quinta-feira, 13 de junho de 2013





 


HISTÓRIA DAS PERFORMANCES NO SÉCULO XX.
JANCO, Marcel (1895-1984).

 

O artista romeno nasceu em Bucareste e morreu em Tel-Aviv (Israel). Janco foi arquiteto, pintor, editor, artista plástico e participante ativo no movimento Dadaísta (Zurique, Suíça, 1916-1919). O artista formou-se em arquitetura na Escola Politécnica (Zurique, Suíça). Janco iniciou sua carreira de pintor e agitador cultural logo no início do Dadaísmo suíço: ele se associou ao grupo de Hugo Ball, Hans Arp e a seu compatriota, o poeta e escritor Tristan Tzara. Foi Janco quem criou as máscaras Cubistas, inspiradas no estilo primitivo africano para as dançarinas da Escola Rudolf von Laban se apresentarem nas performances do grupo Dadá, realizadas no palco do Cabaré Voltaire (Zurique, 1916). Janco também criou os desenhos de cartazes, anúncios das atividades do grupo além de desenhos e pinturas: foi ele o principal organizador das manifestações e apresentações Dadaístas na Suíça.

 
Nas pinturas sobre tela de Janco mesclavam-se as influências do Futurismo italiano, com a marcante influência do Expressionismo alemão, devido ao uso pessoal de cores como o verde ácido combinado com amarelo vibrante, contornados de negro nos traços fortes e acentuados. As obras de Janco, como a dita, Pintura Cigana (47 cm x 37,5 cm x 4,5 cm, na Kunsthaus, em Zurique); a pintura Cabaret Voltaire (1916), que desapareceu, no entanto restou sua fotografia; entre outras pinturas, como Baile em Zurique (1915, óleo/ tela, 100 cm x 90 cm, no Museu de Arte de Tel-Aviv); e O Bailinho em Zurique (1916, óleo/ cartão, 60 cm x 45 cm), além do cartaz para o Movimento Dadá (1918, impresso, 46,8 cm x 32,2 cm), bem como seu estudo para Arquitetura Império Brilhante (1916, têmpera/ colagem/ relevos/ cartão, 37 cm x 30,5 cm); todas as obras citadas se encontram reproduzidas (GIBSON, 1991). Várias das máscaras que Janco criou, usadas nas performances Dadaístas do Cabaré Voltaire, inaugurado em Zurique (5 de fev., 1916), pertencem ao acervo do MNAM (Paris) ou da Fundação Arp (Clamart, França).

 
Nessa época Janco experimentou o espaço, criando obras com relevo (gesso, 1917-1919), influência direta da escultura de Henri Laurens (1883-1954), Hans Arp (1886-1966) e Louis Marcoussis (1878-1941). Entre as obras desta fase se encontram várias das melhores obras de Janco, precurssoras da Abstração. Depois do final do Dadaísmo Marcel Janco participou, juntamente com Max Ernst (1891-1976), da formação dos Artistas Revolucionários de Colônia (1919, v., abaixo). Janco tornou-se membro de A Nova Vida (Das Neue Leben, Basle, Suíça, 1919-1920); ele expôs suas obras na mostra coletiva realizada na cidade, itinerante à Berna e Zurique.

 
Quando Tzara foi convidado por André Breton para lançar o movimento Dadaísta em Paris (1920-1923), Janco também viajou para a mesma cidade, mas não havia lugar para ele no movimento francês. Janco voltou a viver em Bucareste (Romênia, 1921), onde ele tornou-se ativo participante das vanguardas artísticas. Devido a experiência adquirida com as publicações Dadaístas (Zurique e Paris), para as quais Janco contribuiu, ele editou a revista Continporanul (Contemporâneo, 1922-1936).

   
Devido ao advento da II Guerra Mundial, o artista viajou para Tel-Aviv (1940): Israel tornou-se sua segunda pátria, oferecendo-lhe condições excelentes para trabalhar em prol do movimento cultural do país. Janco liderou outra vanguarda artística, na cidade de Ein Rod, onde se encontra localizado seu Museu.


Muitas das pinturas de Janco, obras do primeiro período Dadá perderam-se; mas algumas obras de Janco pertencem ao acervo da Fundação Arp (Clamart, França); outras se encontram no acervo da Kunsthaus (Zurique). O relevo pintado Sol Jardim Claro (1918), se encontra reproduzido (SEUPHOR, 1957). Várias pinturas de Janco participaram da representação israelense presente à 2ª Bienal de São Paulo (1953), a saber: 01. Hermon e Ahula (1952, óleo/ tela, 75 cm x 120 cm); 02. Jaffa Destruída (1952, óleo/ tela, 80 cm x 100 cm); 03. Linha no Espaço (1951, óleo/ tela, 66 cm x 82 cm); 04. Montanhas e Admiração (1951, óleo/ tela, 73 cm x 92 cm).

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:


CATÁLOGO GERAL da 2ª Bienal do Museu de Arte Moderna. São Paulo: EDIAM, 1a edição, dez. 1953, p. 209.


DICIONÁRIO. SEUPHOR, M. Dictionaire de la peinture abstraite: precédé d´une histoire de la peinture. Paris: Fernand Hazam, 1957. 305p.: il., p. 193.

 
GIBSON, M. Duchamp Dada.Paris: N. E. F. Casterman, 1991. 263p.: il., pp. 18-38.
 
 
NÉRET, G. 30 ans d'art moderne: peintres et sculpteurs. Fribourg: Office du livre, 1988. 248p.: il., pp. 210-211.

 
PIERRE, J. El futurismo y el dadaísmo. Madrid: Aguilar, 1968,p. 176.

 
RICHTER, H. HAUPTMANN, W. (Post-Scriptum). Dada art & anti-art. Cologne: Du Mont Shauberg, 1964. 1965. 246p.: il., pp. 33-49.

Nenhum comentário:

Postar um comentário