sexta-feira, 26 de abril de 2013





HISTÓRIA DAS PERFORMANCES NO SÉCULO XX.ARTE DO MOVIMENTO – DANÇA PÓS-MODERNA (Estados Unidos, 1975-).  

 

Michael Kirby, editor da The Drama Review [Revista do Drama], publicou um número especial dedicado à dita, Dança Pós-Moderna, sendo a primeira vez que tal palavra foi utilizada na imprensa mundial (mar., 1975). No artigo Kirby explicou que o coreógrafo não aplicava padrões visuais ao seu trabalho: a sua visão era internalizada e o movimento não era pré-selecionado por suas características, mas resultava de algumas decisões, objetivos, planos, esquemas, regras, conceitos, ou problemas. Qualquer que fosse o movimento que ocorria durante a performance, tornava-se aceitável desde que limitado e controlado pelos principios que o norteavam. Essa delaração de Kirby se encontra reproduzida (PHILLIPS, 1999), que declarou sobre a Arte do Movimento – Dança Pós-Moderna que, a despeito da estiqueta Pós-Modernista usada para criar a distinção entre esta geração, e aquela histórica da dita, Dança Moderna, os que ela chamou de pós-modernos analíticos foram, de fato, modernistas, da maneira com que o termo foi compreeendido nas Artes Visuais - descrevendo obras que revelavam as condições dos meios materiais e de sua compleição. Os ditos, pós-modernos enfatizaram o movimento e a estrutura da coreografia como meios essenciais da dança; eles separaram a dança das outras artes e não fizeram referências a elementos externos.

 
PHILLIPS (1999) analisou a arte de Lucinda Childs, comentando sobre a sua obra Mistura Algodãozinho (Calico Mingling, 1973) como obra exemplar de Dança Pós-Moderna Analítica. Na apresentação quatro dançarinos andavam sobre o palco traçando formas lineares, circulares e semicirculares e andavam para frente e para trás, implacávelmente, No mesmo caso ela citou a obra Acumulação Primária [Primary Accumulattion] de Trisha Brown, na qual uma série de gestos e outros movimentos realizados com o corpo apoiado no chão se associavam à sistema de progressão matemática. E a ópera moderna Eisenstein na Praia, de Robert Wilson com música de Phillip Glass e coreografia de Lucinda Childs e Andy de Groat, foi citada como obra Minimalista, na colaboração integrada entre várias disciplinas que se associaram para criar o que a autora denominou de um novo Maximalismo [Maximalism]. Várias fotografias de Lucinda *Childs com Robert Morris, do Grupo (Americano) de Dança Grande União e de Trisha Brown se encontram publicadas (PHILLIPS, 1999).


Nas décadas de 1960 e 1970, com a explosão da dança pós-moderna, se formaram muitos grupos voltados para o ensino da nova arte. A atividade forneceu meios para a subsistência do dançarino performático, mas que precisava encontrar seu novo espaço e seu público. O artista plástico Jeff Duncan, que recebeu bolsa da Fundação Rockefeller transformou o espaço em que vivia em centro de ensino de performances de Dança, interessantes o suficiente para atrair grande público de artistas que apoiaram a iniciativa. Entre estes Jack Moore e Art Bauman, que com Duncan fundaram o DTW - Dance Theater Workshop (v.), do qual participaram Martha Clarke, Judith Dunn, Rudy Perez, Wendy Perron, Kei Takei e Ron Wilson. Nessa época o Judson Theater, que abrigou o Grupo (Americano) da Judson, fechou suas portas, mas havia formado durante cinco anos um público voltado para os espetáculos alternativos e performáticos, envolvendo a nova Arte do Movimento – Dança Pós-Moderna.


REFERÊNCIAS SELECIONADAS:



PHILLIPS, L. The American Century: Art and Clture in America 1950-2000. New York: Whitney Museum of American Art, W. W. Norton, 1999. 398p.: il., retrs., pp. 163-165, 247-249


GOLDBERG, R.; ANDERSON, l. (Foreword). Performance: live art since 1960. New York: Harry N. Abrams, 1998. 240p.: il., pp. 20, 148, 156, 215, 228. 26 x29 cm.

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