sexta-feira, 26 de abril de 2013


HISTÓRIA DAS PERFORMANCES NO SÉCULO XX. ARTE CORPORAL EM MOVIMENTO: DANÇA PÓS-MODERNA AMERICANA (Nova York, 1960-1970). 

 

Os Acontecimentos produziram grande impacto na Arte do Movimento –Dança norte-americana. Várias das companhias de vanguarda como as de Merce Cunningham, Trisha Brown, entre outros artistas individuais como Robert Dunn e Steve Paxton, propiciaram a formação do Grupo do Teatro do Judson (v.). e, posteriormente, do Grupo Grande União (v.). Os artistas que viviam em Nova York se envolveram com a Arte do Movimento desde o início da década de 1960. Os mais destacados foram Merce Cunningham, Steve Paxton, Yvonne Rainer, Robert Morris, Robert Rauschenberg. Todos os citados inovaram, criando várias coreografias para os espetáculos nos quais se apresentaram, tanto em apresentações individuais, bem como grupais. As novas coreografias incorporaram nas performances de Dança Pós-Moderna obras de Anna Halprin, Hay, Morris, Paxton, Rainer, Rauschenberg que apresentaram como dança movimentos corporais usuais, diários e habituais, tais como andar, caminhar, correr, pular e rolar, presentes no dia a dia das pessoas comuns.




 
O bailarino e coreógrafo M. Cunningham se sentiu livre para uma ampla experimentação coreográfica, quando incorporou ações da vida diária como em Exchange [Troca] (1965). A barreira existente entre o dançarino amador e o profissional foi eliminada: pessoas comuns que nunca haviam dançado e artistas plásticos, como Robert Rauschenberg e Robert Morris, surgiram no contexto da Dança Pós-Moderna sem serem ridicularizados.

Os Acontecimentos atuaram como elementos de confronto: no papel principal, o que ocorreu também nos movimentos anteriores com os eventos Futuristas e Dadaístas. O principal local de convergência das vanguardas da Arte Corporal foi a cosmopolita Nova York. Vários artistas iniciaram esse movimento na contracultura norte-americana e participaram do grupo inicial: Vito Acconci, Lucinda Childs, Robert Morris, Bruce Nauman, Steve Paxton, Yoko Ono, Yvonne Rainer e CaroleeSheneeman, entre outros. Nessa época desapareceram as fronteiras entre várias artes: a dança, arte corporal e arte do movimento se fundiram em ações corporais multimidiáticas de grupos de artistas de orientação e formação diversificadas.
   
As primeiras performances envolvendo música e antimúsica, dança e movimento, foram realizadas por John Cage, Merce Cunningham e Robert Rauschenberg, que se conheceram no primeiro reduto das vanguardas americanas, a Faculdade da Montanha Negra [Black Mountain College] (v.), no início da década de 1950. Foi nesse local, na BMC-NC, que os citados realizaram a primeira performance conjunta chamada de Evento Teatral [Theater Event] (1952). Depois disso, quando a escola fechou as portas (1956), Cage levou seu ensino adiantado para a Nova Escola de Pesquisa Social [New Schol of Social Research], onde suas aulas foram assistidas por toda uma geração de vanguardistas que se tornaram performáticos multimidáticos.
   
A Arte Corporal, os Acontecimentos [Happenings] e as Performances (v.), foram a base de eventos que englobavam os movimentos, inclusive propiciou o surgimento da nova Dança Pós-Moderna. As coreografias se desenvolveram com movimentos mais usuais do corpo humano, como andar, correr, rolar, pular, entre outros usuais do corpo humano no dia a dia. Alguns artistas, como L. Childs, M. Cunningham, R. Dunn, S. Forti, R. Morris, Y. Rainer e S. Paxton, entre outros, foram fundamentais no desenvolvimanto da nova Arte Corporal do Movimento: a Dança Pós-Moderna. Os artistas colaboraram através da invenção de novas coreografias aplicadas aos movimentos, que passaram a serem executadas por pessoas que se associaram a formação de novos grupos, como o Grupo do Teatro Judson [Judson Dance Theater], entre outros, como o Grupo Grande União (Nova York, c. 1960-1970). A abertura dessa vanguarda propiciou a inclusão de pessoas comuns, muitas que não possuíam qualquer treino anterior na arte da dança, e passaram a participar e a desenvolver performances de movimento. Foi na cooperativa formada com o nome de Teatro da Dança Judson [Judson Dance Theater], que os novos performáticos, coreógrafos e dançarinos, passaram à ensaiar e a se apresentarem na Igreja Memorial Judson [Judson Memorial Church] ( Nova York, 1960-1965).

A dança não deixa de ser a primeira Arte Corporal por excelência; em Londres, se destacou o Grupo Performático (Britânico) Dançando para a Câmera [Dance for the Camera] (v.), que documentou, fotografou e filmou as performances mais originais da dança inglesa.


REFERÊNCIAS:

 
BENBOW-PFALZFGRAFF, T.; BERGE, L.; COLLINS, D.; ELERT, N.; FERRARA, M.; HART, K.; MARZUKIEWICZ. M.; TYRKINS, M. International Dictionary of Modern Dance. With a preface by Don McDonald; contributing ed. Taryn Benbowfalzgraff; Glynis Benbow-Niemier. New York - London: St. James Press, 1998,891p.: il., retrs.



GOLDBERG, R.; ANDERSON, l. (Foreword). Performance: live art since 1960. New York: Harry N. Abrams, 1998. 240p.: il., pp. 20, 148, 156, 215, 228. 26 x29 cm.

 
PHILLIPS, L. The American Century: Art and Clture in America 1950-2000. New York: Whitney Museum of American Art, W. W. Norton, 1999,398p.: il., retrs., pp. 163-165, 247-249.



 





Nenhum comentário:

Postar um comentário