sábado, 20 de julho de 2013

DADAÍSMO EUROPEU: BERLINENSE (1918-1920). Revisado.

 
Destaques: GROSZ, George, Johannes BAADER, Raoul HAUSMANN, John HEARTFIELD, Richard HUELSENBECK.
 
O artista John Heartfield (Helmut Franz Joseph Herzfeld, 1891-1968), tornou-se amigo próximo de George Grosz (1893-1959),que também mudou o nome (anteriormente, Georg Gross); eles formaram o cerne do movimento Dadaísta berlinense. Os artistas associados ao Dadaísmo Berlinense, como grande parte dos intelectuais alemães da época, filiaram-se ao recém-fundado PC/ Partido Comunista (1918-). Dez anos depois filiaram-se ao Grupo da Associação Alemã dos Artistas Proletários e Revolucionários [ASSO] (v.), ramificação da frente cultural do PC (Dresden, 1928-1933). Nessa cidade Rudolf Schliter (1890-1955), fundador Grupo Alemão RIH, conheceu George Grosz e, posteriormente, se associou ao Dadaísmo Berlinense, do qual participaram Grosz (Marschalldada,1893-1959), Raoul Haussmann (1886-1971), Hannah Höch (1889-1978), Johannes Baader (Dadasoph, 1875-1956), Johannes Theodor Baargeld (Oberdada [Superdada],1895-1927), os fotógrafos, futuros alunos da  Bauhaus, Erwin Blumenfeld  ou  Bloomfield (1897-1969)ePaul Citröen (1896-1983); Richard Huselsenbeck (1892-1974), Rudolf Schliter (1890-1955), Otto Schmalhauser (Ozdada), e o artista sueco  Viking Eggeling (1880-1925);  os irmãos de John Heartfield (1891-1968) Tom e Wieland Herzfeld (1896-1988), proprietários da Editora Malik [Malik Verlag] (v.,  abaixo), bem como os escritores e editores Walter Mehring (1896-1991), Walter Serner (1889-1943), Franz Jung (1888-1963) e Artur Segal (1875-1944), entre outros. Todos se associaram informalmente. Esse grupo encontrava-se em formação c. de dois anos antes da eclosão do Dadaísmo berlinense.

 
Logo após a deposição dos Hohenzolern e a ascensão do Partido Social Democrata ao poder, Heartfield, bem como outros artistas do grupo, aderiram ao recém-fundado PC/ Partido Comunista (1918). Nesses tempos conturbados, a fase da política alemã ficou marcada pela derrota do país na I Guerra Mundial. Desde o lançamento do primeiro Manifesto Dadaísta, de autoria de Richard Huelsenbeck (jan., 1918), que veio diretamente do Cabaré Voltaire (Zurique, 1916-), os artistas citados voltaram-se para a publicação de revistas panfletárias e tornaram-se ativos participantes do Dadaísmo alemão (1918-1920). Foram lançados inúmeros Manifestos Dadaístas em Berlim. Baader,  escritor, organizador e único associado do Partido Alemão da Liberdade, colaborou com Hausmann na organização das Noites Dadaístas (1918-); ele fundou o Clube da Rua do Leite Azul [Club der Blauen Milchstrasse] no Café Áustria (12 mar., 1919) (ADES, 1987: 90).
 
Obras do grupo participaram da I Feira Internacional DADÁ [I Internationale DADA Messe], organizada por Raoul Hausmann com G. Grosz e J. Heartfield, realizada na Galeria Otto Burchard, (Berlim, 1920). Schliter, juntamente com Heartfield, foram autores da obra O Arcanjo Prussiano: os artistas vestiram manequim inflável com o uniforme das forças especiais alemãs (SS) e colocaram no mesmo máscara de cabeça de porco. A escultura inflada pairava no teto da galeria, conforme mostra a fotografia da inauguração da exposição, que se encontra reproduzida (GIBSON, 1991). O evento gerou processo judicial para os artistas, condenados a pagar multa (maio, 1921); mas o dono da galeria ficou alguns meses preso. O incidente encerrou o Dadaísmo berlinense, mas não representou o final das inúmeras publicações, na maioria associadas ao movimento.

Sergey Eisenstein, que lançou seu manifesto A Montagem das Atrações (Moscou, 1918), voltado para o teatro, ficou com suas montagens cinematográficas associadas ao Dadaísmo de George Grosz e as Fotomontagens de Heartfield, que ele citou nominalmente (1923). Desde que realizou-se a Exposição Internacional de Arte Russa, na Galeria Van Diemenn (Berlim, 1922), a cultura das vanguardas soviéticas tornou-se intrínsecamente associada ao movimento cultural Dadaísta berlinense.
 
 
REFERÊNCIAS  SELECIONADAS:

 
CATÁLOGO. ADES, D. Dada and Surrealism Reviewed. David Sylvester, Elizabeth Cowling (Essays). London: Arts Council of Great Britain, 1978, pp. 79-86, 88, 90-101, 103.

DICIONÁRIO.  BIRO, A.; PASSERON, R. Dictionaire général du surréalisme et ses environs.:sous la diréction de Adam Biro et René Passeron. Genève – Paris: Office du Livre et Presses Universitaires de France, 1982. 464p.: il., retrs., p. 16.
 DICIONÁRIO.
BREUILLE, J-P. Dictionnaire de la peinture et de sculpture : l'art du XXe siècle. Sous la direction de Jean-Philippe Breuille. Paris: Lib, Larousse, 1991. 777p.: il., retrs.,, pp. 290-291. (Dictionnaires specialisés).

 
LIVROS:

BRITT, D.; MACKINTOSH, A.; NASH, J. M.; ADES, D.; EVERITT, A; WILSON, S.; LIVINSGSTONE, M. Modern Art: from Impressionism to Post-Modernism. London: Thames and Hudson, 1989, 416p.: il., p. 222.
 
FABRIS, A. Photomontage as political function. São Paulo: 2003, pp. 11-57.

 
 
GIBSON, M. Duchamp Dada. Paris: N. E. F. Casterman, 1991. 263p.: il., pp. 84-93, 111.

 
 
PIERRE, J. El futurismo y el dadaísmo. Madrid: Aguilar, 1968,pp. 172-173.

 
 
TESCH, J.; HOLLMANN, J. Icons of Art: the 20th Century. New York: Ekhardt Hollman, Prestel, 1997. 216p.: il., pp. 87, 88.
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário