, Brasil e Uruguai, realizada com a curadoria de Tadeu Chiarelli e apoio do Instituto Italiano de Cultura na Pinacoteca do Estado de São Paulo (31 ago. - 05 out., 2003). Sironi expôs Os Pescadores (1924, óleo/ tela, 108,8 cm x 89,4 cm, na coleção do MAC - USP) e Bebedores com Taça (1930, óleo/ tela, 70 cm x 55 cm, na coleção Civiche Racolte D'Arte, Milão).



Um dos destaques da obra de Sironi, a pintura Ciclista (1916), na qual o artista apresentou sólida volumetria com cores tristes e pesadas, marron e algum azul, realizada na técnica mista com colagem e influenciada pelo Cubismo, obra que provávelmente recordou-lhe seu amigo Boccioni no Batalhão Lombardo de Ciclistas e Motoristas, quadro que pertence ao acervo do MNAM (Paris) e que participou da mostra Futurismo & Futurisms, realizada no Palazzo Grassi (Florença) e que se encontra reproduzida no catálogo (HULTEN, 1986).

 



REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

 

 

CATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L; CAUMONT, J; CELANT, G; COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE MARIA, L.; DI MILLIA, G.; FABRIS, A.; FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.; GREGOTTI, V.; LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.; MENNA, F.; ÁCINI, P.; RONDOLINO, G; RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.; SILK, G.; SMEJKAI, F.; STRADA, V.; VERDONE, M.; ZADORA, S. Futurism and Futurisms. New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., p. 574. 30 x 22 cm.



 

CATÁLOGO GERAL. II Bienal do Museu de Arte Moderna. São Paulo: EDIAM, 1ª ed., dez., 1953, pp. 219, 226.



 

DICIONÁRIO. CHILVERS, I. A Dictionary of 20th century art. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1998. 670p., pp. 145, 457. (Oxford reference). 



 

DICIONÁRIO.SCHMIED, W.; WITFORD, F.; ZOLLNER, F. The Prestel Dictionary of Art and Artists in the 20th century. Munich London - New York: Prestel, 2000. 381p.: il., pp. 332-333.  



 

ENSAIO. CHIARELLI, T. O Tempo em Suspensão: Presença/Ressonâncias da Pintura Metafísica e do Novecento Italiano na Arte de Argentina, Brasil e Uruguai. Novecento Sudamericano. Relações Artísticas entre Itália, Argentina, Brasil e Uruguai. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2003, p. 09.



 

ENSAIO. GINANNESCHI, E. O Enigma de uma Viagem na Arte do Século XX. Novecento Sudamericano. Relações Artísticas entre Itália, Argentina, Brasil e Uruguai. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2003, pp. 18-20.



 

 

ENSAIO. WECHSLER, D. De uma estática do Silêncio a uma Silenciosa Declamação. Encontros e apropriações de uma Tradição nas Metrópolis do Rio da Prata. Novecento Sudamericano. Relações Artísticas entre Itália, Argentina, Brasil e Uruguai. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2003, p. 13

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