sábado, 17 de outubro de 2015

CARNICELLI, Mick; Miguel Carnicelli Sobrinho (1893-1967).

CARNICELLI, Mick; Miguel Carnicelli Sobrinho (1893-1967). O artista italiano nasceu em Agrópoli e morreu em São Paulo; sua família emigrou para o Brasil (1898-). Mick Carnicelli e seu irmão mais velho Gaetano, foram mandados à Itália para estudar (1918). O artista precisou prestar o serviço militar no país, mas como mostrou-se rebelde à disciplina no exército italiano foi enviado para lutar na Eritréia (África). O artista e seu irmão Gaetano regressaram a São Paulo sem completarem seus estudos e duvida-se mesmo que Mick Carnicelli tenha frequentado as aulas da Academia de Arte (Veneza). O futuro artista aproveitou a vida como um dândi, frequentando os melhores lugares de Turim, Milão e Veneza. Carnicelli trabalhou no comércio paulista como vendedor da Casa Falchi. mais tarde, Na época em que Mick Carnicelli trabalhava na Alfaiataria Carnicelli o pintor Vittorio Gobbis levou Quirino da Silva para conhece-lo (São Paulo, 1926). Quando Carnicelli visitou a Exposição Francesa, despertou para sua vocação adormecida de pintor. O jovem voltou a pintar e a participar de mostras coletivas paulistas como a de Pintura Moderna Brasileira-Norte Americana (1944); o artista participou do VIII e X Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos (1944; 1946); suas obras participaram da Exposição de Pintura Moderna, realizada na Galeria Itá, em homenagem a Mário de Andrade falecido no ano anterior (São Paulo, 1946). Carnicelli expôs em mostra conjunta com Bruno Giorgi, Ernesto de Fiori e Alfredo Volpi na Galeria Domus (São Paulo, 1947). Carnicelli realizou sua primeira mostra individual na Galeria Itá, na rua Barão de Itapetininga, centro de São Paulo (1945); a apresentação no catálogo foi de Menotti del Picchia, para quem Carnicelli tinha desenhado anteriormente a capa, as ilustrações e os contornos dos verbetes para o poema Angústia de São João, (São Paulo, 1922). Na época em que Carnicelli viveu com a francesa Jeanne Pauline Dollé, ele retratou-a. O artista trabalhou no seu estúdio, na sua casa no bairro de Santana; ele manteve outro estúdio no porão da casa de seu pai, na Av. Brigadeiro Luís Antônio, tema de algumas de suas obras. O artista publicou desenhos na revista Investigações (1949-1952); algumas de suas ilustrações foram publicadas em livros (1950-1956). As obras Figurativas de Mick Carnicelli como O Homem que Lê, Pátio de Manobras da Sorocabana e Subúrbio, estiveram em exposição na I Bienal do Museu de Arte Moderna (São Paulo, 1951). Obras de Mick Carnicelli participaram da mostra Pintores Paulistas (São José dos Campos, SP, 1958); e da mostra Pintura Paulista Contemporânea, no MAM (São Paulo, 1958). No final da década de 1950 Carnicelli adoeceu (1959): ele foi viver com suas irmãs na Cidade Vargas (SP), onde faleceu alguns anos depois (maio, 1967). Obras do artista participaram de várias mostras póstumas como Os Grupos: a Década de Quarenta, no Museu Lasar Segall (1977); e de outra mostra no mesmo museu paulista, com curadoria de Helio Cabral, São Paulo, Periferia e Centro nos anos Quarenta: Joaquim Figueira e Mick Carnicelli (1980). Outra mostra importante, da qual obras de Carnicelli participaram, foi Pintores Italianos no Brasil (1982), organizada na Pinacoteca do Estado de São Paulo, coletiva com obras dele e de Ernesto de Fiori. Pinturas de Carnicelli participaram da mostra O Olhar Italiano sobre São Paulo (1993), na Pinacoteca do Estado de São Paulo, que destacou as paisagens dele, de Alfredo Volpi e de Ernesto de Fiori. A obra de Carnicelli tem em comum traços de influência do Expressionismo alemão, marcante no melhor da obra de Anita Malfatti; os retratos de Carnicelli são ousados na cor e na luminosidade, acentuada por generosas doses de branco nos locais banhados pela luz, como nos retratos Décio (1949, óleo/ tela, 58 cm x 48 cm) e José (1947, aquarela/ papel, 77 cm x 56 cm), ambas na coleção Orandi Momesso. Os interiores intimistas do artista se destacaram nas obras Porão com Cavalete (1945, óleo/ tela) e Porão (1947, aquarela/ papel), que refletem a influência das vanguardas francesas sobre a obra de Mick Carnicelli. REFERÊNCIAS SELECIONADAS: ARTIGO. LAUDANNA, M. Os ítalos e os brasileiros na arte do entre guerras: Mick Carnicelli. São Paulo: Jornal das Exposições Paralelas, Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1999, pp. 05-07. CATÁLOGO GERAL. II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo. São Paulo: EDIAM, 1ª ed., dez., 1953, p. 100.

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